DA FELICIDADE
"Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz!"
(Mário Quintana, escrito brasileiro)
31 de março de 2003
30 de março de 2003
OF HUMAN BONDAGE - TRECHO
"It is an illusion that youth is happy, an illusion of those who have lost it; but the young know they are wretched, for they are full of the truthless ideals which have been instilled into them, and each time they come in contact with the real they are bruised and wounded. It looks as if they were victims of a conspiracy; for the books they read, ideal by the necessity of selection, and the conversation of their elders, who look back upon the past through a rosy haze of forgetfulness, prepare them for an unreal life. They must discover for themselves that all they have read and all they have been told are lies, lies, lies; and each discovery is another nail driven into the body on the cross of life."
(W. Somerset Maugham, escritor inglês)
"It is an illusion that youth is happy, an illusion of those who have lost it; but the young know they are wretched, for they are full of the truthless ideals which have been instilled into them, and each time they come in contact with the real they are bruised and wounded. It looks as if they were victims of a conspiracy; for the books they read, ideal by the necessity of selection, and the conversation of their elders, who look back upon the past through a rosy haze of forgetfulness, prepare them for an unreal life. They must discover for themselves that all they have read and all they have been told are lies, lies, lies; and each discovery is another nail driven into the body on the cross of life."
(W. Somerset Maugham, escritor inglês)
IT NEVER CEASES TO AMAZE ME
é verdadeiramente admirável, essa nossa inesgotável habilidade para acumular preconceitos de todos os tipos. o único consolo (...e seria um consolo?) é que os critérios pelos quais discriminamos dizem mais a nosso próprio respeito do que daqueles que são nosso alvo. é ali, em todos e cada um deles, que nossa mesquinhez dissimulada se deixa entrever. felizmente, ninguém para pra olhar. a maior parte das pessoas está entretida demais com sua própria insignificância pra perceber a dos demais. assim estamos todos a salvo.
é verdadeiramente admirável, essa nossa inesgotável habilidade para acumular preconceitos de todos os tipos. o único consolo (...e seria um consolo?) é que os critérios pelos quais discriminamos dizem mais a nosso próprio respeito do que daqueles que são nosso alvo. é ali, em todos e cada um deles, que nossa mesquinhez dissimulada se deixa entrever. felizmente, ninguém para pra olhar. a maior parte das pessoas está entretida demais com sua própria insignificância pra perceber a dos demais. assim estamos todos a salvo.
29 de março de 2003
MY THOUGHTS EXACTLY
já disse que esse cara é foda? o que me lembra. tenho que parar de citá-lo aqui. isso já está ficando chato.
"O antiamericanismo está na moda, como o antisemitismo estava na década de trinta, e pode acabar igualmente mal (é típico da humanidade escolher sempre os povos mais legaizinhos pra implicar). Na tevê todo mundo odeia americanos: a professorinha com lábio leporino, o VJ muderninho, a garota bonitinha, o homem-sanduíche de tenros sentimentos. E chego em casa e vejo uma tia minha, que sempre achei suave, falando dos americanos, com ódio; e quando eu disse que ela estava com ódio, ela disse que não estava com ódio; só não gostava de gente sem-educação, prepotente, arrogante, com o rei na barriga, metida a besta, cruel, assassina, violenta, mentecapta, idiota, desgraçada, imunda. Mas ódio, não. Tentei dizer a ela que, sem os americanos, estaríamos todos lendo histórias edificantes sobre o camponês Ivan e seu magnífico, lustroso trator. O fato em si foi grandiloqüente, então me deixem ser grandiloqüente: os estados unidos salvaram o mundo. Pelo menos duas vezes, last time I checked. Não só isso como emprestam dinheiro para a minha tia ter estrada para ir à praia, desenvolvem remédio para minha tia controlar a osteoporose, e fizeram filme da Doris Day pra minha tia ver na tevê. Digo isso e a minha tia desvia os olhos, fica olhando pra parede, com ódio. O antiamericanismo está realmente no ar. Quanto a mim, lealdade para sempre ao país que me deu Columbo, Jornada nas Estrelas e Buffy."
já disse que esse cara é foda? o que me lembra. tenho que parar de citá-lo aqui. isso já está ficando chato.
"O antiamericanismo está na moda, como o antisemitismo estava na década de trinta, e pode acabar igualmente mal (é típico da humanidade escolher sempre os povos mais legaizinhos pra implicar). Na tevê todo mundo odeia americanos: a professorinha com lábio leporino, o VJ muderninho, a garota bonitinha, o homem-sanduíche de tenros sentimentos. E chego em casa e vejo uma tia minha, que sempre achei suave, falando dos americanos, com ódio; e quando eu disse que ela estava com ódio, ela disse que não estava com ódio; só não gostava de gente sem-educação, prepotente, arrogante, com o rei na barriga, metida a besta, cruel, assassina, violenta, mentecapta, idiota, desgraçada, imunda. Mas ódio, não. Tentei dizer a ela que, sem os americanos, estaríamos todos lendo histórias edificantes sobre o camponês Ivan e seu magnífico, lustroso trator. O fato em si foi grandiloqüente, então me deixem ser grandiloqüente: os estados unidos salvaram o mundo. Pelo menos duas vezes, last time I checked. Não só isso como emprestam dinheiro para a minha tia ter estrada para ir à praia, desenvolvem remédio para minha tia controlar a osteoporose, e fizeram filme da Doris Day pra minha tia ver na tevê. Digo isso e a minha tia desvia os olhos, fica olhando pra parede, com ódio. O antiamericanismo está realmente no ar. Quanto a mim, lealdade para sempre ao país que me deu Columbo, Jornada nas Estrelas e Buffy."
RAPIDINHAS - ECHO AND THE BUNNYMEN
"am i the happy loss
will i still recoil when all the skin is lost
am i the worhty cross
will i still be soiled when all the dirt is off
conquering myself until i see another hurlde approaching
say we can, say we will
not just another drop in the ocean"
"am i the happy loss
will i still recoil when all the skin is lost
am i the worhty cross
will i still be soiled when all the dirt is off
conquering myself until i see another hurlde approaching
say we can, say we will
not just another drop in the ocean"
Ô ASSUNTINHO CANSATIVO
faço minhas as palavras do neo zeitgeist.
"Quer saber? Chega de guerra, já deu, me alienei. Não quero saber sobre esse mundo monotemático e horrorizado e em choque e sob o comando de bárbaros. Vou criar o meu próprio mundo. Não aguento mais 'saber tudo' sobre a guerra, ver 'mais de mil fotos', mapas, glossário, diários do front, especificações dos aviões, tanques, mísseis, o caralho _até porque fiquei decepcionado ao saber que cavalaria não tem cavalos e infantaria não tem crianças. Isso é muito, muito chato, tedioso.
É muito foda ler que 15 iraquianos mortos é um massacre. Um final de semana na periferia de SP é o quê? O Holocausto? É bastante cansativo.
Que se fodam os americanos e as notícias da guerra. Quando isso tudo acabar, me avise. Porque a partir de agora estou de headphones para o mundo."
faço minhas as palavras do neo zeitgeist.
"Quer saber? Chega de guerra, já deu, me alienei. Não quero saber sobre esse mundo monotemático e horrorizado e em choque e sob o comando de bárbaros. Vou criar o meu próprio mundo. Não aguento mais 'saber tudo' sobre a guerra, ver 'mais de mil fotos', mapas, glossário, diários do front, especificações dos aviões, tanques, mísseis, o caralho _até porque fiquei decepcionado ao saber que cavalaria não tem cavalos e infantaria não tem crianças. Isso é muito, muito chato, tedioso.
É muito foda ler que 15 iraquianos mortos é um massacre. Um final de semana na periferia de SP é o quê? O Holocausto? É bastante cansativo.
Que se fodam os americanos e as notícias da guerra. Quando isso tudo acabar, me avise. Porque a partir de agora estou de headphones para o mundo."
ASSIM FICA DIFÍCIL
comecei a fazer spinning esses dias. achei que fosse achar o ritmo puxado, ou a postura difícil de manter, ou que fosse me faltar a disciplina para comparecer sempre. nada disso. até o momento, o maior obstáculo à minha presença nas aulas é a música farofa que os professores tocam. na boa, o melhor (frise-se MELHOR) que se tocou ali foi the calling (!). pra quem não conhece (e quem não conhece nada perde), esclareço: trata-se de uma versão de terceira categoria de creed, que por sua vez é uma versão de terceira categoria de pearl jam (isso, sim, uma banda decente). significa dizer que, no fundo, no fundo, é backstreet boys com umas guitarrinhas safadas. e acompanhando o rock macarrônico, estão jorge vercilo, fat family, tribalistas, e uns hip hops de doer. é, eu mereço.
comecei a fazer spinning esses dias. achei que fosse achar o ritmo puxado, ou a postura difícil de manter, ou que fosse me faltar a disciplina para comparecer sempre. nada disso. até o momento, o maior obstáculo à minha presença nas aulas é a música farofa que os professores tocam. na boa, o melhor (frise-se MELHOR) que se tocou ali foi the calling (!). pra quem não conhece (e quem não conhece nada perde), esclareço: trata-se de uma versão de terceira categoria de creed, que por sua vez é uma versão de terceira categoria de pearl jam (isso, sim, uma banda decente). significa dizer que, no fundo, no fundo, é backstreet boys com umas guitarrinhas safadas. e acompanhando o rock macarrônico, estão jorge vercilo, fat family, tribalistas, e uns hip hops de doer. é, eu mereço.
28 de março de 2003
HIPERCRONISMO
"Continuo com a sensação horrível de que o tempo passa rápido demais, o tempo me ultrapassa. Ou então é uma locomotiva desgovernada comigo dentro. Se esta última metáfora fosse literalizada, quer dizer, tornada real e literal, eu saltaria dela. Mas não adiantaria, pois onde o meu pulo da locomotiva desgovernada me aterrissaria? Ora, se o tempo é a locomotiva, sair dela só poderia me levar para outra metáfora, a eternidade. Porém, esta é impossível de ser literalizada.
Sabe as metáforas que pelo uso contínuo viram catacreses, ou seja, perdem o sentido original? Exemplos seriam 'pé de mesa' e 'braço da cadeira', para ficar só nos referentes a mobília. Mas mesa não tem pé, cadeira não tem braço, é impossível *embarcar* em um avião ou em um trem. Assim como o trem, quer dizer, a locomotiva não é o tempo e tampouco saltar de uma em movimento nos levaria à eternidade. A eternidade é mais uma catacrese, uma metáfora com máscara de literalidade. Metáforas, ou melhor, as frases que as contém são sempre falsas. Por exemplo, "o tempo é uma merda". Uma falsidade óbvia: posso não saber direito o que é o tempo, mas sei certamente que ele *não* é feito de matérias fecais, excremento, enfim, de merda. Mas ele é uma merda, a Grande Merda. Merda movediça na qual afundamos -
AfunAMOS não, *vocês* afundam lentamente, mas eu rapidamente, como se o 'itálico' pudesse dar idéia de rapidez. Tá vendo, outra metáfora? Neste caso, ruim. Mas não tem problema, porque, como já vimos, metáforas sempre expressam falsidades e, neste sentido, todas se equivalem. Metáfora é uma merda."
"Continuo com a sensação horrível de que o tempo passa rápido demais, o tempo me ultrapassa. Ou então é uma locomotiva desgovernada comigo dentro. Se esta última metáfora fosse literalizada, quer dizer, tornada real e literal, eu saltaria dela. Mas não adiantaria, pois onde o meu pulo da locomotiva desgovernada me aterrissaria? Ora, se o tempo é a locomotiva, sair dela só poderia me levar para outra metáfora, a eternidade. Porém, esta é impossível de ser literalizada.
Sabe as metáforas que pelo uso contínuo viram catacreses, ou seja, perdem o sentido original? Exemplos seriam 'pé de mesa' e 'braço da cadeira', para ficar só nos referentes a mobília. Mas mesa não tem pé, cadeira não tem braço, é impossível *embarcar* em um avião ou em um trem. Assim como o trem, quer dizer, a locomotiva não é o tempo e tampouco saltar de uma em movimento nos levaria à eternidade. A eternidade é mais uma catacrese, uma metáfora com máscara de literalidade. Metáforas, ou melhor, as frases que as contém são sempre falsas. Por exemplo, "o tempo é uma merda". Uma falsidade óbvia: posso não saber direito o que é o tempo, mas sei certamente que ele *não* é feito de matérias fecais, excremento, enfim, de merda. Mas ele é uma merda, a Grande Merda. Merda movediça na qual afundamos -
AfunAMOS não, *vocês* afundam lentamente, mas eu rapidamente, como se o 'itálico' pudesse dar idéia de rapidez. Tá vendo, outra metáfora? Neste caso, ruim. Mas não tem problema, porque, como já vimos, metáforas sempre expressam falsidades e, neste sentido, todas se equivalem. Metáfora é uma merda."
(marcelo, dono do blogauti. visitem esse cara. difícil achar gente que te faz pensar. esse mérito, entre outros, o homem tem. o que me lembra, o "rapidamente" em negrito ali em cima está em itálico no texto original.)
27 de março de 2003
CONVERSATION
"The tumult in the heart
keeps asking questions.
And then it stops and undertakes to answer
in the same tone of voice.
No one could tell the difference.
Uninnocent, these conversations start,
and then engage the senses,
only half-meaning to.
And then there is no choice,
and then there is no sense;
until a name
and all its connotation are the same."
(Elizabeth Bishop, poetisa americana)
"The tumult in the heart
keeps asking questions.
And then it stops and undertakes to answer
in the same tone of voice.
No one could tell the difference.
Uninnocent, these conversations start,
and then engage the senses,
only half-meaning to.
And then there is no choice,
and then there is no sense;
until a name
and all its connotation are the same."
(Elizabeth Bishop, poetisa americana)
26 de março de 2003
I WANNA A PISTOL IN MY HAND, I WANNA GO TO A DIFFERENT LAND
me disseram uma vez que a vida é pra valer, não tem treinamento, replay, segunda chance. e que por isso mesmo, na vida tudo pode, xingar a mãe, unha no olho, chute no saco. que a gente luta com as armas que tem, com todas e cada uma delas. de vez em quando eu acordo e penso, vou pegar minhas armas, que hoje é dia de enfrentar a vida. e me pergunto que armas me pertencem. e me lembro de drummond, esse poetinha danado de bom de quem eu sempre me esqueço. suas palavras ecoam na minha cabeça, tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo. é só isso que tenho. espero que seja o suficiente.
me disseram uma vez que a vida é pra valer, não tem treinamento, replay, segunda chance. e que por isso mesmo, na vida tudo pode, xingar a mãe, unha no olho, chute no saco. que a gente luta com as armas que tem, com todas e cada uma delas. de vez em quando eu acordo e penso, vou pegar minhas armas, que hoje é dia de enfrentar a vida. e me pergunto que armas me pertencem. e me lembro de drummond, esse poetinha danado de bom de quem eu sempre me esqueço. suas palavras ecoam na minha cabeça, tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo. é só isso que tenho. espero que seja o suficiente.
18 DE MARÇO
"Ele estava com um livro na mão mas não lia, olhava em frente, quieto. Perguntei o que ele estava olhando. 'Estou olhando aqui dentro de mim mesmo' - ele respondeu. E o que você está vendo é bonito? - eu quis saber e seus grandes olhos esverdeados estavam úmidos e neles, como num espelho, vi refletido o seu interior. Fui saindo na ponta dos pés."
(Lygia Fagundes Telles, in A Disciplina do Amor. grifos nossos.)
"Ele estava com um livro na mão mas não lia, olhava em frente, quieto. Perguntei o que ele estava olhando. 'Estou olhando aqui dentro de mim mesmo' - ele respondeu. E o que você está vendo é bonito? - eu quis saber e seus grandes olhos esverdeados estavam úmidos e neles, como num espelho, vi refletido o seu interior. Fui saindo na ponta dos pés."
(Lygia Fagundes Telles, in A Disciplina do Amor. grifos nossos.)
MINHA IMAGEM REFLETIDA NOS OLHOS DOS OUTROS
sempre que penso em quanta energia desperdicei na tentativa besta de me tornar igual, me adequar, me encaixar, me tolher, me agredir, tudo pra ser aceita por tantas pessoas que não importam, que nunca importaram, então me vem à cabeça a estupidez em que consistiu boa parte da minha existência. apenas porque eu só conseguia me enxergar na imagem que via refletida nos olhos dos outros. então me pego às vezes fazendo isso de novo, talvez por força do hábito, talvez porque eu ainda caminhe em direção àquele lugar onde consiga olhar e conversar comigo mesma sem precisar de intermediários. é quando me pergunto quando é que isso vai parar, enquanto sacudo a cabeça e me lembro de que eu sou tudo o que eu preciso ser, tudo o que eu devo ser, e mentalmente procuro dar de ombro para as opiniões divergentes.
sempre que penso em quanta energia desperdicei na tentativa besta de me tornar igual, me adequar, me encaixar, me tolher, me agredir, tudo pra ser aceita por tantas pessoas que não importam, que nunca importaram, então me vem à cabeça a estupidez em que consistiu boa parte da minha existência. apenas porque eu só conseguia me enxergar na imagem que via refletida nos olhos dos outros. então me pego às vezes fazendo isso de novo, talvez por força do hábito, talvez porque eu ainda caminhe em direção àquele lugar onde consiga olhar e conversar comigo mesma sem precisar de intermediários. é quando me pergunto quando é que isso vai parar, enquanto sacudo a cabeça e me lembro de que eu sou tudo o que eu preciso ser, tudo o que eu devo ser, e mentalmente procuro dar de ombro para as opiniões divergentes.
25 de março de 2003
CONSCIENTE COLETIVO
"Vou começar com o exemplo clássico, para ir direto ao assunto. Duas ilhas, intocadas pelo homem, repletas de macacos, ambas distantes entre si o suficiente para que nenhum macaco consiga ter qualquer tipo de contato com outros da outra ilha. Eis que, um dia, um macaco descobre que, ao bater com uma pedra no côco, ele consegue abri-lo de forma mais prática e rápida do que simplesmente arremessando-o ao chão. Aos poucos, por observação, os outros o imitam e logo toda ilha está usando tal tecnologia. Até aí, tudo bem.
O lance é que quando o último macaco da primeira ilha aprende a usar as pedras, um outro macaco, da segunda ilha, aprende logo em seguida. Sem nunca ter estado próximo da primeira ilha, nem conhecido qualquer outro macaco que soubesse abrir cocos com pedras. A idéia vem - puf! - como se fosse mágica.
O inglês Rupert Sheldrake descobriu é que não é. Em cima das experiências do americano William McDougal (que passou uma década e meia ensinando gerações de ratos de laboratório que o alimento estava no buraco escuro, e não no iluminado), ele resolveu ir além. Os resultados das experiências da McDougal já eram absurdamente intrigantes: afinal, não só os descendentes dos ratos testados aprendiam a ir ao buraco claro como os outros ratos, fora do laboratório, também aprendiam isto. A espécie aprendia.
Sheldrake resolveu ir adiante com os experimentos. Testou com outros animais, sempre com o mesmo resultado. Testou com cristais (que "aprendiam" a se sintetizar logo após que um primeiro laboratório conseguia produzir o cristal in vitro). Testou com seres humanos: primeiro com aquele tipo de truque de ilusão de ótica em que as letras de uma palavra estão em branco e os espaços em preto, dando a impressão que as letras são os espaços (você sabe: ou você lê "Jesus" ou "Todo veado é míope"). Depois ensinando palavras e frases em japonês para crianças inglesas (que "aprendiam" mais rápido as frases que faziam sentido - para quem sabe japonês, claro - do que aquelas que não diziam nada). Em todas as experiências, o mesmo resultado." (grifos nossos)
artigo do alexandre matias para a fraude. leiam o resto aqui.
"Vou começar com o exemplo clássico, para ir direto ao assunto. Duas ilhas, intocadas pelo homem, repletas de macacos, ambas distantes entre si o suficiente para que nenhum macaco consiga ter qualquer tipo de contato com outros da outra ilha. Eis que, um dia, um macaco descobre que, ao bater com uma pedra no côco, ele consegue abri-lo de forma mais prática e rápida do que simplesmente arremessando-o ao chão. Aos poucos, por observação, os outros o imitam e logo toda ilha está usando tal tecnologia. Até aí, tudo bem.
O lance é que quando o último macaco da primeira ilha aprende a usar as pedras, um outro macaco, da segunda ilha, aprende logo em seguida. Sem nunca ter estado próximo da primeira ilha, nem conhecido qualquer outro macaco que soubesse abrir cocos com pedras. A idéia vem - puf! - como se fosse mágica.
O inglês Rupert Sheldrake descobriu é que não é. Em cima das experiências do americano William McDougal (que passou uma década e meia ensinando gerações de ratos de laboratório que o alimento estava no buraco escuro, e não no iluminado), ele resolveu ir além. Os resultados das experiências da McDougal já eram absurdamente intrigantes: afinal, não só os descendentes dos ratos testados aprendiam a ir ao buraco claro como os outros ratos, fora do laboratório, também aprendiam isto. A espécie aprendia.
Sheldrake resolveu ir adiante com os experimentos. Testou com outros animais, sempre com o mesmo resultado. Testou com cristais (que "aprendiam" a se sintetizar logo após que um primeiro laboratório conseguia produzir o cristal in vitro). Testou com seres humanos: primeiro com aquele tipo de truque de ilusão de ótica em que as letras de uma palavra estão em branco e os espaços em preto, dando a impressão que as letras são os espaços (você sabe: ou você lê "Jesus" ou "Todo veado é míope"). Depois ensinando palavras e frases em japonês para crianças inglesas (que "aprendiam" mais rápido as frases que faziam sentido - para quem sabe japonês, claro - do que aquelas que não diziam nada). Em todas as experiências, o mesmo resultado." (grifos nossos)
artigo do alexandre matias para a fraude. leiam o resto aqui.
DE NOVO, NA GUERRA
dica do interney: dois sites de guerra que dão acesso a opiniões passionais e irreconciliáveis, o warblogs e o peaceblogs. eles linkam para diversos blogs que comentam o assunto. parecem ótimos pra quem se interessa em ver o mesmo fato sob diversas perspectivas.
dica do interney: dois sites de guerra que dão acesso a opiniões passionais e irreconciliáveis, o warblogs e o peaceblogs. eles linkam para diversos blogs que comentam o assunto. parecem ótimos pra quem se interessa em ver o mesmo fato sob diversas perspectivas.
24 de março de 2003
POR QUE EU PRECISO VOLTAR PRO IOGA
uma das maiores merdas da vida é o apego, me disseram esses dias. acho que os termos exatos eram, para ouvir a voz do universo é imprescindível superar o apego. estou começando a me convencer da verdade dessas palavras.
uma das maiores merdas da vida é o apego, me disseram esses dias. acho que os termos exatos eram, para ouvir a voz do universo é imprescindível superar o apego. estou começando a me convencer da verdade dessas palavras.
IT'S BEYOND ME
o que leva uma criatura a desperdiçar tempo, esse artigo tão escasso no mercado, escrevendo mensagens azedas pra uma pessoa que sequer a conhece, e que honestamente não dá a mínima? vai entender. talvez receber hate mail seja um bom sinal: até quem não gosta de você está prestando atenção. apesar de que, particularmente, não sou grande fã dessa idéia tão leonina, de love me, loath me, but look at me. prefiro que as pessoas se manifestem apenas quando têm algo relevante pra dizer. caso contrário, bico fechado. se por nenhum outro motivo, pelo menos pra não entrar mosca.
quem sabe o próximo passo não seja um domínio próprio? algo como www.ihatelimaozinho.com, ou www.limaozinhosucksbigtime.com.
alguém se habilita?
o que leva uma criatura a desperdiçar tempo, esse artigo tão escasso no mercado, escrevendo mensagens azedas pra uma pessoa que sequer a conhece, e que honestamente não dá a mínima? vai entender. talvez receber hate mail seja um bom sinal: até quem não gosta de você está prestando atenção. apesar de que, particularmente, não sou grande fã dessa idéia tão leonina, de love me, loath me, but look at me. prefiro que as pessoas se manifestem apenas quando têm algo relevante pra dizer. caso contrário, bico fechado. se por nenhum outro motivo, pelo menos pra não entrar mosca.
quem sabe o próximo passo não seja um domínio próprio? algo como www.ihatelimaozinho.com, ou www.limaozinhosucksbigtime.com.
alguém se habilita?
ESPERE, BABY
"espere baby não desespere
não me venha com propostas tão fora de propósito
não acene com planos mirabolantes mas tão distantes
espere baby não desespere
vamos tomar mais um e falar sobre o mistério da lua vaga
dylan na vitrola dedo nas teclas
canto invento enquanto o vento marasma
espere baby não desespere
temos um quarto uma eletrola uma cartola
vamos puxar um coelho um baralho e um castelo de cartas
vamos viver o tempo esquecido do mago merlin
vamos montar o espelho partido da vida como ela é
espere baby não desespere
a lagoa há de secare nós não ficaremos mais a ver navios
e nós não ficaremos mais a roer o fio da vida
e nós não ficaremos mais a temer a asa negra do fim
espere baby não desespere
porque nesse dia soprará o vento da ventura
porque nesse dia chegará a roda da fortuna
porque nesse dia se ouvirá o canto do amor
e meu dedo não mais ferirá o silêncio da noite
com estampidos perdidos."
(Chacal, in Drops de Abril)
"espere baby não desespere
não me venha com propostas tão fora de propósito
não acene com planos mirabolantes mas tão distantes
espere baby não desespere
vamos tomar mais um e falar sobre o mistério da lua vaga
dylan na vitrola dedo nas teclas
canto invento enquanto o vento marasma
espere baby não desespere
temos um quarto uma eletrola uma cartola
vamos puxar um coelho um baralho e um castelo de cartas
vamos viver o tempo esquecido do mago merlin
vamos montar o espelho partido da vida como ela é
espere baby não desespere
a lagoa há de secare nós não ficaremos mais a ver navios
e nós não ficaremos mais a roer o fio da vida
e nós não ficaremos mais a temer a asa negra do fim
espere baby não desespere
porque nesse dia soprará o vento da ventura
porque nesse dia chegará a roda da fortuna
porque nesse dia se ouvirá o canto do amor
e meu dedo não mais ferirá o silêncio da noite
com estampidos perdidos."
(Chacal, in Drops de Abril)
23 de março de 2003
CHEGA DE MIM POR HOJE
mas como é dura esta tarefa de traduzir a desordem das minhas sinapses em alfabetos, naquilo que é perfeito e acabado. mas como, se eu não sou perfeita e espero estar longe de acabada? mas sigo (não sei se pra frente ou pra trás), oferecendo questões como respostas, não tenho paz e tiro a paz de quem por acaso esteja ao redor. denuncio a incerteza da areia movediça sob nossos pés, enquanto nela firmo os meus alicerces. brado contra a tolice que é viver sonhando acordado, ao mesmo tempo em que persigo o próximo trampolim que levará novamente minha cabeça até as nuvens. cansativo, isto, de incessantemente buscar dar sentido ao paradoxo que me tornei, mesmo sabendo que no mundo não existe sentido mesmo, que a lógica é nada mais que uma frágil construção. que os significados todos são aleatoriamente por nós atribuídos. que as coisas simplesmente são, seriam da mesma maneira, ainda que sem e apesar da interferência desta cognição que lhes é fundamentalmente alheia.
mas por hoje chega. estou saturada de mim mesma. não dá. chega de bancar dom quixote, de enfrentar temerariamente o abismo da humanidade. pelo menos, por hoje.
chega de mim por hoje.
mas como é dura esta tarefa de traduzir a desordem das minhas sinapses em alfabetos, naquilo que é perfeito e acabado. mas como, se eu não sou perfeita e espero estar longe de acabada? mas sigo (não sei se pra frente ou pra trás), oferecendo questões como respostas, não tenho paz e tiro a paz de quem por acaso esteja ao redor. denuncio a incerteza da areia movediça sob nossos pés, enquanto nela firmo os meus alicerces. brado contra a tolice que é viver sonhando acordado, ao mesmo tempo em que persigo o próximo trampolim que levará novamente minha cabeça até as nuvens. cansativo, isto, de incessantemente buscar dar sentido ao paradoxo que me tornei, mesmo sabendo que no mundo não existe sentido mesmo, que a lógica é nada mais que uma frágil construção. que os significados todos são aleatoriamente por nós atribuídos. que as coisas simplesmente são, seriam da mesma maneira, ainda que sem e apesar da interferência desta cognição que lhes é fundamentalmente alheia.
mas por hoje chega. estou saturada de mim mesma. não dá. chega de bancar dom quixote, de enfrentar temerariamente o abismo da humanidade. pelo menos, por hoje.
chega de mim por hoje.
22 de março de 2003
CLICHÊ
não vou encher os ouvidos de vocês com palavras que vão soar pra lá de batidas, a respeito de como no momento a voz do universo está clara pra mim e que parece que é pra isso que a gente vive uma vida inteira. saibam apenas que agora tudo está fazendo sentido e eu estou em paz. só isso. e isso é muito.
não vou encher os ouvidos de vocês com palavras que vão soar pra lá de batidas, a respeito de como no momento a voz do universo está clara pra mim e que parece que é pra isso que a gente vive uma vida inteira. saibam apenas que agora tudo está fazendo sentido e eu estou em paz. só isso. e isso é muito.
HERE THE FRAILEST LEAVES OF ME
"Here the frailest leaves of me and yet my strongest lasting,
Here I shade and hide my thoughts, I myself do not expose them,
And yet they expose me more than all my other poems."
(Walt Whitman, poeta americano)
"Here the frailest leaves of me and yet my strongest lasting,
Here I shade and hide my thoughts, I myself do not expose them,
And yet they expose me more than all my other poems."
(Walt Whitman, poeta americano)
AM I GOOD OR WHAT?
há aqueles processos em que a gente não vê saída, e quanto mais pensa, mais se convence que não tem jeito, que o cliente está é errado mesmo, que levar um belo ferro é inevitável. estava com um desses. no último minuto, encontro um argumento tão bom que convenceu até a mim. e que tem um senhor respaldo (pasmem!) em várias decisões de cortes superiores. é nessas horas que tenho vontade de me tornar advogada.
há aqueles processos em que a gente não vê saída, e quanto mais pensa, mais se convence que não tem jeito, que o cliente está é errado mesmo, que levar um belo ferro é inevitável. estava com um desses. no último minuto, encontro um argumento tão bom que convenceu até a mim. e que tem um senhor respaldo (pasmem!) em várias decisões de cortes superiores. é nessas horas que tenho vontade de me tornar advogada.
QUESTÃO DE FÉ
já fiz isso algumas (várias) vezes, mas ainda não me acostumei. defender com unhas e dentes um posicionamento que você sabe bem ser uma grande balela é a essência da advocacia, todo mundo sabe disso. claro que você faz isso em nome de valores maiores que os que estão em jogo em uma lide isolada. valores como a ampla defesa, que é um princípio sobre o qual repousa o próprio estado democrático de direito, sem exageros. e claro que é esse o trabalho do advogado, promover a defesa dos interesses do seu cliente. presume-se que o juiz, a quem de fato compete dizer quem está certo ou errado, será capaz de aplicar sempre o bom direito, de enxergar os fatos tais como ocorreram, e que verdade virá à tona através do confronto dialético representado pelo processo. que assim a justiça acabará se realizando. é parecido com a idéia de que estamos num filme de mocinho e de bandido, e que por mais que o vilão trapaceie, e distorça a verdade, e confunda o herói, o bem sempre vence no final. a gente se diz tudo isso. e tudo isso está certo. tudo isso é lindo. só que a prática podia ser um pouquinho, só mais um pouquinho, parecida com a teoria. não é pedir muito. talvez me ajudasse a me sentir menos suja quando digo um monte de bobagens escondidas atrás de excelências e data venias. acho que ainda gosto da batalha. talvez seja a crença na arbitragem o que está seriamente abalado.
acho que no fim tudo na vida é questão de fé. ainda tenho fé na justiça, no saldo. só espero que minha fé sobreviva à prática jurídica. o páreo está duro.
já fiz isso algumas (várias) vezes, mas ainda não me acostumei. defender com unhas e dentes um posicionamento que você sabe bem ser uma grande balela é a essência da advocacia, todo mundo sabe disso. claro que você faz isso em nome de valores maiores que os que estão em jogo em uma lide isolada. valores como a ampla defesa, que é um princípio sobre o qual repousa o próprio estado democrático de direito, sem exageros. e claro que é esse o trabalho do advogado, promover a defesa dos interesses do seu cliente. presume-se que o juiz, a quem de fato compete dizer quem está certo ou errado, será capaz de aplicar sempre o bom direito, de enxergar os fatos tais como ocorreram, e que verdade virá à tona através do confronto dialético representado pelo processo. que assim a justiça acabará se realizando. é parecido com a idéia de que estamos num filme de mocinho e de bandido, e que por mais que o vilão trapaceie, e distorça a verdade, e confunda o herói, o bem sempre vence no final. a gente se diz tudo isso. e tudo isso está certo. tudo isso é lindo. só que a prática podia ser um pouquinho, só mais um pouquinho, parecida com a teoria. não é pedir muito. talvez me ajudasse a me sentir menos suja quando digo um monte de bobagens escondidas atrás de excelências e data venias. acho que ainda gosto da batalha. talvez seja a crença na arbitragem o que está seriamente abalado.
acho que no fim tudo na vida é questão de fé. ainda tenho fé na justiça, no saldo. só espero que minha fé sobreviva à prática jurídica. o páreo está duro.
21 de março de 2003
DAS ILUSÕES
"Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida.
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
Que extraordinária sensação de alívio!"
(Mário Quintana, poeta brasileiro)
"Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida.
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
Que extraordinária sensação de alívio!"
(Mário Quintana, poeta brasileiro)
AH, A INSATISFAÇÃO HUMANA
e eu estava toda animadinha porque vou pra skol beats no dia 26 de abril. murchei quando fiquei sabendo pelo rafa, inc. que vai ter coisa muito, mas muito, mas MUITO melhor rolando no mesmo dia. pena que seja na califórnia e o meu orçamento seja invisível a olho nu. agora entrei em depressão profunda. vou começar a campanha 'mande um limãozinho pro coachella'. quem quiser contribuir, envie-me um e-mail, que eu respondo fornecendo a minha conta bancária.
e eu estava toda animadinha porque vou pra skol beats no dia 26 de abril. murchei quando fiquei sabendo pelo rafa, inc. que vai ter coisa muito, mas muito, mas MUITO melhor rolando no mesmo dia. pena que seja na califórnia e o meu orçamento seja invisível a olho nu. agora entrei em depressão profunda. vou começar a campanha 'mande um limãozinho pro coachella'. quem quiser contribuir, envie-me um e-mail, que eu respondo fornecendo a minha conta bancária.
... MAS EU TENHO MESMO QUE FALAR DESSA TAL DE GUERRA...?
é, começou a guerra. e o que mais me incomoda nela é que fizeram tábula rasa de todos os possíveis e imagináveis princípios de direito internacional, aqueles que supostamente deveriam servir de semente para um mundo mais justo e igualitário. este episódio deixou claro que, para alguns países (a.k.a. eua), a onu, em lugar de ser um órgão com a finalidade de obter consensos na comunidade internacional, só tem utilidade enquanto legitimar suas posturas e atender a seus interesses. a idéia é de, ah, não me apoiou? sem problemas. a gente passa por cima. e isso não sou eu quem diz não. é gente com cacife. gente que lê todas as edições da le monde diplomatique de cabo a rabo, incluindo as notas de rodapé.
é só com isso que me preocupo, a longo prazo. com isso e com a inflação prevista na hipótese da guerra ser longa e o comércio de petróleo ser afetado. o ipea está falando em 13,2% ao ano. soa catastrófico. e ainda assim a perspectiva é otimista.
só não sei se essa estória me tira toda vontade de seguir a carreira diplomática, ou se me dá ainda mais gana para fazê-lo. acho que um pouco dos dois.
é, começou a guerra. e o que mais me incomoda nela é que fizeram tábula rasa de todos os possíveis e imagináveis princípios de direito internacional, aqueles que supostamente deveriam servir de semente para um mundo mais justo e igualitário. este episódio deixou claro que, para alguns países (a.k.a. eua), a onu, em lugar de ser um órgão com a finalidade de obter consensos na comunidade internacional, só tem utilidade enquanto legitimar suas posturas e atender a seus interesses. a idéia é de, ah, não me apoiou? sem problemas. a gente passa por cima. e isso não sou eu quem diz não. é gente com cacife. gente que lê todas as edições da le monde diplomatique de cabo a rabo, incluindo as notas de rodapé.
é só com isso que me preocupo, a longo prazo. com isso e com a inflação prevista na hipótese da guerra ser longa e o comércio de petróleo ser afetado. o ipea está falando em 13,2% ao ano. soa catastrófico. e ainda assim a perspectiva é otimista.
só não sei se essa estória me tira toda vontade de seguir a carreira diplomática, ou se me dá ainda mais gana para fazê-lo. acho que um pouco dos dois.
MAS SE VOCÊ TEM SEDE DE SANGUE
pra quem estiver interessado em acompanhar essa guerra de perto, o rafa, inc. fez uma lista de blogs relacionados a essa guerra. coisa de jornalistas, alguns inclusive escrevendo de lá da zona de conflito. vou tentar não abordar muito esse assunto. a gente já está sendo bombardeado com ele de todos os lados, e eu prefiro me abster de emitir opiniões enquanto conseguir manter minha boca fechada. recomendo também os tradicionais. a cobertura do estadão, a le monde diplomatique e o site de relações internacionais do pessoal da unb. acho que é isso. mas se lembrar de mais algum, aviso.
pra quem estiver interessado em acompanhar essa guerra de perto, o rafa, inc. fez uma lista de blogs relacionados a essa guerra. coisa de jornalistas, alguns inclusive escrevendo de lá da zona de conflito. vou tentar não abordar muito esse assunto. a gente já está sendo bombardeado com ele de todos os lados, e eu prefiro me abster de emitir opiniões enquanto conseguir manter minha boca fechada. recomendo também os tradicionais. a cobertura do estadão, a le monde diplomatique e o site de relações internacionais do pessoal da unb. acho que é isso. mas se lembrar de mais algum, aviso.
RAPIDINHAS - MORPHINE
"Last night I told a stranger all about you
They smiled patiently with disbelief
I always knew you would succeed no matter what you tried
And I know you did it all in spite of me
Still I'm proud to have known you for the short time that I did
Glad to have been a step up on your way
Proud to be part of your illustrious career
And I know you did it all in spite of me"
"Last night I told a stranger all about you
They smiled patiently with disbelief
I always knew you would succeed no matter what you tried
And I know you did it all in spite of me
Still I'm proud to have known you for the short time that I did
Glad to have been a step up on your way
Proud to be part of your illustrious career
And I know you did it all in spite of me"
20 de março de 2003
CANÇÃO PARA UM DESENCONTRO
"Deixa-me errar alguma vez,
porque também sou isso: incerta e dura,
e ansiosa de não te perder agora que entrevejo
um horizonte.
Deixa-me errar e me compreende,
porque se faço mal é por querer-te
desta maneira tola, e tonta, eternamente
recomeçando a cada dia como num descobrimento
dos teus territórios de carne e sonhos, dos teus
desvãos de música ou vôo, teus sótãos e porões,
e dessa escadaria de tua alma.
Deixa-me errar mas não me soltes
para que eu não me perca
deste tênue fio de alegria
dos sustos do amor que se repetem
enquanto houver entre nós essa magia."
(Lya Luft, escritora gaúcha)
"Deixa-me errar alguma vez,
porque também sou isso: incerta e dura,
e ansiosa de não te perder agora que entrevejo
um horizonte.
Deixa-me errar e me compreende,
porque se faço mal é por querer-te
desta maneira tola, e tonta, eternamente
recomeçando a cada dia como num descobrimento
dos teus territórios de carne e sonhos, dos teus
desvãos de música ou vôo, teus sótãos e porões,
e dessa escadaria de tua alma.
Deixa-me errar mas não me soltes
para que eu não me perca
deste tênue fio de alegria
dos sustos do amor que se repetem
enquanto houver entre nós essa magia."
(Lya Luft, escritora gaúcha)
JÁ DISSE QUE ODEIO O HALOSCAN?
difícil não perceber, mas o haloscan seletivamente desapareceu com um monte de comentários, depois surgiu com eles de novo, desse jeito mesmo, bem ao deus-dará. segundo me disseram, esses males são temporários. espero que sejam mesmo. na dúvida, já estou me preparando pra mudar de mala e cuia pra outro sistema de comentários, porque minha curta paciência está a um passo de se esgotar.
de qualquer forma, alguns comentários mais recentes sumiram sem que eu tivesse a chance de respondê-los. vejam bem, esporadicamente, gente importante anda visitando esse meu humilde limoeiro. gente que eu cito, como o alexandre soares da silva, ou o arnaldo branco, ou o bruno galera, ou o fábio danesi rossi, entre outros tantos que são verdadeiras celebridades no mundo blog. são pessoas que me lisonjeiam com sua presença, e por isso as agradeço de coração.
mas agradeço com ênfase ainda maior as visitas reiteradas dos amigos, dos anônimos, e daquelas pessoas que eu não conheço pessoalmente, mas que fizeram disso aqui um hábito. eles são muitos, bem mais do que eu poderia imaginar quando comecei a pentelhar vocês por aqui. não posso citar todos, mas os que têm presenças virtual estão ali do lado (e se eu esqueci alguém, avisem). a atenção de vocês tem um valor infinitamente maior do que eu sou capaz de exprimir. então obrigada. mesmo.
e agora chega de babar todo mundo, que quem está cheia disso sou eu.
difícil não perceber, mas o haloscan seletivamente desapareceu com um monte de comentários, depois surgiu com eles de novo, desse jeito mesmo, bem ao deus-dará. segundo me disseram, esses males são temporários. espero que sejam mesmo. na dúvida, já estou me preparando pra mudar de mala e cuia pra outro sistema de comentários, porque minha curta paciência está a um passo de se esgotar.
de qualquer forma, alguns comentários mais recentes sumiram sem que eu tivesse a chance de respondê-los. vejam bem, esporadicamente, gente importante anda visitando esse meu humilde limoeiro. gente que eu cito, como o alexandre soares da silva, ou o arnaldo branco, ou o bruno galera, ou o fábio danesi rossi, entre outros tantos que são verdadeiras celebridades no mundo blog. são pessoas que me lisonjeiam com sua presença, e por isso as agradeço de coração.
mas agradeço com ênfase ainda maior as visitas reiteradas dos amigos, dos anônimos, e daquelas pessoas que eu não conheço pessoalmente, mas que fizeram disso aqui um hábito. eles são muitos, bem mais do que eu poderia imaginar quando comecei a pentelhar vocês por aqui. não posso citar todos, mas os que têm presenças virtual estão ali do lado (e se eu esqueci alguém, avisem). a atenção de vocês tem um valor infinitamente maior do que eu sou capaz de exprimir. então obrigada. mesmo.
e agora chega de babar todo mundo, que quem está cheia disso sou eu.
19 de março de 2003
PROJETO CINEMÃO 2003
o que me lembra. resolvi começar eu mesma meu projeto cinemão 2003, idéia proposta pela tati figurinha, mas que eu não sei ainda se ela pôs em prática. deixei de desanimar por causa dos sucessivos bolos e desculpas esfarrapadas (ok, nem tão esfarrapadas assim) dos meus amigos relapsos e resolvi ir assisitir a adaptação (já sabia, e acabei confirmando: é um filmaço). fui sozinha, absolutely and utterly alone. e foi difícil acreditar, mas não doeu nadinha. e achei ótimo não ter que ficar adequando minha disponibilidade de tempo e estado de humores aos dos outros. preciso fazer isso mais vezes.
assim, em suma, está aberto o meu projeto cinemão 2003. não vou deixar de assistir a nenhum filme que esteja com vontade de ver pelo simples fato de que faltou companhia. porque cinema não morde.
o que me lembra. resolvi começar eu mesma meu projeto cinemão 2003, idéia proposta pela tati figurinha, mas que eu não sei ainda se ela pôs em prática. deixei de desanimar por causa dos sucessivos bolos e desculpas esfarrapadas (ok, nem tão esfarrapadas assim) dos meus amigos relapsos e resolvi ir assisitir a adaptação (já sabia, e acabei confirmando: é um filmaço). fui sozinha, absolutely and utterly alone. e foi difícil acreditar, mas não doeu nadinha. e achei ótimo não ter que ficar adequando minha disponibilidade de tempo e estado de humores aos dos outros. preciso fazer isso mais vezes.
assim, em suma, está aberto o meu projeto cinemão 2003. não vou deixar de assistir a nenhum filme que esteja com vontade de ver pelo simples fato de que faltou companhia. porque cinema não morde.
MULHOLLAND DR.
cidade dos sonhos era um filme de que eu, honestamente, tinha medo. ouvi incontáveis elogios de muitas pessoas cujo gosto eu respeito imensamente. achava que o risco de acabar não correspondendo às minhas imensas expectativas era considerável. felizmente isso não aconteceu. é um excelente. assistam.
cidade dos sonhos era um filme de que eu, honestamente, tinha medo. ouvi incontáveis elogios de muitas pessoas cujo gosto eu respeito imensamente. achava que o risco de acabar não correspondendo às minhas imensas expectativas era considerável. felizmente isso não aconteceu. é um excelente. assistam.
UPDATE SOBRE O MENINO DOS LIMÕES
passei na rua dele uns três dias depois, e vi que o menino que ia mal das pernas no malabarismo se adaptou (trocadilhos à parte, quando o avistei pela primeira vez tinha acabado de assistir adaptação no cine jóia, em copacabana). arranjou um comparsa, e abandonou os limões. agora eles usam bolinhas de frescobol. e aquele que é ruinzinho, coitado, desistiu do malabarismo. agora ele tem o papel de sustentar o colega nas costas enquanto esse, sim, razoável, equilibra umas quatro bolinhas pra tentar comover os motoristas de trânsito. assisti a tudo aquilo e fiquei um pouco feliz. a esperança na vida maior. só em alguns centímetros, mas ainda assim maior.
passei na rua dele uns três dias depois, e vi que o menino que ia mal das pernas no malabarismo se adaptou (trocadilhos à parte, quando o avistei pela primeira vez tinha acabado de assistir adaptação no cine jóia, em copacabana). arranjou um comparsa, e abandonou os limões. agora eles usam bolinhas de frescobol. e aquele que é ruinzinho, coitado, desistiu do malabarismo. agora ele tem o papel de sustentar o colega nas costas enquanto esse, sim, razoável, equilibra umas quatro bolinhas pra tentar comover os motoristas de trânsito. assisti a tudo aquilo e fiquei um pouco feliz. a esperança na vida maior. só em alguns centímetros, mas ainda assim maior.
18 de março de 2003
PALCO DA VIDA
"A vida é um palco
Para ir se tornando um bom ator,
Há que se evitar os dramalhões."
(Zuca Sardan, in Osso do Coração)
"A vida é um palco
Para ir se tornando um bom ator,
Há que se evitar os dramalhões."
(Zuca Sardan, in Osso do Coração)
TRILHA SONORA DO MÊS
compilei a trilha sonora do mês. morphine, echo and the bunnymen, weezer e starsailor. estou dando uma volta. daqui a pouco volto pros habituais, e pras dicas do meu relapso consultor musical. e se vocês acham que aí só tem velharia, lembrem-se que eu sou a pessoa menos antenada que eu conheço. sério.
compilei a trilha sonora do mês. morphine, echo and the bunnymen, weezer e starsailor. estou dando uma volta. daqui a pouco volto pros habituais, e pras dicas do meu relapso consultor musical. e se vocês acham que aí só tem velharia, lembrem-se que eu sou a pessoa menos antenada que eu conheço. sério.
ÁGUA EM MARTE
bem, estão dizendo por aí que acharam água em marte, aos rios. pelo menos é o que parece, segundo essa notícia aqui, que eu encontrei no cris dias. uma evidência de que maybe, just maybe, exista vida no planeta vermelho. keep tuned.
bem, estão dizendo por aí que acharam água em marte, aos rios. pelo menos é o que parece, segundo essa notícia aqui, que eu encontrei no cris dias. uma evidência de que maybe, just maybe, exista vida no planeta vermelho. keep tuned.
ALGUNS INTELECTUAIS
"Há pessoas que são inteligentes porque são infelizes. A inteligência para eles é uma máquina de rejeitar coisas: rejeitar o que é óbvio, o que é repetitivo, o que é obscuro, o que é duvidoso, o que é vulgar. Leio essas pessoas e sinto um pouco de vergonha da minha felicidade um tanto cretina, que não rejeita de todo a obviedade, a repetitividade, a superficialidade - porque essas coisas são às vezes divertidas. Esses infelizes buscam um ideal: a pureza intelectual, a Verdade; mas não dão sinal de que algum dia venham a achar a Verdade muito divertida. Nunca fazem com que seus intelectos se movam por diversão (isto está abaixo deles); fazem com que seus intelectos se mexam por mania de limpeza. E isso é tudo que se pode dizer deles: são muito limpinhos."
(Alexandre Soares da Silva, blogueiro e escritor. ah, sim, escritor com e maiúsculo, segundo me informaram)
"Há pessoas que são inteligentes porque são infelizes. A inteligência para eles é uma máquina de rejeitar coisas: rejeitar o que é óbvio, o que é repetitivo, o que é obscuro, o que é duvidoso, o que é vulgar. Leio essas pessoas e sinto um pouco de vergonha da minha felicidade um tanto cretina, que não rejeita de todo a obviedade, a repetitividade, a superficialidade - porque essas coisas são às vezes divertidas. Esses infelizes buscam um ideal: a pureza intelectual, a Verdade; mas não dão sinal de que algum dia venham a achar a Verdade muito divertida. Nunca fazem com que seus intelectos se movam por diversão (isto está abaixo deles); fazem com que seus intelectos se mexam por mania de limpeza. E isso é tudo que se pode dizer deles: são muito limpinhos."
(Alexandre Soares da Silva, blogueiro e escritor. ah, sim, escritor com e maiúsculo, segundo me informaram)
17 de março de 2003
DA SÉRIE COISAS QUE EU ODEIO EM MIM E QUE GOSTARIA DE EXTRAIR NUM ESTALAR DE DEDOS
gostaria de não ter essa necessidade de parecer fodona pra determinadas pessoas. ex-namorados, por exemplo. ou gente de quem eu não gostava no segundo grau, de quem continuo não gostando. a opinião desse povo a meu respeito é menos relevante que a do meu cachorro. mas por alguma medíocre necessidade de auto afirmação, preciso sair por cima, preciso mostrar pra eles, vejam só como eu sou mais eu/mais interessante/mais bonita/mais bem remunerada/mais tudo do que antes. é patético. eu me contenho, ao menos esse mérito eu tenho. mas o impulso está lá. maldito.
gostaria de não ter essa necessidade de parecer fodona pra determinadas pessoas. ex-namorados, por exemplo. ou gente de quem eu não gostava no segundo grau, de quem continuo não gostando. a opinião desse povo a meu respeito é menos relevante que a do meu cachorro. mas por alguma medíocre necessidade de auto afirmação, preciso sair por cima, preciso mostrar pra eles, vejam só como eu sou mais eu/mais interessante/mais bonita/mais bem remunerada/mais tudo do que antes. é patético. eu me contenho, ao menos esse mérito eu tenho. mas o impulso está lá. maldito.
AN ART
"The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
--Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster."
(Elizabeth Bishop, poetisa americana)
"The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
--Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster."
(Elizabeth Bishop, poetisa americana)
CONVOCAÇÃO
qual dos meus amigos relapsos vai me levar pra ver as bruxas de salem? é bom a gente correr, porque só está em cartaz até 30 de março. nem sou grande fã do abujamra, mas essa peça merece. só espero que ele não faça com ela o mesmo que fez com hamlet.
qual dos meus amigos relapsos vai me levar pra ver as bruxas de salem? é bom a gente correr, porque só está em cartaz até 30 de março. nem sou grande fã do abujamra, mas essa peça merece. só espero que ele não faça com ela o mesmo que fez com hamlet.
16 de março de 2003
AO MESMO TEMPO
um mundo de coisas sólidas, enraizadas, imutáveis acaba se tornando um mundo de correntes. um belo dia percebi que era eu quem construía as correntes, eu quem as colocava nos meus próprios pulsos, que não precisava ser daquele jeito se eu não quisesse que fosse. foi apenas então que me fiz novamente livre. e então o sólido se desmanchou no ar, tudo passou a se transformar em segundos, de novo, e de novo, e tornei-me novamente nômade. e então se antes eram as correntes que pesavam, agora é a falta delas. o que me leva a um livro da minha adolescência, a insustentável leveza do ser, esse sim, umo obra que não me arrependi de ler. a vida é estranha. se a falta de peso também pesa, é porque no fim, tudo pesa. céus.
um mundo de coisas sólidas, enraizadas, imutáveis acaba se tornando um mundo de correntes. um belo dia percebi que era eu quem construía as correntes, eu quem as colocava nos meus próprios pulsos, que não precisava ser daquele jeito se eu não quisesse que fosse. foi apenas então que me fiz novamente livre. e então o sólido se desmanchou no ar, tudo passou a se transformar em segundos, de novo, e de novo, e tornei-me novamente nômade. e então se antes eram as correntes que pesavam, agora é a falta delas. o que me leva a um livro da minha adolescência, a insustentável leveza do ser, esse sim, umo obra que não me arrependi de ler. a vida é estranha. se a falta de peso também pesa, é porque no fim, tudo pesa. céus.
TUDO O QUE É SÓLIDO SE DESMANCHA NO AR
há momentos em que a fragilidade disso tudo me pesa. de tudo que evapora ao toque, tudo que de uma hora pra outra pode desaparecer, e então o que? esses momentos em que a vida parece estar gravada com uma volatilidade indelével. tenho um livro na estante que ainda não li. não tenho idéia do que ele trata, mas gosto do título, tudo que é sólido se desmancha no ar. acho que se aplica ao mundo, cada vez mais me convenço de que nada por aqui é firme. um dia ainda leio esse livro. mas tenho medo que ele seja uma grande decepção. talvez seja melhor ficar só no título.
há momentos em que a fragilidade disso tudo me pesa. de tudo que evapora ao toque, tudo que de uma hora pra outra pode desaparecer, e então o que? esses momentos em que a vida parece estar gravada com uma volatilidade indelével. tenho um livro na estante que ainda não li. não tenho idéia do que ele trata, mas gosto do título, tudo que é sólido se desmancha no ar. acho que se aplica ao mundo, cada vez mais me convenço de que nada por aqui é firme. um dia ainda leio esse livro. mas tenho medo que ele seja uma grande decepção. talvez seja melhor ficar só no título.
15 de março de 2003
TU QUERES SONO: DESPEDE-TE DOS RUÍDOS
"Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono."
(Ana Cristina César, escritora brasileira)
"Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono."
(Ana Cristina César, escritora brasileira)
QUESTÃO DA SEMANA
é difícil não amar as pessoas que a gente conhece bem. não sei por que isso acontece. talvez seja que não chegamos a nos permitir conhecer bem pessoas que não amamos. ou talvez seja que uma vez que despimos uma pessoa de todas as suas máscaras e vestes, depois que atingimos aquela estopa de que eu falo sempre, depois que só sobra aquilo que nos torna fundamentalmente iguais, então é fácil amar. é como se amássemos a nós mesmos, porque olhamos nos olhos do outro, e, lá no fundo, vemos nossa própria imagem refletida. mas não sei. ainda estou pensando no assunto.
é difícil não amar as pessoas que a gente conhece bem. não sei por que isso acontece. talvez seja que não chegamos a nos permitir conhecer bem pessoas que não amamos. ou talvez seja que uma vez que despimos uma pessoa de todas as suas máscaras e vestes, depois que atingimos aquela estopa de que eu falo sempre, depois que só sobra aquilo que nos torna fundamentalmente iguais, então é fácil amar. é como se amássemos a nós mesmos, porque olhamos nos olhos do outro, e, lá no fundo, vemos nossa própria imagem refletida. mas não sei. ainda estou pensando no assunto.
PASSADINHA NO SEBO
é por isso que eu não posso entrar em sebo. ia só dar uma passadinha, sacumé, pra olhar as novidades, jogar uma conversa fora e tal. saí ilustremente acompanhada por henry miller, camus, verlaine, hemingway, tenessee williams e chacal, todos em seus respectivos idiomas originais, porque sempre que posso eu fujo de tradução como o diabo foge da cruz. e ainda estou à caça do lobo da estepe. sem trocadilhos infames.
é por isso que eu não posso entrar em sebo. ia só dar uma passadinha, sacumé, pra olhar as novidades, jogar uma conversa fora e tal. saí ilustremente acompanhada por henry miller, camus, verlaine, hemingway, tenessee williams e chacal, todos em seus respectivos idiomas originais, porque sempre que posso eu fujo de tradução como o diabo foge da cruz. e ainda estou à caça do lobo da estepe. sem trocadilhos infames.
14 de março de 2003
CRIME
a poesia de elizabeth barrett browning deveria ser interditada a qualquer um que não esteja apaixonado. é um crime desperdiçar uma autora como ela com almas onde suas palavras não encontrem eco incessante.
a poesia de elizabeth barrett browning deveria ser interditada a qualquer um que não esteja apaixonado. é um crime desperdiçar uma autora como ela com almas onde suas palavras não encontrem eco incessante.
DA SÉRIE POR QUE EU AMO MEUS AMIGOS
recebi esses dias um telefonema de uma das criaturas mais geniais que tenho a sorte de conhecer. ele me soltou aquela clássica, de que eu estou sempre cuidando de todo mundo, e quem é que sobra pra cuidar de mim? essa mesma, que eu sempre respondo com um dos meus famosos silêncios eloquentes. e o menino completou o raciocínio, depois de um tempo. é, se não tem ninguém, é porque você não precisa de apoio, seus próprios pés são uma base forte o suficiente. mas não sei. então, por via das dúvidas, pode deixar que eu cuido de você. quase chorei cá do meu lado da linha. se ele estivesse do meu lado, ganharia um beijo. enorme.
recebi esses dias um telefonema de uma das criaturas mais geniais que tenho a sorte de conhecer. ele me soltou aquela clássica, de que eu estou sempre cuidando de todo mundo, e quem é que sobra pra cuidar de mim? essa mesma, que eu sempre respondo com um dos meus famosos silêncios eloquentes. e o menino completou o raciocínio, depois de um tempo. é, se não tem ninguém, é porque você não precisa de apoio, seus próprios pés são uma base forte o suficiente. mas não sei. então, por via das dúvidas, pode deixar que eu cuido de você. quase chorei cá do meu lado da linha. se ele estivesse do meu lado, ganharia um beijo. enorme.
VIVA EU
eu sei que ainda não estou nem engatinhando nesses assuntos internético-blogísticos. tenho um estoque bem grande de semancol. mas a cada dia aprendo um troço novo nessa joça. como isso aqui, por exemplo. e eu sei que, pros muitos marmanjões que sacam tudo, mas tudo mesmo, dessas coisas, isso soa meio ridículo. mas eu fico toda satisfeita comigo quando vou fuçando aqui e ali, e acabo aprendendo algo útil. sozinha.
eu sei que ainda não estou nem engatinhando nesses assuntos internético-blogísticos. tenho um estoque bem grande de semancol. mas a cada dia aprendo um troço novo nessa joça. como isso aqui, por exemplo. e eu sei que, pros muitos marmanjões que sacam tudo, mas tudo mesmo, dessas coisas, isso soa meio ridículo. mas eu fico toda satisfeita comigo quando vou fuçando aqui e ali, e acabo aprendendo algo útil. sozinha.
13 de março de 2003
RAPIDINHAS - TRAVIS
"because my inside is outside
my right side's on the left side
cause i'm writing to reach you now but
i might never reach you
only want to teach you
about you"
"because my inside is outside
my right side's on the left side
cause i'm writing to reach you now but
i might never reach you
only want to teach you
about you"
O MENINO DOS LIMÕES
estava atravessando a rua hoje, enquanto observava um desses meninos de rua fazendo malabarismo no sinal de trânsito para depois pedir esmola. quem me conhece, sabe. eu sou uma maria mijona. então, não é nada incomum eu me encher de compaixão por essas crianças. mas esse... esse me partiu o coração. porque ele era muito, mas muito ruim nessa coisa do malabarismo. por algum motivo, não tenho tanta pena dos que são bons. sei lá o que me passa pela cabeça, algo como, puxa, pelo menos ele tem um talento, se não conseguir nenhum trocado por aqui pode ir pro circo que não morre de fome. já os ruins... se não conseguirem nenhum trocado, vão pra onde? porque debaixo da ponte e pedindo esmola eles já estão. tudo bem, não nego que o raciocínio é fraquíssimo. mas é o que me vem, não consigo evitar.
só sei que a imagem daquele garoto tentando equilibrar muito mal e porcamente um mero par de limões (sim, eram limões) não me sai da cabeça.
(...um adendo. por favor, não insultem a minha inteligência falando que todos temos oportunidades iguais, que quem quer ser alguma coisa dá um jeito, que essas crianças têm é que ser mandadas pra febem, e bla bla bla bla bla bla bla. nem com discursos recheados de palavras como meliante, trombadinha, sem vergonha, ou coisa que as valha. acreditem, nesse tipo de discussão, nenhum argumento é original, e eu certamente já ouvi todos. nenhum deles me convence, ou tira a imagem daquele menino da minha cabeça.)
estava atravessando a rua hoje, enquanto observava um desses meninos de rua fazendo malabarismo no sinal de trânsito para depois pedir esmola. quem me conhece, sabe. eu sou uma maria mijona. então, não é nada incomum eu me encher de compaixão por essas crianças. mas esse... esse me partiu o coração. porque ele era muito, mas muito ruim nessa coisa do malabarismo. por algum motivo, não tenho tanta pena dos que são bons. sei lá o que me passa pela cabeça, algo como, puxa, pelo menos ele tem um talento, se não conseguir nenhum trocado por aqui pode ir pro circo que não morre de fome. já os ruins... se não conseguirem nenhum trocado, vão pra onde? porque debaixo da ponte e pedindo esmola eles já estão. tudo bem, não nego que o raciocínio é fraquíssimo. mas é o que me vem, não consigo evitar.
só sei que a imagem daquele garoto tentando equilibrar muito mal e porcamente um mero par de limões (sim, eram limões) não me sai da cabeça.
(...um adendo. por favor, não insultem a minha inteligência falando que todos temos oportunidades iguais, que quem quer ser alguma coisa dá um jeito, que essas crianças têm é que ser mandadas pra febem, e bla bla bla bla bla bla bla. nem com discursos recheados de palavras como meliante, trombadinha, sem vergonha, ou coisa que as valha. acreditem, nesse tipo de discussão, nenhum argumento é original, e eu certamente já ouvi todos. nenhum deles me convence, ou tira a imagem daquele menino da minha cabeça.)
12 de março de 2003
VARIATION ON THE WORD SLEEP
"I would like to watch you sleeping,
which may not happen.
I would like to watch you,
sleeping. I would like to sleep
with you, to enter
your sleep as its smooth dark wave
slides over my head
and walk with you through that lucent
wavering forest of bluegreen leaves
with its watery sun & three moons
towards the cave where you must descend,
towards your worst fear
I would like to give you the silver
branch, the small white flower, the one
word that will protect you
from the grief at the center
of your dream, from the grief
at the center I would like to follow
you up the long stairway
again & become
the boat that would row you back
carefully, a flame
in two cupped hands
to where your body lies
beside me, and as you enter
it as easily as breathing in
I would like to be the air
that inhabits you for a moment
only. I would like to be that unnoticed
& that necessary.
(Margaret Atwood, escritora canadense)
"I would like to watch you sleeping,
which may not happen.
I would like to watch you,
sleeping. I would like to sleep
with you, to enter
your sleep as its smooth dark wave
slides over my head
and walk with you through that lucent
wavering forest of bluegreen leaves
with its watery sun & three moons
towards the cave where you must descend,
towards your worst fear
I would like to give you the silver
branch, the small white flower, the one
word that will protect you
from the grief at the center
of your dream, from the grief
at the center I would like to follow
you up the long stairway
again & become
the boat that would row you back
carefully, a flame
in two cupped hands
to where your body lies
beside me, and as you enter
it as easily as breathing in
I would like to be the air
that inhabits you for a moment
only. I would like to be that unnoticed
& that necessary.
(Margaret Atwood, escritora canadense)
11 de março de 2003
...AMOR, VOCÊ NÃO ESTÁ NOTANDO NADA DIFERENTE...?
yes, i did it! aprendi SOZINHA a mexer no template dessa joça, coloquei aquela figurinha bonitinha ali do lado, fiz meu blogchalk, e acrescentei um monte de links pra alguns dos meus sites e blogs prediletos. sim, porque depois que até o neo zeitgeist deu uma incrementada no blog, isso aqui ficar daquele jeito pobre de marré de ci estava uma vergonha.
sintam-se à vontade pra jogar os tomates. e sim, eu sei que não ficou grande coisa. mas levando em consideração que: 1. eu não sou webdesigner, nem manjo absolutamente nada de informática, e às vezes tenho sérios problemas com coisas simplérrimas, como acessar minha caixa de e-mails. 2. eu não tenho NENHUMA obrigação de sacar dessas coisas. 3. eu estou MUITO MUITO MUITO orgulhosa de mim mesma por ter conseguido fazer isso tudo sem a ajuda de ninguém; acho que está muitíssimo bom. então, PEGUEM LEVE, please.
então, digam o que acharam. e se eu esqueci de algum link, por favor, refresquem a minha memória. deus sabe que depois de horas e horas de linguagem agatemélica, ela ficou seriamente afetada.
yes, i did it! aprendi SOZINHA a mexer no template dessa joça, coloquei aquela figurinha bonitinha ali do lado, fiz meu blogchalk, e acrescentei um monte de links pra alguns dos meus sites e blogs prediletos. sim, porque depois que até o neo zeitgeist deu uma incrementada no blog, isso aqui ficar daquele jeito pobre de marré de ci estava uma vergonha.
sintam-se à vontade pra jogar os tomates. e sim, eu sei que não ficou grande coisa. mas levando em consideração que: 1. eu não sou webdesigner, nem manjo absolutamente nada de informática, e às vezes tenho sérios problemas com coisas simplérrimas, como acessar minha caixa de e-mails. 2. eu não tenho NENHUMA obrigação de sacar dessas coisas. 3. eu estou MUITO MUITO MUITO orgulhosa de mim mesma por ter conseguido fazer isso tudo sem a ajuda de ninguém; acho que está muitíssimo bom. então, PEGUEM LEVE, please.
então, digam o que acharam. e se eu esqueci de algum link, por favor, refresquem a minha memória. deus sabe que depois de horas e horas de linguagem agatemélica, ela ficou seriamente afetada.
$&!#*$%#! DE DESPERTADOR
eu odeio o meu despertador. não sei quantas vezes e de quantas formas posso dizer isso. eu o odeio com todas as fibras do meu ser. eu odeio quando eu dormi pouco na noite anterior e ele toca de manhã cedo. odeio mais ainda quando ele não toca num dia em que eu realmente preciso acordar de manhã cedo, e eu acabo chegando atrasada aos meus compromissos. ou pior. não chegando.
eu odeio o meu despertador. não sei quantas vezes e de quantas formas posso dizer isso. eu o odeio com todas as fibras do meu ser. eu odeio quando eu dormi pouco na noite anterior e ele toca de manhã cedo. odeio mais ainda quando ele não toca num dia em que eu realmente preciso acordar de manhã cedo, e eu acabo chegando atrasada aos meus compromissos. ou pior. não chegando.
AH, É. A TRILHA SONORA.
é placebo. o black market music, porque esse album novo aí eu ainda não terminei de baixar.
é placebo. o black market music, porque esse album novo aí eu ainda não terminei de baixar.
MACARRÃO BARILLA
ontem fiz um pacote inteiro de macarrão. a marca era barilla, estava quase chegando no fim da validade, e fiquei pensando que seria uma pena que aquela massa toda ser jogada fora. então, cozinhei. isto provavelmente significa que o apocalipse continua se aproximando a passos largos. e se você for esperto, não vai se convidar pra almoçar na minha casa essa semana. a não ser que queira comer a minha comida. mas digo logo. isso é algo que eu não desejo nem pro meu pior inimigo.
ontem fiz um pacote inteiro de macarrão. a marca era barilla, estava quase chegando no fim da validade, e fiquei pensando que seria uma pena que aquela massa toda ser jogada fora. então, cozinhei. isto provavelmente significa que o apocalipse continua se aproximando a passos largos. e se você for esperto, não vai se convidar pra almoçar na minha casa essa semana. a não ser que queira comer a minha comida. mas digo logo. isso é algo que eu não desejo nem pro meu pior inimigo.
10 de março de 2003
CONTINUANDO O RACIOCÍNIO
acho que essa é a sinopse do que estou sentindo hoje. não importa com quantas camadas de tinta e verniz escondamos nossa estopa, no fundo no fundo somos todos estopa. e na estopa somos todos iguais, todos dotados de uma mediocridade extraordinária.
talvez essa seja a maravilha da maturidade. aprender a enxergar a estopa, a nossa, a dos outros, através de tudo aquilo que as cobre. mas não me perguntem. ainda estou aprendendo.
acho que essa é a sinopse do que estou sentindo hoje. não importa com quantas camadas de tinta e verniz escondamos nossa estopa, no fundo no fundo somos todos estopa. e na estopa somos todos iguais, todos dotados de uma mediocridade extraordinária.
talvez essa seja a maravilha da maturidade. aprender a enxergar a estopa, a nossa, a dos outros, através de tudo aquilo que as cobre. mas não me perguntem. ainda estou aprendendo.
THE SEARCHED SOUL
"When I consider, pro and con,
What things my love is built upon-
A curly mouth; a sinewed wrist;
A questioning brow; a pretty twist
Of words as old and tried as sin;
A pointed ear; a cloven chin;
Long, tapered limbs; and slanted eyes
Not cold nor kind nor darkly wise-
When so I ponder, here apart,
What shallow boons suffice my heart,
What dust-bound trivia capture me,
I marvel at my normalcy."
(Dorothy Parker, escritora americana)
"When I consider, pro and con,
What things my love is built upon-
A curly mouth; a sinewed wrist;
A questioning brow; a pretty twist
Of words as old and tried as sin;
A pointed ear; a cloven chin;
Long, tapered limbs; and slanted eyes
Not cold nor kind nor darkly wise-
When so I ponder, here apart,
What shallow boons suffice my heart,
What dust-bound trivia capture me,
I marvel at my normalcy."
(Dorothy Parker, escritora americana)
9 de março de 2003
O QUE DEU NO EDINHO ONTEM?
aventurei-me pela pista 3 da bunker ontem, e juro, tenho a nítida sensação de que o edinho roubou minha playlist. ele engatou a primeira e foi. tocou paranoid android do radiohead, you don't care about us do placebo, supersonic do oasis, how soon is now dos smiths, e shiver do coldplay, tudo numa seqüência só. e mais cedo, segundo me disseram, fiona apple e alanis. só sei de uma coisa. depois de ouvir paranoid android na bunker, ela pode fechar. estou realizada.
aventurei-me pela pista 3 da bunker ontem, e juro, tenho a nítida sensação de que o edinho roubou minha playlist. ele engatou a primeira e foi. tocou paranoid android do radiohead, you don't care about us do placebo, supersonic do oasis, how soon is now dos smiths, e shiver do coldplay, tudo numa seqüência só. e mais cedo, segundo me disseram, fiona apple e alanis. só sei de uma coisa. depois de ouvir paranoid android na bunker, ela pode fechar. estou realizada.
SOMETIMES THERE'S SO MUCH BEAUTY IN THE WORLD I FEEL LIKE I CAN'T TAKE IT
"It was one of those days when it's a minute away from snowing and there's this electricity in the air, you can almost hear it. And this bag was, like, dancing with me. Like a little kid begging me to play with it. For fifteen minutes. And that's the day I knew there was this entire life behind things, and... this incredibly benevolent force, that wanted me to know there was no reason to be afraid, ever. Video's a poor excuse. But it helps me remember... and I need to remember... Sometimes there's so much beauty in the world I feel like I can't take it, like my heart's going to cave in."
(do personagem de wes bentley, no filme american beauty)
"It was one of those days when it's a minute away from snowing and there's this electricity in the air, you can almost hear it. And this bag was, like, dancing with me. Like a little kid begging me to play with it. For fifteen minutes. And that's the day I knew there was this entire life behind things, and... this incredibly benevolent force, that wanted me to know there was no reason to be afraid, ever. Video's a poor excuse. But it helps me remember... and I need to remember... Sometimes there's so much beauty in the world I feel like I can't take it, like my heart's going to cave in."
(do personagem de wes bentley, no filme american beauty)
8 de março de 2003
... O QUE ME LEMBRA - RAPIDINHAS - FIONA APPLE
"do i wanna do right, of course
but do i really wanna feel i'm forced
to answer you, hell no
i have acquired quite a taste
for a well made mistake
i wanna make a mistake
why can't i make a mistake?
i'm always doing what i think i should
almost always doing everybody good"
"do i wanna do right, of course
but do i really wanna feel i'm forced
to answer you, hell no
i have acquired quite a taste
for a well made mistake
i wanna make a mistake
why can't i make a mistake?
i'm always doing what i think i should
almost always doing everybody good"
GOOGLE + BLOGGER (VERSÃO CATARRO VERDE)
alguém aí também está de saco cheio desses símbolos péla que surgem no lugar dos acentos e cedilhas no blogger? onde estão os técnicos que não resolvem essa joça?
impressionante como esse povo come mosca.
alguém aí também está de saco cheio desses símbolos péla que surgem no lugar dos acentos e cedilhas no blogger? onde estão os técnicos que não resolvem essa joça?
impressionante como esse povo come mosca.
ILUSTRANDO O POST ABAIXO
de certa feita, eu estava passando por uma daquelas fases de arrancar os cabelos porque fulaninho não me ligava. e a fabíola, sempre a fabíola, faz-me o favor de colocar um post no blog dela propondo uma corrente energética pro menino ligar. me digam, eu posso com isso?
(ah, sim, pra quem estiver imaginando, fulaninho não ligou. se perguntarem pra mim, as correntes da moça têm o péssimo hábito de sair pela culatra.)
de certa feita, eu estava passando por uma daquelas fases de arrancar os cabelos porque fulaninho não me ligava. e a fabíola, sempre a fabíola, faz-me o favor de colocar um post no blog dela propondo uma corrente energética pro menino ligar. me digam, eu posso com isso?
(ah, sim, pra quem estiver imaginando, fulaninho não ligou. se perguntarem pra mim, as correntes da moça têm o péssimo hábito de sair pela culatra.)
CÉUS
não sei por que me preocupo em ser obtusa no meus momentos confessionais. não sei por que insisto em omitir nomes e detalhes sórdidos. porque não importa o quanto eu me esforce loucamente para não revelar nada além do necessário, sempre vem algum dos meus amigos manés (justiça seja feita, quase sempre, é a fabíola mesmo) fornecer todas as minúcias ginecológicas que, na minha singela opinião, jamais deveriam ser expostas na internet.
não sei por que me preocupo em ser obtusa no meus momentos confessionais. não sei por que insisto em omitir nomes e detalhes sórdidos. porque não importa o quanto eu me esforce loucamente para não revelar nada além do necessário, sempre vem algum dos meus amigos manés (justiça seja feita, quase sempre, é a fabíola mesmo) fornecer todas as minúcias ginecológicas que, na minha singela opinião, jamais deveriam ser expostas na internet.
7 de março de 2003
DÁ-ME A TUA MÃO
"Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio."
(Clarice Lispector, escritora brasileira)
"Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio."
(Clarice Lispector, escritora brasileira)
6 de março de 2003
IT'S JUST A BAD DAY, RIGHT? - MAIS UMA FRASE DA SEMANA
"one day can make your life. all life is is four or five big days that change everything."
(fala da personagem de drew barrymore, no filme riding cars with boys)
"one day can make your life. all life is is four or five big days that change everything."
(fala da personagem de drew barrymore, no filme riding cars with boys)
INTELECTUALÓIDE
diante de meu comentário de que a poesia de vinícius de moraes não me toca particularmente (desculpem-me, mas não me toca), um grupo de pessoas atônitas me disse, céus, mas essa menina não gosta de nada. diante dos meus protestos, um desafio, cite seus autores prediletos. e eu, em poesia? tanto faz. cuspi nomes como rilke, cummings e auden. daí disseram, ah, não, brasileiros. eu, ok. clarice, lygia fagundes, alice ruiz, adélia prado. interromperam novamente, mas nenhum homem? e eu, claro que há homens. caio fernando abreu, drummond, leminski. já abria a boca pra citar outros, quando me interromperam. depois me disseram, é, muito intelectualizada essa moça. novamente, atrevo-me a ser voto vencido. intelectualizada, não. só a alma de artista. e um terror mórbido das unanimidades.
diante de meu comentário de que a poesia de vinícius de moraes não me toca particularmente (desculpem-me, mas não me toca), um grupo de pessoas atônitas me disse, céus, mas essa menina não gosta de nada. diante dos meus protestos, um desafio, cite seus autores prediletos. e eu, em poesia? tanto faz. cuspi nomes como rilke, cummings e auden. daí disseram, ah, não, brasileiros. eu, ok. clarice, lygia fagundes, alice ruiz, adélia prado. interromperam novamente, mas nenhum homem? e eu, claro que há homens. caio fernando abreu, drummond, leminski. já abria a boca pra citar outros, quando me interromperam. depois me disseram, é, muito intelectualizada essa moça. novamente, atrevo-me a ser voto vencido. intelectualizada, não. só a alma de artista. e um terror mórbido das unanimidades.
COM LICENÇA POÉTICA
(esse é famoso, e todos conhecem. mas eu adoro. então, dêem-me licença vocês.)
"Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade da alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou."
(Adélia Prado, escritora brasileira)
(esse é famoso, e todos conhecem. mas eu adoro. então, dêem-me licença vocês.)
"Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade da alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou."
(Adélia Prado, escritora brasileira)
5 de março de 2003
CONFISSÕES - TRECHO
"Tarde eu te amei, beleza tão antiga e tão nova. Eis que habitavas dentro de mim e eu lá fora a procurar-te!"
(Santo Agostinho, filósofo, entre outras coisas)
"Tarde eu te amei, beleza tão antiga e tão nova. Eis que habitavas dentro de mim e eu lá fora a procurar-te!"
(Santo Agostinho, filósofo, entre outras coisas)
4 de março de 2003
DEDICATION
"I have great faith in all things not yet spoken.
I want my deepest pious feelings freed.
What no one yet has dared to risk and warrant
will be for me a challenge I must meet.
If this presumptious seems, God, may I be forgiven.
For what I want to say to you is this:
my efforts shall be like a driving force,
quite without anger, without timidness
as little children show their love for you.
With these outflowing, river-like, with deltas
that spread like arms to reach the open sea,
with the recurrent tides that never cease
will I acknowledge you, will I proclaim you
as no one ever has before.
And if this should be arrogance, so let me
arrogant be to justify my prayer
that stands so serious and so alone
before your forehead, circled by the clouds."
(Rainer Maria Rilke, poeta alemão)
"I have great faith in all things not yet spoken.
I want my deepest pious feelings freed.
What no one yet has dared to risk and warrant
will be for me a challenge I must meet.
If this presumptious seems, God, may I be forgiven.
For what I want to say to you is this:
my efforts shall be like a driving force,
quite without anger, without timidness
as little children show their love for you.
With these outflowing, river-like, with deltas
that spread like arms to reach the open sea,
with the recurrent tides that never cease
will I acknowledge you, will I proclaim you
as no one ever has before.
And if this should be arrogance, so let me
arrogant be to justify my prayer
that stands so serious and so alone
before your forehead, circled by the clouds."
(Rainer Maria Rilke, poeta alemão)
FRASE DA SEMANA
"Todo mundo que fala mal da 'culpa judaico-cristã' é canalha."
ouch. isso deve dizer algo a meu respeito.
(Alexandre Soares da Silva, blogueiro e jornalista - acho!)
"Todo mundo que fala mal da 'culpa judaico-cristã' é canalha."
ouch. isso deve dizer algo a meu respeito.
(Alexandre Soares da Silva, blogueiro e jornalista - acho!)
... MAS SE É ISSO QUE VOCÊ PROCURA...
o interney indica um site com grande parte dessas informações sobre carnaval, que você só vai encontrar aqui se passar por cima do meu cadáver. esbaldem-se.
o interney indica um site com grande parte dessas informações sobre carnaval, que você só vai encontrar aqui se passar por cima do meu cadáver. esbaldem-se.
DISCLAIMER
não, amigo, nessa joça você não vai encontrar informações sobre escolas de samba, minhas impressões sobre o desfile, meus palpites na pontuação de cada quesito, minhas profecias a respeito de quem será o vencedor na avenida do carnaval carioca. não vai encontrar porque eu ODEIO essas coisas, e se você já tinha vindo aqui antes já devia saber disso.
não, amigo, nessa joça você não vai encontrar informações sobre escolas de samba, minhas impressões sobre o desfile, meus palpites na pontuação de cada quesito, minhas profecias a respeito de quem será o vencedor na avenida do carnaval carioca. não vai encontrar porque eu ODEIO essas coisas, e se você já tinha vindo aqui antes já devia saber disso.
3 de março de 2003
VÁCUO E ANESTESIA
isso é carnaval. uma das coisas na vida com o exato efeito de uma injeção de anestésico. subitamente o vácuo que estava bem ali parece não estar mais em lugar nenhum e tudo se preenche de sentido e som. e agora eu me esforço pra ver através da ilusão desses momentos. porque, acreditem, o meu vácuo continua no mesmo lugar. eu não vejo, eu não ouço, eu não sinto. mas ele está bem ali. preparando o bote.
isso é carnaval. uma das coisas na vida com o exato efeito de uma injeção de anestésico. subitamente o vácuo que estava bem ali parece não estar mais em lugar nenhum e tudo se preenche de sentido e som. e agora eu me esforço pra ver através da ilusão desses momentos. porque, acreditem, o meu vácuo continua no mesmo lugar. eu não vejo, eu não ouço, eu não sinto. mas ele está bem ali. preparando o bote.
RAPAZES, MORDAM-SE DE INVEJA
ontem apresentei o mar carioca a uma moça paulista. uma menina linda, loura, e dona de um dos mais belos pares de olhos azuis que eu já vi. conversamos animadamente a respeito do genoma das baratas enquanto pulávamos ondas na praia do leblon, e eu soltava gritinhos ridiculamente histéricos porque a água estava muito fria.
ontem apresentei o mar carioca a uma moça paulista. uma menina linda, loura, e dona de um dos mais belos pares de olhos azuis que eu já vi. conversamos animadamente a respeito do genoma das baratas enquanto pulávamos ondas na praia do leblon, e eu soltava gritinhos ridiculamente histéricos porque a água estava muito fria.
RAPIDINHAS - P J HARVEY
"i can't believe life's so complex
when i just wanna sit here
and watch you undress"
"i can't believe life's so complex
when i just wanna sit here
and watch you undress"
2 de março de 2003
E EU ACHEI QUE ESTAVA PREPARADA PARA UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA...
ledo engano. eu mal sabia o que me esperava. e pra quem quer conhecer outro dos aspectos mais sórdidos do ensino público superior, leiam esse artigo da fraude. cecília gianetti solta os cachorros na ufrj porque, em razão de uma confusão burocrática, terá que cursar novamente oito disciplinas já completas. e acreditem, a estória é até bastante trivial. num lugar desses, beira a banalidade o ato de descobrir notas erradas no histórico escolar, cadeiras cursadas levarem chá de sumiço, inscrições nessa ou naquela turma serem solenemente ignoradas. uma coisa é certa: se você consegue se formar no final, aprende que nada na vida vem fácil. a gente precisa correr atrás. senão, não leva o canudo.
ledo engano. eu mal sabia o que me esperava. e pra quem quer conhecer outro dos aspectos mais sórdidos do ensino público superior, leiam esse artigo da fraude. cecília gianetti solta os cachorros na ufrj porque, em razão de uma confusão burocrática, terá que cursar novamente oito disciplinas já completas. e acreditem, a estória é até bastante trivial. num lugar desses, beira a banalidade o ato de descobrir notas erradas no histórico escolar, cadeiras cursadas levarem chá de sumiço, inscrições nessa ou naquela turma serem solenemente ignoradas. uma coisa é certa: se você consegue se formar no final, aprende que nada na vida vem fácil. a gente precisa correr atrás. senão, não leva o canudo.
IGNORANT BEFORE THE HEAVENS OF MY LIFE
"Ignorant before the heavens of my life,
I stand and gaze in wonder. Oh the vastness
of the stars. Their rising and descent. How still.
As if I didn't exist. Do I have any
share in this? Have I somehow dispensed with
their pure effect? Does my blood's ebb and flow
change with their changes? Let me put aside
every desire, every relationship
except this one, so that my heart grows used to
its farthest spaces. Better that it live
fully aware, in the terror of its stars, than
as if protected, soothed by what is near."
(Rainer Maria Rilke, poeta alemão)
"Ignorant before the heavens of my life,
I stand and gaze in wonder. Oh the vastness
of the stars. Their rising and descent. How still.
As if I didn't exist. Do I have any
share in this? Have I somehow dispensed with
their pure effect? Does my blood's ebb and flow
change with their changes? Let me put aside
every desire, every relationship
except this one, so that my heart grows used to
its farthest spaces. Better that it live
fully aware, in the terror of its stars, than
as if protected, soothed by what is near."
(Rainer Maria Rilke, poeta alemão)
1 de março de 2003
PRA PENSAR
"...é aterrador pensar que só o que distingue vandalismo organizado de insurreição é o arranjo das palavras que acompanham os atos. Que só o que falta para banditismo virar revolução é um rótulo que grude, é a frase apropriada. Mais de um criminoso já explicou sua vida e seus crimes como um revide à sociedade desigual em que nasceu, já tivemos muitos aspirantes a Robin Hoods e a bandidos justiceiros entre nós e hoje nem o mais reacionário defensor da tese de que vagabundo nasce feito discute as causas sociais da delinqüência, mas o vocabulário da retribuição ainda não se articulou, ainda não achou a sua seqüência certa."
excelente editorial do estadão recomendado pelo alexandre matias, no seu psychedelic breakfast.
"...é aterrador pensar que só o que distingue vandalismo organizado de insurreição é o arranjo das palavras que acompanham os atos. Que só o que falta para banditismo virar revolução é um rótulo que grude, é a frase apropriada. Mais de um criminoso já explicou sua vida e seus crimes como um revide à sociedade desigual em que nasceu, já tivemos muitos aspirantes a Robin Hoods e a bandidos justiceiros entre nós e hoje nem o mais reacionário defensor da tese de que vagabundo nasce feito discute as causas sociais da delinqüência, mas o vocabulário da retribuição ainda não se articulou, ainda não achou a sua seqüência certa."
excelente editorial do estadão recomendado pelo alexandre matias, no seu psychedelic breakfast.
ISSO QUE DÁ LER A CAROS AMIGOS NA PRAIA
só reparei hoje. o melhor ponto para tomar sol na praia do leme é justamente num ponto da faixa de areia onde há fincadas, de um lado, uma bandeira do pt, de outro, uma outra estampando a foice e o martelo. estou tentando decidir se isso significa alguma coisa. pode ser que a esperança tenha vencido o medo lá antes. mas duvido muito. qualquer esperança evapora quando o som dos instrumentos da banda do leme ressoa nos ouvidos.
só reparei hoje. o melhor ponto para tomar sol na praia do leme é justamente num ponto da faixa de areia onde há fincadas, de um lado, uma bandeira do pt, de outro, uma outra estampando a foice e o martelo. estou tentando decidir se isso significa alguma coisa. pode ser que a esperança tenha vencido o medo lá antes. mas duvido muito. qualquer esperança evapora quando o som dos instrumentos da banda do leme ressoa nos ouvidos.
RAPIDINHAS - RADIOHEAD
(como vocês podem ver, essa a trilha sonora do carnaval. poucas coisas se comparam à sensação de, um belo dia, depois ficar meses sem ouvir músicas que mudaram a sua vida, desencavá-las de algum cd e colocar em loop no disk man. é como voltar a explorar o corpo de um amante de quem a gente sente muita saudade.)
"i'd tell all my friends
but they'd never believe
they'd think that i'd finally lost it completely
i'd show them the stars
and the meaning of life
they'd shut me away
but I'd be all right
all right..."
(como vocês podem ver, essa a trilha sonora do carnaval. poucas coisas se comparam à sensação de, um belo dia, depois ficar meses sem ouvir músicas que mudaram a sua vida, desencavá-las de algum cd e colocar em loop no disk man. é como voltar a explorar o corpo de um amante de quem a gente sente muita saudade.)
"i'd tell all my friends
but they'd never believe
they'd think that i'd finally lost it completely
i'd show them the stars
and the meaning of life
they'd shut me away
but I'd be all right
all right..."
NOVAS GALOCHAS
resolvi mudar aquela frasezinha ali do lado. estava meio cansada dela, e o fato é que aquela questão está momentaneamente solucionada dentro de mim. então, agora vamos de radiohead e de novas questões. porque eu posso ser uma chata de galocha. mas pelo menos as galochas mudam de tempos em tempos.
resolvi mudar aquela frasezinha ali do lado. estava meio cansada dela, e o fato é que aquela questão está momentaneamente solucionada dentro de mim. então, agora vamos de radiohead e de novas questões. porque eu posso ser uma chata de galocha. mas pelo menos as galochas mudam de tempos em tempos.
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