MAS COMO PODE (NIILISMO)
mas como pode, minha matéria prima é a falta, logo eu, que sempre tive tudo (o mundo me encara com olhar incrédulo). porque a percepção da insatisfação como caractere indissociável da natureza humana é incômoda, porque quanto mais temos, mais nos falta. e a segurança de almoço de família, de gerações e gerações de indivíduos plenamente realizados - ah, isso só existe por um fugaz instante, ou então em comercial de cartão de crédito, porque há coisas que o dinheiro não compra, e que o pó deste mundo frágil falha em nos oferecer.
daí as tentativas de fuga, o incessante esforço para escapar do cotidiano claudicante, porque a vida pesa, e pesa muito. daí as raves, música techno, entorpecentes, serial killers, suicídios. daí a filosofia oriental, o ioga, os gurus, os livros de auto ajuda. daí esta sociedade que produz miséria a partir de miséria. daí todas as formas de vício, todas as almas penadas e perdidas do mundo. porque é isso que somos. todas as bússolas apontam as direções erradas, porque direção, meu amigo, também é fuga. porque é impossível abdicar do conforto que nos dão os nortes, os mapas e os pontos de chegada, abrir mão da paz das correntes que nos aprisionam a tudo aquilo que se taxou de normal, desistir do se adequar, do fechar de olhos que nos permite ignorar a absoluta ausência de rumo que é inerente ao existir. quando a realidade é insustentável, melhor fugir, na esperança de, um dia, o vácuo, mais nada, de parar, e por falta (sim, porque tudo é falta) de outra opção, de retornar ao vazio de onde viemos todos.
31 de janeiro de 2003
15 DE SETEMBRO
"Se a vida estiver lá fora, nessas vozes que desdenhei? E se o desvio da minha rota foi exatamente esse que escolhi? Mas haverá ainda tempo?
Fico olhando o besourinho lustroso, de pintas vermelhas no verde esmeralda das asas. Atravessa minha mesa num andar enérgico, decidido - de onde veio e para onde vai? Toco-o com a ponta do dedo e imediatamente ele se imobiliza dentro da pequena carapaça, se faz de morto. Sua tática de defesa me emociona, também me fiz de morta tantas vezes. Tenho vontade de colher o besourinho na palma da mão e levá-lo até os potes de samambaia, não seria mais feliz lá? Fico vacilante, o que é bem para mim pode ser o mal para ele. A ambigüidade do Bem. Afasto-me para que ele não se sinta tolhido, quero-o livre. Observo de longe a bolinha verde-esmeralda que ressuscita e retoma sua marcha. Retomo a minha."
(Lygia Fagundes Telles, in A Disciplina do Amor. grifos nossos, as usual.)
"Se a vida estiver lá fora, nessas vozes que desdenhei? E se o desvio da minha rota foi exatamente esse que escolhi? Mas haverá ainda tempo?
Fico olhando o besourinho lustroso, de pintas vermelhas no verde esmeralda das asas. Atravessa minha mesa num andar enérgico, decidido - de onde veio e para onde vai? Toco-o com a ponta do dedo e imediatamente ele se imobiliza dentro da pequena carapaça, se faz de morto. Sua tática de defesa me emociona, também me fiz de morta tantas vezes. Tenho vontade de colher o besourinho na palma da mão e levá-lo até os potes de samambaia, não seria mais feliz lá? Fico vacilante, o que é bem para mim pode ser o mal para ele. A ambigüidade do Bem. Afasto-me para que ele não se sinta tolhido, quero-o livre. Observo de longe a bolinha verde-esmeralda que ressuscita e retoma sua marcha. Retomo a minha."
(Lygia Fagundes Telles, in A Disciplina do Amor. grifos nossos, as usual.)
DA SÉRIE O BRASIL DO PT
imaginem a cena: lula está em uma reunião com o alemão horst kölher, diretor gerente do fmi. em meio a um debate a respeito da corrupção no brasil, lula por algum motivo menciona sua querida mãe e abre o berreiro. constrangido, o alemaozão se oferece pra abraçar lula. os dois se enlaçam longamente. ressaltemos este ponto, trata-se de um alemão. esse povo não está muito acostumado com demonstração públicas de afeto. céus, nessas circunstâncias, nem eu estaria.
alguém mais achou isso ligeiramente bizarro? parece até que a política brasileira está se inspirando em algum filme ruim de sessão da tarde. trevas. é o brasil do pt, senhoras e senhores. não dou cinco minutos pro brasil ser conhecido lá fora como uma terra de bebês chorões.
em tempo. o crédito da notícia vai para esse artigo, publicado no no mínimo.
imaginem a cena: lula está em uma reunião com o alemão horst kölher, diretor gerente do fmi. em meio a um debate a respeito da corrupção no brasil, lula por algum motivo menciona sua querida mãe e abre o berreiro. constrangido, o alemaozão se oferece pra abraçar lula. os dois se enlaçam longamente. ressaltemos este ponto, trata-se de um alemão. esse povo não está muito acostumado com demonstração públicas de afeto. céus, nessas circunstâncias, nem eu estaria.
alguém mais achou isso ligeiramente bizarro? parece até que a política brasileira está se inspirando em algum filme ruim de sessão da tarde. trevas. é o brasil do pt, senhoras e senhores. não dou cinco minutos pro brasil ser conhecido lá fora como uma terra de bebês chorões.
em tempo. o crédito da notícia vai para esse artigo, publicado no no mínimo.
THE BUY BUSH A PLAYSTATION 2 CAMPAIGN
cansado de ligar a televisão e assistir à novela do presidente americano babando de raiva porque ainda não o deixaram ensopapar o saddam hussein? então faça como esse blog, e apóie a campanha que propõe a compra de um playstation 2, com mais um punhado de joguinhos de guerra, para aplacar a sede de conflito de george w. bush. informamos desde já que a campanha é um sucesso. é o que informa o noticiário do mundo perfeito. finalmente os americanos podem saciar sua ânsia sangüinária sem encher o saco de ninguém.
sugiro a adoção da mesma estratégia para resolver o impasse entre israel e palestina, a questão da coréia do norte e o problema do terrorismo no mundo.
cansado de ligar a televisão e assistir à novela do presidente americano babando de raiva porque ainda não o deixaram ensopapar o saddam hussein? então faça como esse blog, e apóie a campanha que propõe a compra de um playstation 2, com mais um punhado de joguinhos de guerra, para aplacar a sede de conflito de george w. bush. informamos desde já que a campanha é um sucesso. é o que informa o noticiário do mundo perfeito. finalmente os americanos podem saciar sua ânsia sangüinária sem encher o saco de ninguém.
sugiro a adoção da mesma estratégia para resolver o impasse entre israel e palestina, a questão da coréia do norte e o problema do terrorismo no mundo.
O PROGRAMA FOME ZERO E O ÓBVIO ULULANTE
frase do nosso presidente para a imprensa, a respeito da erradicação da fome no país. e, pra tirar onda, ainda citou josué de castro no final. ninguém merece.
"O Fome Zero é muito mais que doação de alimentos. É preciso não só neutralizar os efeitos da fome, mas, sobretudo, atacar as suas causas. Dar o peixe e ensinar a pescar. É criar emprego nas regiões onde existem desemprego e miséria."
vontade louca de responder dizendo, séééééério?!? como é que ninguém se deu conta disso antes?!?
brilhante.
frase do nosso presidente para a imprensa, a respeito da erradicação da fome no país. e, pra tirar onda, ainda citou josué de castro no final. ninguém merece.
"O Fome Zero é muito mais que doação de alimentos. É preciso não só neutralizar os efeitos da fome, mas, sobretudo, atacar as suas causas. Dar o peixe e ensinar a pescar. É criar emprego nas regiões onde existem desemprego e miséria."
vontade louca de responder dizendo, séééééério?!? como é que ninguém se deu conta disso antes?!?
brilhante.
30 de janeiro de 2003
SOMETIMES WITH ONE I LOVE
"Sometimes with one I love I fill myself with rage for fear I effuse unreturn'd love,
But now I think there is no unreturn'd love, the pay is certain one way or another,
(I loved a certain person ardently and my love was not return'd,
Yet out of that I have written these songs.)"
(Walt Whitman, poeta americano)
"Sometimes with one I love I fill myself with rage for fear I effuse unreturn'd love,
But now I think there is no unreturn'd love, the pay is certain one way or another,
(I loved a certain person ardently and my love was not return'd,
Yet out of that I have written these songs.)"
(Walt Whitman, poeta americano)
29 de janeiro de 2003
RUMO AO NADA
momento rasgação de seda. se eu fosse fazer uma lista dos melhores blogs que leio (e acreditem em mim quando digo que leio muitos), o rumo ao nada, do marcelo caldas, estaria lá nos top ten. talvez fosse o primeiro, se ele o atualizasse com mais freqüência. mas o menino não tem tempo, então é sempre uma boa surpresa quando volta e meia ele nos premia com algum de seus contos. esse, esse e esse são alguns dos meus prediletos. embaixo, um trecho supimpa do conto mais recente do rapaz.
"Eu queria entender o que seus olhos dizem quando encontram os meus assim, tão aflitos. É estranho, talvez diferente, mas a verdade é que sempre fico desconfortável, procurando abrigo no chão ou no céu, mas acho que há menos formigas e estrelas para contar do que o tempo que dura a sinceridade do seu olhar. Não sei se isso é bom ou ruim. Às vezes parece que eles buscam uma verdade que eu não tenho ou me dizem uma que eu não quero ouvir, e nessas horas meu corpo não responde como deveria. Dá vontade de correr para algum lugar seguro, onde eu possa ficar quieto. Trancado em uma bolha, talvez. Só que eu não consigo, tudo o que faço é ficar parado, esquivando-me de você. Mas seus olhos continuam pairando sobre mim, pesando como a consciência de quem esqueceu de amar a si mesmo por não saber amar aos outros."
(e, vejam só, eu conheço essa figura! sorte a minha.)
momento rasgação de seda. se eu fosse fazer uma lista dos melhores blogs que leio (e acreditem em mim quando digo que leio muitos), o rumo ao nada, do marcelo caldas, estaria lá nos top ten. talvez fosse o primeiro, se ele o atualizasse com mais freqüência. mas o menino não tem tempo, então é sempre uma boa surpresa quando volta e meia ele nos premia com algum de seus contos. esse, esse e esse são alguns dos meus prediletos. embaixo, um trecho supimpa do conto mais recente do rapaz.
"Eu queria entender o que seus olhos dizem quando encontram os meus assim, tão aflitos. É estranho, talvez diferente, mas a verdade é que sempre fico desconfortável, procurando abrigo no chão ou no céu, mas acho que há menos formigas e estrelas para contar do que o tempo que dura a sinceridade do seu olhar. Não sei se isso é bom ou ruim. Às vezes parece que eles buscam uma verdade que eu não tenho ou me dizem uma que eu não quero ouvir, e nessas horas meu corpo não responde como deveria. Dá vontade de correr para algum lugar seguro, onde eu possa ficar quieto. Trancado em uma bolha, talvez. Só que eu não consigo, tudo o que faço é ficar parado, esquivando-me de você. Mas seus olhos continuam pairando sobre mim, pesando como a consciência de quem esqueceu de amar a si mesmo por não saber amar aos outros."
(e, vejam só, eu conheço essa figura! sorte a minha.)
FRASES DA SEMANA - DA SÉRIE INCOERÊNCIA POUCA É BOBAGEM
"...deviam julgar pelo poder judiciário por que é mais correto que esses tribunais que tem por aí!"
(pérola ouvida pelo deejah, de um guardinha de trânsito.)
"...deviam julgar pelo poder judiciário por que é mais correto que esses tribunais que tem por aí!"
(pérola ouvida pelo deejah, de um guardinha de trânsito.)
RECLAME
"se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes...
ou transforme o mundo.
ótica olho vivo
agradece a preferência."
(Chacal, poeta brasileiro)
"se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes...
ou transforme o mundo.
ótica olho vivo
agradece a preferência."
(Chacal, poeta brasileiro)
AOS INIMIGOS A LEI
esta frase, mantra de todo bom advogado, é também o lema da ududlawyers, pseudo firma de advocacia fundada em algum momento de altíssimo teor etílico pelos meninos da minha faculdade. eles têm até um sitezinho ultra tosco na hpg.
mas, para um pouco de (mau) humor jurídico, recomendo os infinitamente mais eficientes a egrégia corte de apelação (mantido pelo emerson, do anomia, pelo joão gabriel, do eyes wide shut, e mais uma penca de amigos tão irreverentes quanto eles) e como assim 2 uísque, do bituca, que volta e meia esculacha advogados com seu doce jeitinho esquizofrênico de ser. acreditem, gente bem melhor que eu nessa estória de fazer rir. corram lá.
esta frase, mantra de todo bom advogado, é também o lema da ududlawyers, pseudo firma de advocacia fundada em algum momento de altíssimo teor etílico pelos meninos da minha faculdade. eles têm até um sitezinho ultra tosco na hpg.
mas, para um pouco de (mau) humor jurídico, recomendo os infinitamente mais eficientes a egrégia corte de apelação (mantido pelo emerson, do anomia, pelo joão gabriel, do eyes wide shut, e mais uma penca de amigos tão irreverentes quanto eles) e como assim 2 uísque, do bituca, que volta e meia esculacha advogados com seu doce jeitinho esquizofrênico de ser. acreditem, gente bem melhor que eu nessa estória de fazer rir. corram lá.
LIXO E PURPURINA - TRECHO
"Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?
Só quero ir junto com as coisas, ir sendo junto com elas, ao mesmo tempo, até um lugar que não sei onde fica, e que você pode até chamar de morte, mas eu chamo apenas de porto."
(Caio Fernando Abreu, in Ovelhas Negras)
"Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?
Só quero ir junto com as coisas, ir sendo junto com elas, ao mesmo tempo, até um lugar que não sei onde fica, e que você pode até chamar de morte, mas eu chamo apenas de porto."
(Caio Fernando Abreu, in Ovelhas Negras)
COMPUTADOR TRAVADO
um videozinho resumo para leigos, explicando o que acontece dentro do seu computador quando ele trava. acontece dentro do meu pelo menos umas quinze vezes por dia. roubei deste post, do uma dama não comenta.
um videozinho resumo para leigos, explicando o que acontece dentro do seu computador quando ele trava. acontece dentro do meu pelo menos umas quinze vezes por dia. roubei deste post, do uma dama não comenta.
28 de janeiro de 2003
AINDA SOBRE O PULHA DO ARC, O MARCIANO
essa é uma campanha relançada pelo arnaldo branco, do mau humor. alguém me diga onde eu assino.
essa é uma campanha relançada pelo arnaldo branco, do mau humor. alguém me diga onde eu assino.
TO YOU
"Stranger, if you passing meet me and desire to speak to me, why
should you not speak to me?
And why should I not speak to you?"
(Walt Whitman, poeta americano, in Leaves of Grass)
"Stranger, if you passing meet me and desire to speak to me, why
should you not speak to me?
And why should I not speak to you?"
(Walt Whitman, poeta americano, in Leaves of Grass)
ARC, O MARCIANO -OU AINDA SOBRE COMO A IMPRENSA ÀS VEZES ME REVOLTA
ah, sim, quem tiver acesso a um exemplar da veja dessa semana, leiam tirinha do arc, o marciano. ou melhor, não leiam. cuspam em cima. piada de muito mau gosto com o pobre do ministro marco aurélio mello, um dos mais corajosos do stf. faz troça porque ele é sempre voto vencido no supremo. só falta chamar o cara de tantan.
um esclarecimento: se o homem é voto vencido, ele o é porque decide sempre de acordo com sua própria consciência, o que na maior parte das vezes significa não atender aos interesses dos poderosos diante dos quais, como nós sabemos bem, curva-se covardemente o restante do excelso pretório. o brilhantismo de seus posicionamentos e sua consistência são unanimemente reconhecidos por TODA a comunidade jurídica. e aí vem um humorista que não tem a menor idéia do que está falando espinafrando o coitado, que, tudo bem, admito, fez um comentário bastante infeliz à imprensa. mas isso certamente não é suficiente pra tratá-lo como lunático. malucos são os outros. ele é até bem são. céus. esses engraçadinhos me revoltam.
ah, sim, quem tiver acesso a um exemplar da veja dessa semana, leiam tirinha do arc, o marciano. ou melhor, não leiam. cuspam em cima. piada de muito mau gosto com o pobre do ministro marco aurélio mello, um dos mais corajosos do stf. faz troça porque ele é sempre voto vencido no supremo. só falta chamar o cara de tantan.
um esclarecimento: se o homem é voto vencido, ele o é porque decide sempre de acordo com sua própria consciência, o que na maior parte das vezes significa não atender aos interesses dos poderosos diante dos quais, como nós sabemos bem, curva-se covardemente o restante do excelso pretório. o brilhantismo de seus posicionamentos e sua consistência são unanimemente reconhecidos por TODA a comunidade jurídica. e aí vem um humorista que não tem a menor idéia do que está falando espinafrando o coitado, que, tudo bem, admito, fez um comentário bastante infeliz à imprensa. mas isso certamente não é suficiente pra tratá-lo como lunático. malucos são os outros. ele é até bem são. céus. esses engraçadinhos me revoltam.
FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
pra uma visão de insider do fórum social mundial em porto alegre, leiam o artigo do bruno galera e da vanessa bárbara, publicado na fraude. para os que ainda acreditam que a esperança vence o medo, e ainda assim não estão lá, é pra matar a inveja por não ter podido ir. para aqueles que estão velhos ou céticos demais pra essas coisas, é pra rir pra caramba com as cenas inusitadas que eles habilmente descrevem.
quanto a mim, não nasci pra essas coisas, nem me chamem . a gota d´água foi quando eu era presidente de um grêmio chinfrim no meu colégio e me arrastaram pra um fórum estudantil da ubes em juiz de fora. na boa, não rola de passar a noite em saco de dormir numa quadra poliesportiva com mais duzentas ou trezentas pessoas. o problema não é nem a falta de sono: é a fila pro banheiro que mata. mas eu reclamo de barriga cheia, porque não fiquei lá nem duas horas. estava tendo um revertério com um bauru que tinha comido enquanto esperava pelo ônibus, num boteco em frente à associação brasileira de im´prensa que logo depois acabou fechado pela vigilância sanitária. acabei voltando pra casa sem nem participar do maldito evento. encarei como um sinal divino pra eu me afastar da política enquanto havia tempo. principalmente da política estudantil, que na minha opinião singela é uma versão safada dessa porcariada que a gente já vê por aí.
pra uma visão de insider do fórum social mundial em porto alegre, leiam o artigo do bruno galera e da vanessa bárbara, publicado na fraude. para os que ainda acreditam que a esperança vence o medo, e ainda assim não estão lá, é pra matar a inveja por não ter podido ir. para aqueles que estão velhos ou céticos demais pra essas coisas, é pra rir pra caramba com as cenas inusitadas que eles habilmente descrevem.
quanto a mim, não nasci pra essas coisas, nem me chamem . a gota d´água foi quando eu era presidente de um grêmio chinfrim no meu colégio e me arrastaram pra um fórum estudantil da ubes em juiz de fora. na boa, não rola de passar a noite em saco de dormir numa quadra poliesportiva com mais duzentas ou trezentas pessoas. o problema não é nem a falta de sono: é a fila pro banheiro que mata. mas eu reclamo de barriga cheia, porque não fiquei lá nem duas horas. estava tendo um revertério com um bauru que tinha comido enquanto esperava pelo ônibus, num boteco em frente à associação brasileira de im´prensa que logo depois acabou fechado pela vigilância sanitária. acabei voltando pra casa sem nem participar do maldito evento. encarei como um sinal divino pra eu me afastar da política enquanto havia tempo. principalmente da política estudantil, que na minha opinião singela é uma versão safada dessa porcariada que a gente já vê por aí.
E A SUA VIDA, SACA?
leiam esse texto do alexandre matias, publicado no número 28 do trabalho sujo. trata da situação de desemprego, e muito bem, por sinal. fiquei sabendo pelo blog coletivo da fraude. aí embaixo vai um trecho dos bons.
"Aceite isto como uma realidade: você vai ser demitido. Quando você menos esperar, por um motivo indefensável, alguém vai lhe dizer que não precisa mais dos seus préstimos e que você pode trazer a carteira de trabalho e passar amanhã no RH. Não, não adianta falar "mas eu...". É fato, você está no olho da rua.
(...) Você vai ser demitido, cara. Comece a pensar nisso e nas possibilidades que vêm a seguir. Se você não tiver planos, metas ou pelo menos uma direção no seu rumo, pode crer que você não é nada além de graxa nas engrenagens da História, uma novelinha besta escrita por esnobes que não vão citar seu nome, nem no rodapé."
leiam esse texto do alexandre matias, publicado no número 28 do trabalho sujo. trata da situação de desemprego, e muito bem, por sinal. fiquei sabendo pelo blog coletivo da fraude. aí embaixo vai um trecho dos bons.
"Aceite isto como uma realidade: você vai ser demitido. Quando você menos esperar, por um motivo indefensável, alguém vai lhe dizer que não precisa mais dos seus préstimos e que você pode trazer a carteira de trabalho e passar amanhã no RH. Não, não adianta falar "mas eu...". É fato, você está no olho da rua.
(...) Você vai ser demitido, cara. Comece a pensar nisso e nas possibilidades que vêm a seguir. Se você não tiver planos, metas ou pelo menos uma direção no seu rumo, pode crer que você não é nada além de graxa nas engrenagens da História, uma novelinha besta escrita por esnobes que não vão citar seu nome, nem no rodapé."
AÉCIO NEVES
alguém nesse país está tentando respeitar a lei de responsabilidade fiscal, ou é impressão minha? bom saber. e algo me diz que esse cara vai aparecer daqui a quatro anos, com grandes chances de suceder o tio lula. tomara que ele não acabe se revelando uma roseana sarney de calças.
alguém nesse país está tentando respeitar a lei de responsabilidade fiscal, ou é impressão minha? bom saber. e algo me diz que esse cara vai aparecer daqui a quatro anos, com grandes chances de suceder o tio lula. tomara que ele não acabe se revelando uma roseana sarney de calças.
AINDA SOBRE A CHUVA
alguém podia levar um lero com são pedro para convencer o homem a fazer parar de chover nessa cidade. a noite de sábado foi ainda mais surreal que a de sexta, se é que isso é possível. visualizem a cena: eu e fabíola, duas meninas relativamente bonitinhas, arrumadinhas (eu mais arrumadinha do que ela, é verdade), de zona sul , dentro de um ônibus indo pra avenida brasil à meia noite (em nossa defesa, digo que foi o ÚNICO que passou no fim do mundo absolutamente deserto onde estávamos), cercadas por todos os lados de uns caras que, sendo bastante generosa na descrição, pareciam uns traficantes estupradores de criancinhas e que nos observavam com olhares gulosos. fabíola quase surtou quando um veio perguntar as horas, pensando, lá se vai meu relógio bulova novinho que ganhei de presente de natal... chuva torrencial lá fora. nós sem nenhuma idéia de onde estávamos e do que faríamos pra sair de lá e chegar em casa. ninguém na rua. céus. saltamos correndo daquele ônibus, entramos num 175 indo pra alvorada, sem saber sequer se ia voltar pra zona sul, proclamando daqui não saio, daqui ninguém me tira. e ainda chegamos a tempo de bunker. é, gente, deus, quando quer, ajuda.
e ainda acontecer esse tipo de coisa nessa cidade é o fim, até os turistas estão carecas de saber que no verão aqui chove e muito - e nesse ponto, concorda comigo o zuenir ventura, em artigo a respeito para o no mínimo.
alguém podia levar um lero com são pedro para convencer o homem a fazer parar de chover nessa cidade. a noite de sábado foi ainda mais surreal que a de sexta, se é que isso é possível. visualizem a cena: eu e fabíola, duas meninas relativamente bonitinhas, arrumadinhas (eu mais arrumadinha do que ela, é verdade), de zona sul , dentro de um ônibus indo pra avenida brasil à meia noite (em nossa defesa, digo que foi o ÚNICO que passou no fim do mundo absolutamente deserto onde estávamos), cercadas por todos os lados de uns caras que, sendo bastante generosa na descrição, pareciam uns traficantes estupradores de criancinhas e que nos observavam com olhares gulosos. fabíola quase surtou quando um veio perguntar as horas, pensando, lá se vai meu relógio bulova novinho que ganhei de presente de natal... chuva torrencial lá fora. nós sem nenhuma idéia de onde estávamos e do que faríamos pra sair de lá e chegar em casa. ninguém na rua. céus. saltamos correndo daquele ônibus, entramos num 175 indo pra alvorada, sem saber sequer se ia voltar pra zona sul, proclamando daqui não saio, daqui ninguém me tira. e ainda chegamos a tempo de bunker. é, gente, deus, quando quer, ajuda.
e ainda acontecer esse tipo de coisa nessa cidade é o fim, até os turistas estão carecas de saber que no verão aqui chove e muito - e nesse ponto, concorda comigo o zuenir ventura, em artigo a respeito para o no mínimo.
27 de janeiro de 2003
MEU ORGANISMO CONTRARIADO
eu até queria postar mais coisas. mas tenho que ir resolver um leve desentendimento que vem rolando há muito tempo entre eu e meu organismo, e que, no momento, ganha ares de guerra civil. aos prantos, ele insiste que eu não dou valor nem atenção a ele, que eu abuso dele até o limite do sobre-humano, e que um dia desses ele me abandona de vez. vou ali dar uma atenção pra essa criatura carente e já volto .
eu até queria postar mais coisas. mas tenho que ir resolver um leve desentendimento que vem rolando há muito tempo entre eu e meu organismo, e que, no momento, ganha ares de guerra civil. aos prantos, ele insiste que eu não dou valor nem atenção a ele, que eu abuso dele até o limite do sobre-humano, e que um dia desses ele me abandona de vez. vou ali dar uma atenção pra essa criatura carente e já volto .
THE ROAD NOT TAKEN
"Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference."
(Robert Frost, poeta americano)
"Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference."
(Robert Frost, poeta americano)
25 de janeiro de 2003
(O DIA NASCE ENQUANTO O SOL SE PÕE NO MEU PEITO)
(mais um poeminha meu. bear with me, please)
o dia nasce enquanto o sol se põe no meu peito
tento tolamente fugir das metáforas óbvias
das frases já ditas, dos clichês, dos lugares comuns
de nada adianta
meu peito clama, chora, grita
pelo final feliz de uma novela barata
em um mundo onde nada é feliz, onde não há final
... apenas o silêncio que sucede a tempestade ...
(mais um poeminha meu. bear with me, please)
o dia nasce enquanto o sol se põe no meu peito
tento tolamente fugir das metáforas óbvias
das frases já ditas, dos clichês, dos lugares comuns
de nada adianta
meu peito clama, chora, grita
pelo final feliz de uma novela barata
em um mundo onde nada é feliz, onde não há final
... apenas o silêncio que sucede a tempestade ...
TEMPORAL NO RIO
bem, a chuva de ontem passou e todo mundo está direitinho em casa, né? bom saber. quando começou o dilúvio eu estava num ônibus indo pra casa de uma amiga em ipanema. começou tímido, e de repente o céu caiu. nem saí do veículo. esperei chegar no ponto final e negociei com o motorista pra voltar no mesmo carro, pra não precisar sair dali nadando. o mais difícil foi saltar no breu que estava a princesa isabel, atravessar a rua sem semáforos funcionando, torcer pra todos os carros estarem com seus faróis devidamente acesos, atravessar o rio que virou a gustavo sampaio e subir seis andares de escada na mais absoluta escuridão. quando botei os pés em casa, parecia que tinha tomado um banho de cachoeira. céus. já comentei com vocês que adoro esse nosso clima tropical?
bem, a chuva de ontem passou e todo mundo está direitinho em casa, né? bom saber. quando começou o dilúvio eu estava num ônibus indo pra casa de uma amiga em ipanema. começou tímido, e de repente o céu caiu. nem saí do veículo. esperei chegar no ponto final e negociei com o motorista pra voltar no mesmo carro, pra não precisar sair dali nadando. o mais difícil foi saltar no breu que estava a princesa isabel, atravessar a rua sem semáforos funcionando, torcer pra todos os carros estarem com seus faróis devidamente acesos, atravessar o rio que virou a gustavo sampaio e subir seis andares de escada na mais absoluta escuridão. quando botei os pés em casa, parecia que tinha tomado um banho de cachoeira. céus. já comentei com vocês que adoro esse nosso clima tropical?
24 de janeiro de 2003
I AM A LITTLE CHURCH (NO GREAT CATHEDRAL)
"i am a little church(no great cathedral)
far from the splendor and squalor of hurrying cities
-i do not worry if briefer days grow briefest,
i am not sorry when sun and rain make april
my life is the life of the reaper and the sower;
my prayers are prayers of earth's own clumsily striving
(finding and losing and laughing and crying)children
whose any sadness or joy is my grief or my gladness
around me surges a miracle of unceasing
birth and glory and death and resurrection:
over my sleeping self float flaming symbols
of hope,and i wake to a perfect patience of mountains
i am a little church(far from the frantic
world with its rapture and anguish)at peace with nature
-i do not worry if longer nights grow longest;
i am not sorry when silence becomes singing
winter by spring,i lift my diminutive spire to
merciful Him Whose only now is forever:
standing erect in the deathless truth of His presence
(welcoming humbly His light and proudly His darkness)"
(e e cummings, poeta americano)
"i am a little church(no great cathedral)
far from the splendor and squalor of hurrying cities
-i do not worry if briefer days grow briefest,
i am not sorry when sun and rain make april
my life is the life of the reaper and the sower;
my prayers are prayers of earth's own clumsily striving
(finding and losing and laughing and crying)children
whose any sadness or joy is my grief or my gladness
around me surges a miracle of unceasing
birth and glory and death and resurrection:
over my sleeping self float flaming symbols
of hope,and i wake to a perfect patience of mountains
i am a little church(far from the frantic
world with its rapture and anguish)at peace with nature
-i do not worry if longer nights grow longest;
i am not sorry when silence becomes singing
winter by spring,i lift my diminutive spire to
merciful Him Whose only now is forever:
standing erect in the deathless truth of His presence
(welcoming humbly His light and proudly His darkness)"
(e e cummings, poeta americano)
BOA DO FIM DE SEMANA
propaganda básica para as fãs descabeladas e também para as não tão descabeladas assim. o glamourama tocará no nautilus hoje, sexta-feira. a gra tem o crédito pela notícia, me mandou um e-mail com a matéria publicada a respeito no suplemento rio show do jornal o globo (os rapazes estão ficando importantes, foram o destaque do riofanzine desta semana).
pra quem estiver interessado, não, não irei. infelizmente. tenho que acordar dolorosamente cedo no dia seguinte. ralarei esse fim de semana na babilônia feira hype, e sábado à noite baterei o sagrado ponto na bunker.
propaganda básica para as fãs descabeladas e também para as não tão descabeladas assim. o glamourama tocará no nautilus hoje, sexta-feira. a gra tem o crédito pela notícia, me mandou um e-mail com a matéria publicada a respeito no suplemento rio show do jornal o globo (os rapazes estão ficando importantes, foram o destaque do riofanzine desta semana).
pra quem estiver interessado, não, não irei. infelizmente. tenho que acordar dolorosamente cedo no dia seguinte. ralarei esse fim de semana na babilônia feira hype, e sábado à noite baterei o sagrado ponto na bunker.
A ENQUETE CONTINUA
pra quem não respondeu ainda: corra nos posts do dia 22 de janeiro e dê seu pitaco sobre o template desse blog em um comment simpático. fiquei surpresa com quantas pessoas deram as caras, e também com algumas das caras. amigos do coração, gente querida, e até blogueiros famosos, vejam só. todos gente finíssima. assim eu até me sinto importante.
junte-se a eles.
pra quem não respondeu ainda: corra nos posts do dia 22 de janeiro e dê seu pitaco sobre o template desse blog em um comment simpático. fiquei surpresa com quantas pessoas deram as caras, e também com algumas das caras. amigos do coração, gente querida, e até blogueiros famosos, vejam só. todos gente finíssima. assim eu até me sinto importante.
junte-se a eles.
RAPIDINHAS - RADIOHEAD
"i wanna live, breathe
i wanna be part of the human race"
(seguido de um suspiro de felicidade. *ai ai*. alguém me chute pra essa paz de espírito passar, please.)
"i wanna live, breathe
i wanna be part of the human race"
(seguido de um suspiro de felicidade. *ai ai*. alguém me chute pra essa paz de espírito passar, please.)
PARQUE DE DIVERSÕES - MINHAS AVENTURAS NO SEBO PARTE III
meu dinheirinho já escasso esgotou-se definitivamente no sebo. disse pro vendedor, tenho que sair correndo daqui, antes que leve qualquer outra coisa. já estava com meus olhos numa cópia de l´étranger, de albert camus, no francês original, desculpa perfeita pra retomar meu contato com a língua. ele respondeu com uma piscada de olhos maliciosa, é, não se largam crianças sozinhas no parque de diversões. fugi desabalada, diabo que escapa da cruz.
por que gosto tanto de sebos? tantos, tantos motivos... muito a ver com o tal orçamento de estagiária. também tem que adoro garimpar pilhas e pilhas de volumes empoeirados em busca de algo que me interesse, algo com o verdadeiro potencial de marcar minha alma pra sempre. mas principalmente porque livros novos me intimidam. eu estupro meus livros: dobro o papel, risco trechos, escrevo minhas impressões nos cantos do texto. sou péssima em conservar o que quer que seja, e tenho pena de destruir exemplares tinindo de novos. gosto de livros com uma história pregressa, com anotações no pé da página. gosto de pensar que aquelas folhas já foram manuseadas, que outros já percorreram essas paragens que agora atravesso. sinto prazer em deixar minhas marcas em uma cópia que já carrega suas próprias cicatrizes.
estou chegando à conclusão de que minha relação com meus livros é quase humana. lido com eles como lido com gente. é, eu sou bizarra. também acho.
meu dinheirinho já escasso esgotou-se definitivamente no sebo. disse pro vendedor, tenho que sair correndo daqui, antes que leve qualquer outra coisa. já estava com meus olhos numa cópia de l´étranger, de albert camus, no francês original, desculpa perfeita pra retomar meu contato com a língua. ele respondeu com uma piscada de olhos maliciosa, é, não se largam crianças sozinhas no parque de diversões. fugi desabalada, diabo que escapa da cruz.
por que gosto tanto de sebos? tantos, tantos motivos... muito a ver com o tal orçamento de estagiária. também tem que adoro garimpar pilhas e pilhas de volumes empoeirados em busca de algo que me interesse, algo com o verdadeiro potencial de marcar minha alma pra sempre. mas principalmente porque livros novos me intimidam. eu estupro meus livros: dobro o papel, risco trechos, escrevo minhas impressões nos cantos do texto. sou péssima em conservar o que quer que seja, e tenho pena de destruir exemplares tinindo de novos. gosto de livros com uma história pregressa, com anotações no pé da página. gosto de pensar que aquelas folhas já foram manuseadas, que outros já percorreram essas paragens que agora atravesso. sinto prazer em deixar minhas marcas em uma cópia que já carrega suas próprias cicatrizes.
estou chegando à conclusão de que minha relação com meus livros é quase humana. lido com eles como lido com gente. é, eu sou bizarra. também acho.
RECENTES AQUISIÇÕES - MINHAS AVENTURAS NO SEBO PARTE II
comunico alegremente que sou a orgulhosa compradora de uma cópia bem gasta da peça teatral death of a salesman, de arthur miller, toda sublinhada e cheia de observações nas margens. do jeitinho que eu gosto. também adquiri the inheritors, um romance do william golding (mesmo autor do m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o lord of the flies) que eu não tenho idéia se presta ou não. além disso, voltei pra casa com ovelhas negras, do meu queridinho caio fernando abreu. estou com um sorriso estendido de um siso ao outro.
comunico alegremente que sou a orgulhosa compradora de uma cópia bem gasta da peça teatral death of a salesman, de arthur miller, toda sublinhada e cheia de observações nas margens. do jeitinho que eu gosto. também adquiri the inheritors, um romance do william golding (mesmo autor do m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o lord of the flies) que eu não tenho idéia se presta ou não. além disso, voltei pra casa com ovelhas negras, do meu queridinho caio fernando abreu. estou com um sorriso estendido de um siso ao outro.
O LOBO DA ESTEPE - MINHAS AVENTURAS NO SEBO PARTE I
alguém me explique, por favor, quem foi que roubou esse livro do hermann hesse de todos os sebos da cidade. eu tinha minha cópia querida, mas não sei onde está, se perdi na mudança, se emprestei pra alguém que não me devolveu, não sei, não sei. só sei que quero conseguir outra, e há coisa de um mês estou à caça. já fui a uns cinco ou seis sebos, e encontro nas estantes mil cópias de demian, quinze mil de sidarta, muitas e muitas outras de romances menores e coletâneas de contos. e NADA do lobo da estepe. preciso desse livro. urgentemente. faço qualquer negócio que leve em consideração a moral, os bons costumes e meu minguado orçamento de estagiária.
alguém me explique, por favor, quem foi que roubou esse livro do hermann hesse de todos os sebos da cidade. eu tinha minha cópia querida, mas não sei onde está, se perdi na mudança, se emprestei pra alguém que não me devolveu, não sei, não sei. só sei que quero conseguir outra, e há coisa de um mês estou à caça. já fui a uns cinco ou seis sebos, e encontro nas estantes mil cópias de demian, quinze mil de sidarta, muitas e muitas outras de romances menores e coletâneas de contos. e NADA do lobo da estepe. preciso desse livro. urgentemente. faço qualquer negócio que leve em consideração a moral, os bons costumes e meu minguado orçamento de estagiária.
TOMANDO FÔLEGO
há dias em que o universo sorri pra você, assim, quando a gente menos espera e depois de sucessivas e inesgotáveis tempestades. hoje foi o arco íris e as boas notícias. depois de uma frustrada tentativa de assistir uma sessão de julgamento em alguma das câmaras do fórum estadual, vi-me no centro da cidade com a tarde livre e alguma disposição. acabei vagando sem destino, almocei, resolvi pendências, passei num sebo para catar alguns livros que estava procurando, não achei nenhum deles, mas dei de cara com outros. fui à faculdade, consegui a orientadora ideal para a monografia cuja elaboração iniciarei no futuro próximo. já em casa, tive a notícia de que descolei um trampo pro fim de semana, o que significa que as minhas vacas demorarão um pouco mais pra emagrecer nesses tempos de desemprego. recebi um daqueles recados que a gente sempre aguarda com ansiedade nos olhos e peito em polvorosa. e quando já dava o dia por findo, recebi um inesperado convite para ir pro meu barzinho do coração. estou em paz. tomando fôlego até que comece a próxima rodada.
há dias em que o universo sorri pra você, assim, quando a gente menos espera e depois de sucessivas e inesgotáveis tempestades. hoje foi o arco íris e as boas notícias. depois de uma frustrada tentativa de assistir uma sessão de julgamento em alguma das câmaras do fórum estadual, vi-me no centro da cidade com a tarde livre e alguma disposição. acabei vagando sem destino, almocei, resolvi pendências, passei num sebo para catar alguns livros que estava procurando, não achei nenhum deles, mas dei de cara com outros. fui à faculdade, consegui a orientadora ideal para a monografia cuja elaboração iniciarei no futuro próximo. já em casa, tive a notícia de que descolei um trampo pro fim de semana, o que significa que as minhas vacas demorarão um pouco mais pra emagrecer nesses tempos de desemprego. recebi um daqueles recados que a gente sempre aguarda com ansiedade nos olhos e peito em polvorosa. e quando já dava o dia por findo, recebi um inesperado convite para ir pro meu barzinho do coração. estou em paz. tomando fôlego até que comece a próxima rodada.
22 de janeiro de 2003
ENQUETE
minha querida irmã mais nova, infinitamente mais competente que eu em questões que envolvam html, layout de blog, informática (e vou parar por aqui, porque estou começando a me sentir humilhada), insiste incessantemente que essa cara do limãozinho está muito cafona. quase que em tom de desculpas, eu digo que não sei fazer melhor. e, generosamente, a menina se propôs a fazer um template novo pra mim. esse limão aí em cima foi uma das sugestões dela para o layout.
como esse é um blog democrático, pergunto à meia dúzia de indivíduos que perdem seus tempos por essas paragens se concordam ou discordam da moça (porque, segundo norma secular e já implícita no rol de cláusulas pétreas da constituição brasileira, irmão mais novo não é gente e não tem direito a voto). por favor, mesmo os que não comentam nunca, OPINEM e digam o que vocês acham da cara deste blog . estou numa dúvida cruel.
ah, ela disse que vai fazer um template alternativo e colocar no ar em outro endereço. assim que isso acontecer, disponibilizo para vocês darem pitaco.
minha querida irmã mais nova, infinitamente mais competente que eu em questões que envolvam html, layout de blog, informática (e vou parar por aqui, porque estou começando a me sentir humilhada), insiste incessantemente que essa cara do limãozinho está muito cafona. quase que em tom de desculpas, eu digo que não sei fazer melhor. e, generosamente, a menina se propôs a fazer um template novo pra mim. esse limão aí em cima foi uma das sugestões dela para o layout.
como esse é um blog democrático, pergunto à meia dúzia de indivíduos que perdem seus tempos por essas paragens se concordam ou discordam da moça (porque, segundo norma secular e já implícita no rol de cláusulas pétreas da constituição brasileira, irmão mais novo não é gente e não tem direito a voto). por favor, mesmo os que não comentam nunca, OPINEM e digam o que vocês acham da cara deste blog . estou numa dúvida cruel.
ah, ela disse que vai fazer um template alternativo e colocar no ar em outro endereço. assim que isso acontecer, disponibilizo para vocês darem pitaco.
OUTRA FRASE DA SEMANA
outra daquele mesmo blogueiro. o rapaz arranja umas máximas espertas. bem melhores que as minhas.
"nesta vida os melhores queijos estão dentro de ratoeiras"
(Fábio Danesi Rossi, blogueiro e jornalista, duplo pfui segundo suas próprias palavras.)
outra daquele mesmo blogueiro. o rapaz arranja umas máximas espertas. bem melhores que as minhas.
"nesta vida os melhores queijos estão dentro de ratoeiras"
(Fábio Danesi Rossi, blogueiro e jornalista, duplo pfui segundo suas próprias palavras.)
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
fico possessa toda vez que vejo a imprensa opinando a respeito de questões jurídicas de maneira inconsequente, e demonstrando uma ignorância técnica que qualquer estudante de direito no segundo período de curso saberia reconhecer com facilidade. foi o que aconteceu hoje, quando estava lendo a matéria de capa da veja desta semana, a respeito da reforma da previdência social.
a matéria chega ao desplante de afirmar que devemos eliminar direitos adquiridos (que são, ressalte-se, direitos fundamentais gravados em cláusula pétrea na constituição federal) em benefício da coletividade. e citam como exemplo a abolição da escravidão no brasil. convenientemente se esquecem do fato de que este último evento se deu em meio a um momento histórico revolucionário (pelo menos no que tange a ordem jurídica), que culminaria na proclamação da república pouco tempo depois, e que como diz canotilho, nenhuma constituição sobrevive ao ruir dos muros históricos. ou seja, que tratava-se de manifestação do chamado poder constituinte originário, que, por sua própria natureza, pode mudar tudo o que bem entender. e que estamos longe de estar em um momento semelhante hoje. a reforma da previdência TEM que respeitar a constituição. pena de jogarmos pela janela a carta magna, a segurança jurídica e o próprio estado democrático de direito. fico apreensiva toda vez que leio um absurdo jurídico desses. mais ainda quando vejo que as pessoas, sem o menor fundamento ou conhecimento do assunto, por vezes concordam.
não vou entrar na discussão de se a reforma da previdência, no modelo proposto, de fato agride direitos adquiridos. não tenho conhecimento suficiente de direito previdenciário, ou da reforma, pra responder a isso. mas não duvido que o faça. ademais, o que me revoltou mais foi essa afirmação estapafúrdia de que podemos, sim, ignorar solenemente aquilo que o constituinte gravou com a mais sagrada das proteções, a imutabilidade. às vezes tenho a nítida sensação de que voltamos aos tempos da ditadura. e que, pelo menos naquela época, a sangria do estado de direito e a agressão à ordem jurídica eram perpetrados de forma mais honesta.
fico possessa toda vez que vejo a imprensa opinando a respeito de questões jurídicas de maneira inconsequente, e demonstrando uma ignorância técnica que qualquer estudante de direito no segundo período de curso saberia reconhecer com facilidade. foi o que aconteceu hoje, quando estava lendo a matéria de capa da veja desta semana, a respeito da reforma da previdência social.
a matéria chega ao desplante de afirmar que devemos eliminar direitos adquiridos (que são, ressalte-se, direitos fundamentais gravados em cláusula pétrea na constituição federal) em benefício da coletividade. e citam como exemplo a abolição da escravidão no brasil. convenientemente se esquecem do fato de que este último evento se deu em meio a um momento histórico revolucionário (pelo menos no que tange a ordem jurídica), que culminaria na proclamação da república pouco tempo depois, e que como diz canotilho, nenhuma constituição sobrevive ao ruir dos muros históricos. ou seja, que tratava-se de manifestação do chamado poder constituinte originário, que, por sua própria natureza, pode mudar tudo o que bem entender. e que estamos longe de estar em um momento semelhante hoje. a reforma da previdência TEM que respeitar a constituição. pena de jogarmos pela janela a carta magna, a segurança jurídica e o próprio estado democrático de direito. fico apreensiva toda vez que leio um absurdo jurídico desses. mais ainda quando vejo que as pessoas, sem o menor fundamento ou conhecimento do assunto, por vezes concordam.
não vou entrar na discussão de se a reforma da previdência, no modelo proposto, de fato agride direitos adquiridos. não tenho conhecimento suficiente de direito previdenciário, ou da reforma, pra responder a isso. mas não duvido que o faça. ademais, o que me revoltou mais foi essa afirmação estapafúrdia de que podemos, sim, ignorar solenemente aquilo que o constituinte gravou com a mais sagrada das proteções, a imutabilidade. às vezes tenho a nítida sensação de que voltamos aos tempos da ditadura. e que, pelo menos naquela época, a sangria do estado de direito e a agressão à ordem jurídica eram perpetrados de forma mais honesta.
CANADENSE COM SETECENTOS E DOIS PIERCINGS
é, bateu o recorde. é o mané com mais piercings no mundo. essa gente tinha que ser apresentada a uma palavrinha esperta: limite. um piercing é bom, dois é bom... setecentos e dois, evidentemente, é demais. sem discussão.
é, bateu o recorde. é o mané com mais piercings no mundo. essa gente tinha que ser apresentada a uma palavrinha esperta: limite. um piercing é bom, dois é bom... setecentos e dois, evidentemente, é demais. sem discussão.
21 de janeiro de 2003
PINGÜINS MIGRAM PRA LUGAR NENHUM
gente, vejam essa notícia. uns pingüins da patagônia migrando dentro da própria jaula, por puro instinto. primeiro, caí na gargalhada com a bizarrice da situação. depois, achei trágico. fiquei pensando na metáfora. e em como ela se aplica a mim às vezes.
...ah, deixem pra lá.
gente, vejam essa notícia. uns pingüins da patagônia migrando dentro da própria jaula, por puro instinto. primeiro, caí na gargalhada com a bizarrice da situação. depois, achei trágico. fiquei pensando na metáfora. e em como ela se aplica a mim às vezes.
...ah, deixem pra lá.
MOTIVO
esse é bem famoso. combina com meu momento.
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste :
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
– não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
– mais nada."
(Cecília Meireles, poetisa)
esse é bem famoso. combina com meu momento.
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste :
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
– não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
– mais nada."
(Cecília Meireles, poetisa)
MAIS FRASES DA SEMANA - HOMENAGEM AO PRESIDENTE AMERICANO GEORGE W. BUSH
acompanhando a perplexidade do mundo blog com o fato de george w. bush (segundo o marcelo träsel, um homem que evidentemente não é capaz de tomar conta de uma tartaruga) ser o líder da maior potência econômica e militar do mundo, trago algumas frases espetaculares proferidas pelo nobre chefe de estado americano. cliquem aqui para mais exemplos. antes que me esqueça, plagiei deste post do danilo amaral, no amarar em new york. de tudo, só resta uma dúvida: esse homem é estúpido assim mesmo, ou a assessoria dele é cronicamente incompetente? probably both.
"The suicide bombings have increased. There's too many of them."
(George W. Bush, Albuquerque, N.M., Aug. 15, 2001)
"I know what I believe. I will continue to articulate what I believe and what I believe — I believe what I believe is right."
(George W. Bush, in Rome, July 22, 2001)
"We're concerned about AIDS inside our White House — make no mistake about it."
(George W. Bush, Feb. 7, 2001)
"Neither in French nor in English nor in Mexican."
(George W. Bush, declining to take reporters' questions during a photo op with Canadian Prime Minister Jean Chretien, April 21, 2001)
"It's very important for folks to understand that when there's more trade, there's more commerce."
(George W. Bush, at the Summit of the Americas in Quebec City, April 21, 2001)
"Do you have blacks, too?"
(George W. Bush, to Brazilian President Fernando Cardoso, Nov. 8, 2001, as reported in an April 28, 2002, Estado Sao Pauloan column by Fernando Pedreira, a close friend of President Cardoso)
e, de todas, a minha favorita...
"It is white."
(George W. Bush, asked by a child in Britain what the White House was like, July 19, 2001)
ó céus. sou só eu, ou mais alguém aí teme pelo futuro do planeta?
(detalhe: não se empolguem. a foto acima é uma montagem, que tirei do martelada, blog do já citado marcelo träsel. quaisquer semelhanças com episódios da vida real são mera coincidência. ou não.)
acompanhando a perplexidade do mundo blog com o fato de george w. bush (segundo o marcelo träsel, um homem que evidentemente não é capaz de tomar conta de uma tartaruga) ser o líder da maior potência econômica e militar do mundo, trago algumas frases espetaculares proferidas pelo nobre chefe de estado americano. cliquem aqui para mais exemplos. antes que me esqueça, plagiei deste post do danilo amaral, no amarar em new york. de tudo, só resta uma dúvida: esse homem é estúpido assim mesmo, ou a assessoria dele é cronicamente incompetente? probably both.
"The suicide bombings have increased. There's too many of them."
(George W. Bush, Albuquerque, N.M., Aug. 15, 2001)
"I know what I believe. I will continue to articulate what I believe and what I believe — I believe what I believe is right."
(George W. Bush, in Rome, July 22, 2001)
"We're concerned about AIDS inside our White House — make no mistake about it."
(George W. Bush, Feb. 7, 2001)
"Neither in French nor in English nor in Mexican."
(George W. Bush, declining to take reporters' questions during a photo op with Canadian Prime Minister Jean Chretien, April 21, 2001)
"It's very important for folks to understand that when there's more trade, there's more commerce."
(George W. Bush, at the Summit of the Americas in Quebec City, April 21, 2001)
"Do you have blacks, too?"
(George W. Bush, to Brazilian President Fernando Cardoso, Nov. 8, 2001, as reported in an April 28, 2002, Estado Sao Pauloan column by Fernando Pedreira, a close friend of President Cardoso)
e, de todas, a minha favorita...
"It is white."
(George W. Bush, asked by a child in Britain what the White House was like, July 19, 2001)
ó céus. sou só eu, ou mais alguém aí teme pelo futuro do planeta?
(detalhe: não se empolguem. a foto acima é uma montagem, que tirei do martelada, blog do já citado marcelo träsel. quaisquer semelhanças com episódios da vida real são mera coincidência. ou não.)
DA SÉRIE MINHA FAMÍLIA CONTINUA SURTADA
episódio bizarro de hoje. estou sentada no chão da sala da minha casa, brincando com o cachorro, enquanto minha mãe coloca o lago dourado para assistir no dvd. lá pelos quinze minutos do filme, mommy se queixa que não está entendendo a estória. eu digo, volta um pouco, às vezes quando o enredo é complicado isso ajuda. ela faz isso, e passados mais uns cinco minutos, comenta, continuo sem entender. mas logo em seguida, em um momento súbito de iluminação, esclarece, ah, minha filha, agora percebo porque não estou conseguindo acompanhar o filme. esqueci de colocar as legendas.
*sigh*.
episódio bizarro de hoje. estou sentada no chão da sala da minha casa, brincando com o cachorro, enquanto minha mãe coloca o lago dourado para assistir no dvd. lá pelos quinze minutos do filme, mommy se queixa que não está entendendo a estória. eu digo, volta um pouco, às vezes quando o enredo é complicado isso ajuda. ela faz isso, e passados mais uns cinco minutos, comenta, continuo sem entender. mas logo em seguida, em um momento súbito de iluminação, esclarece, ah, minha filha, agora percebo porque não estou conseguindo acompanhar o filme. esqueci de colocar as legendas.
*sigh*.
20 de janeiro de 2003
FRASE DA SEMANA
"nobody realizes that some people expend tremendous energy merely to be normal."
(Albert Camus, escritor franco-algeriano)
"nobody realizes that some people expend tremendous energy merely to be normal."
(Albert Camus, escritor franco-algeriano)
MORREU UM PEDAÇO DE MIM HOJE
morreu um pedaço de mim hoje. a coisa era aguardada, paciente em estado terminal, os médicos dizendo que não havia mais nada a ser feito, apenas medidas paliativas pra tornar a passagem tão indolor quanto possível. mas morreu. não volta mais. e, apesar dos analgésicos ministrados, doeu demais.
e o mundo seguindo seu curso, seu rodopiar inabalado. mandei uma nota comunicando a passagem aos mais próximos, publiquei obituário no jornal, mas o falecimento não mereceu atenção. não teve velório, enterro, luto, salva de tiros, bandeira a meio mastro, nada disso.
de vestígio, só tem eu com mais um cadáver estirado no peito, a alma doendo com o vácuo da ausência de mais um dos meus eus. talvez em breve, não reste mais nenhuma de nós de pé. em uma vida em que só eu visto negro pela perda de mim mesma, namoro a idéia de deixar de ser. de me esvair. de retornar, depois de derrotada pelo mundo, à sua essência.
morreu um pedaço de mim hoje. a coisa era aguardada, paciente em estado terminal, os médicos dizendo que não havia mais nada a ser feito, apenas medidas paliativas pra tornar a passagem tão indolor quanto possível. mas morreu. não volta mais. e, apesar dos analgésicos ministrados, doeu demais.
e o mundo seguindo seu curso, seu rodopiar inabalado. mandei uma nota comunicando a passagem aos mais próximos, publiquei obituário no jornal, mas o falecimento não mereceu atenção. não teve velório, enterro, luto, salva de tiros, bandeira a meio mastro, nada disso.
de vestígio, só tem eu com mais um cadáver estirado no peito, a alma doendo com o vácuo da ausência de mais um dos meus eus. talvez em breve, não reste mais nenhuma de nós de pé. em uma vida em que só eu visto negro pela perda de mim mesma, namoro a idéia de deixar de ser. de me esvair. de retornar, depois de derrotada pelo mundo, à sua essência.
19 de janeiro de 2003
SE
"se por acaso
a gente se cruzasse
ia ser um caso sério
você ia rir até amanhecer
eu ia ir até acontecer
de dia um improviso
de noite uma farra
a gente ia viver
com garra
eu ia tirar de ouvido
todos os sentidos
ia ser tão divertido
tocar um solo em dueto
ia ser um riso
ia ser um gozo
ia ser todo dia
a mesma folia
até deixar de ser poesia
e virar tédio
e nem o meu melhor vestido
era remédio
daí vá ficando por aí
eu vou ficando por aqui
evitando
desviando
sempre pensando
se por acaso
a gente se cruzasse..."
(Alice Ruiz, poetisa)
"se por acaso
a gente se cruzasse
ia ser um caso sério
você ia rir até amanhecer
eu ia ir até acontecer
de dia um improviso
de noite uma farra
a gente ia viver
com garra
eu ia tirar de ouvido
todos os sentidos
ia ser tão divertido
tocar um solo em dueto
ia ser um riso
ia ser um gozo
ia ser todo dia
a mesma folia
até deixar de ser poesia
e virar tédio
e nem o meu melhor vestido
era remédio
daí vá ficando por aí
eu vou ficando por aqui
evitando
desviando
sempre pensando
se por acaso
a gente se cruzasse..."
(Alice Ruiz, poetisa)
18 de janeiro de 2003
DA SÉRIE RAZÕES PELAS QUAIS EU NÃO COSTUMO ENCHER A CARA
cinco da manhã na bunker. o amândio começa a sua seqüência esvazia pista. meus amigos, já mais pra lá do que pra cá, deliram ao ouvir os primeiros acordes de what a feeling, música tema de flashdance, um filmezinho péla de sessão da tarde, que aliás fez muito sucesso nos anos oitenta. estou eu, com os pés estoporados, fingindo estar dançando, e contando quantas vezes devo ter cuspido na cruz na última encarnação pra merecer aquilo. é quando avisto um sem noção trêbado e desgovernado vindo do corredor, irrompendo triunfalmente porta adentro, e saltando sobre as escadas de braços abertos, numa pose digna de prima ballerina do municipal. enquanto eu esfregava meus olhos pra ter certeza de que tinha visto aquilo mesmo, o indivíduo, ainda insatisfeito, sai correndo da pista, volta ao corredor e repete aquela cena insólita. é, amigos, bebum é isso aí. é por essas e outras razões que fico a noite inteira na água mineral.
cinco da manhã na bunker. o amândio começa a sua seqüência esvazia pista. meus amigos, já mais pra lá do que pra cá, deliram ao ouvir os primeiros acordes de what a feeling, música tema de flashdance, um filmezinho péla de sessão da tarde, que aliás fez muito sucesso nos anos oitenta. estou eu, com os pés estoporados, fingindo estar dançando, e contando quantas vezes devo ter cuspido na cruz na última encarnação pra merecer aquilo. é quando avisto um sem noção trêbado e desgovernado vindo do corredor, irrompendo triunfalmente porta adentro, e saltando sobre as escadas de braços abertos, numa pose digna de prima ballerina do municipal. enquanto eu esfregava meus olhos pra ter certeza de que tinha visto aquilo mesmo, o indivíduo, ainda insatisfeito, sai correndo da pista, volta ao corredor e repete aquela cena insólita. é, amigos, bebum é isso aí. é por essas e outras razões que fico a noite inteira na água mineral.
17 de janeiro de 2003
BANANAS EM EXTINÇÃO
acreditem se quiserem, mas segundo isso aqui, as bananas podem desaparecer da face da terra dentro de dez anos. não dá pra acreditar. é o apocalipse.
acreditem se quiserem, mas segundo isso aqui, as bananas podem desaparecer da face da terra dentro de dez anos. não dá pra acreditar. é o apocalipse.
QUARTA FRASE DA SEMANA
ok, de novo, é mais de uma frase. you get the picture.
"Don't walk in front of me, I may not follow. Don't walk behind me, I may not lead. Just walk beside me and be my friend."
(Albert Camus, escritor franco-algeriano).
ok, de novo, é mais de uma frase. you get the picture.
"Don't walk in front of me, I may not follow. Don't walk behind me, I may not lead. Just walk beside me and be my friend."
(Albert Camus, escritor franco-algeriano).
SE A VIDA TE DÁ UM LIMÃO
lembram do arnaldo branco, o mestre yoda da azedice? olha o trabalho dele aqui embaixo de novo. esclareço desde já, ele não fez pra mim, mas como eu preciso fazer jus ao meu auto concedido prêmio copy and paste, eu me apropriei assim mesmo.
lembram do arnaldo branco, o mestre yoda da azedice? olha o trabalho dele aqui embaixo de novo. esclareço desde já, ele não fez pra mim, mas como eu preciso fazer jus ao meu auto concedido prêmio copy and paste, eu me apropriei assim mesmo.
SPENCER TUNICK
essa dica eu roubei do olho mágico, blog fotográfico mantido pelo andré luís ferreira. e, pensando bem, acho que também foi por ali que fiquei conhecendo o trabalho do scott mutter . visitem.
essa dica eu roubei do olho mágico, blog fotográfico mantido pelo andré luís ferreira. e, pensando bem, acho que também foi por ali que fiquei conhecendo o trabalho do scott mutter . visitem.
METRÓPOLES BARATAS
ouviram essa? são paulo e rio de janeiro estão entre as metrópoles mais baratas pra se viver no mundo. já começou a comemorar? então, espera, nem começa. é só pra quem ganha em dólar. damn it.
ouviram essa? são paulo e rio de janeiro estão entre as metrópoles mais baratas pra se viver no mundo. já começou a comemorar? então, espera, nem começa. é só pra quem ganha em dólar. damn it.
ÔNIBUS E FONE DE OUVIDO
não sei bem por quê, mas sempre que sento a bunda no ônibus pro centro da cidade e aumento o volume do som até aquele patamar que inevitavelmente me conduzirá a uma futura surdez, sou transportada para uma outra dimensão. não sei se vocês conhecem: é um mundo bizarro, onde as entrelinhas da paisagem do aterro do flamengo me absorvem por completo e tudo que eu antes quebrava a cabeça pra decifrar subitamente faz sentido. um lugar onde vida é boa. go figure. os tibetanos meditam no silêncio dos seus mosteiros. eu estouro meus tímpanos com radiohead no 125. e, quem diria, talvez estejamos todos tentando ir pro mesmo lugar.
não sei bem por quê, mas sempre que sento a bunda no ônibus pro centro da cidade e aumento o volume do som até aquele patamar que inevitavelmente me conduzirá a uma futura surdez, sou transportada para uma outra dimensão. não sei se vocês conhecem: é um mundo bizarro, onde as entrelinhas da paisagem do aterro do flamengo me absorvem por completo e tudo que eu antes quebrava a cabeça pra decifrar subitamente faz sentido. um lugar onde vida é boa. go figure. os tibetanos meditam no silêncio dos seus mosteiros. eu estouro meus tímpanos com radiohead no 125. e, quem diria, talvez estejamos todos tentando ir pro mesmo lugar.
YOU WHO NEVER ARRIVED
"You who never arrived
in my arms, Beloved, who were lost
from the start,
I don't even know what songs
would please you. I have given up trying
to recognize you in the surging wave of the next
moment. All the immense
images in me- the far-off, deeply-felt landscape,
cities, towers, and bridges, and unsuspected
turns in the path,
and those powerful lands that were once
pulsing with the life of the gods-
all rise within me to mean
you, who forever elude me.
You, Beloved, who are all
the gardens I have ever gazed at,
longing. An open window
in a country house-, and you almost
stepped out, pensive, to meet me.
Streets that I chanced upon,-
you had just walked down them and vanished.
And sometimes, in a shop, the mirrors
were still dizzy with your presence and, startled,
gave back my too-sudden image. Who knows?
perhaps the same bird echoed through both of us
yesterday, seperate, in the evening..."
(Rainer Maria Rilke, poeta alemão)
"You who never arrived
in my arms, Beloved, who were lost
from the start,
I don't even know what songs
would please you. I have given up trying
to recognize you in the surging wave of the next
moment. All the immense
images in me- the far-off, deeply-felt landscape,
cities, towers, and bridges, and unsuspected
turns in the path,
and those powerful lands that were once
pulsing with the life of the gods-
all rise within me to mean
you, who forever elude me.
You, Beloved, who are all
the gardens I have ever gazed at,
longing. An open window
in a country house-, and you almost
stepped out, pensive, to meet me.
Streets that I chanced upon,-
you had just walked down them and vanished.
And sometimes, in a shop, the mirrors
were still dizzy with your presence and, startled,
gave back my too-sudden image. Who knows?
perhaps the same bird echoed through both of us
yesterday, seperate, in the evening..."
(Rainer Maria Rilke, poeta alemão)
RAPIDINHAS - FIONA APPLE
grifos nossos. como sempre.
"sometimes my mind don´t shake and shift
but most of the time, it does
and i get to the place where i´m begging for a lift
or i´ll drown in the wonders and the was
and i´ll be your girl, if you say it´s a gift
and you give me some more of your drugs
yeah, i´ll be your pet, if you just tell me it´s a gift
cause i´m tired of whys, choking on whys
just need a little because"
grifos nossos. como sempre.
"sometimes my mind don´t shake and shift
but most of the time, it does
and i get to the place where i´m begging for a lift
or i´ll drown in the wonders and the was
and i´ll be your girl, if you say it´s a gift
and you give me some more of your drugs
yeah, i´ll be your pet, if you just tell me it´s a gift
cause i´m tired of whys, choking on whys
just need a little because"
16 de janeiro de 2003
O VÁCUO
fico me perguntando incessantemente, como pode, eu me alimentar desse vácuo, se é ele o que me mata, pouco a pouco, a cada instante?
...mas falarei mais sobre isso mais tarde, quando conseguir concatenar meus pensamentos. aguardem, que vai ser mais um post pra vocês responderem com aquele famoso silêncio eloquente, porque ninguém comenta os meus delírios mesmo.
fico me perguntando incessantemente, como pode, eu me alimentar desse vácuo, se é ele o que me mata, pouco a pouco, a cada instante?
...mas falarei mais sobre isso mais tarde, quando conseguir concatenar meus pensamentos. aguardem, que vai ser mais um post pra vocês responderem com aquele famoso silêncio eloquente, porque ninguém comenta os meus delírios mesmo.
14 de janeiro de 2003
TERCEIRA FRASE DA SEMANA
essa é pra fabíola, que adora oscar wilde.
"Life is much too important a thing ever to talk seriously about it."
(Oscar Wilde, escritor , in Vera, of The Nihilists.)
essa é pra fabíola, que adora oscar wilde.
"Life is much too important a thing ever to talk seriously about it."
(Oscar Wilde, escritor , in Vera, of The Nihilists.)
TELEFONE
respiro. fôlego curto, não ouso encher o pulmão de ar, medo de oprimir meu coração em disparada, medo de que lhe falte o espaço, e que a pressão o faça estourar, e aí sou eu de coração partido de novo. já vi esse filme, eu desperdiçando quilos de kleenex, eu sentindo pena de mim mesma, um monte de árvores em alguma floresta tropical abatidas para que eu enxugue as minhas lágrimas. filme que não vale o ingresso. então, não me atrevo a respirar fundo, prefiro a falta de oxigênio a ter que novamente recolher os retalhos do meu coração.
cansativo isto. eu aqui, sem ar, e o telefone, este maldito, não toca. fico dando fast forward e rewind na cena que pinto na minha cabeça, cada hora uma cena diferente, o que eu digo, o que ele diz, o que eu digo de volta. e fito o telefone com raiva incontida, apenas ele pode pôr fim a minha espera patética. mas não, ele insiste em se manter em silêncio, olhar em um canto distante de mim, orgulho ferido.
o mundo está cheio de sons, e todos incomodam. estou alerta, gazela atenta aos menores ruídos, ciente da espreita de seu predador. as cenas continuam na minha cabeça, e eu péssima atriz nelas, mais insegura a cada tomada. gaguejo até, amadora. suspiro, desconsolada, e desisto do telefone, convencida de que sua mudez é definitiva, sua indiferença sincera. termino sempre assim, devorada, sou presa do mundo, da lei da selva. vou para um canto lamber minhas feridas. coitada de mim, ainda não aprendi que elas não saram jamais.
respiro. fôlego curto, não ouso encher o pulmão de ar, medo de oprimir meu coração em disparada, medo de que lhe falte o espaço, e que a pressão o faça estourar, e aí sou eu de coração partido de novo. já vi esse filme, eu desperdiçando quilos de kleenex, eu sentindo pena de mim mesma, um monte de árvores em alguma floresta tropical abatidas para que eu enxugue as minhas lágrimas. filme que não vale o ingresso. então, não me atrevo a respirar fundo, prefiro a falta de oxigênio a ter que novamente recolher os retalhos do meu coração.
cansativo isto. eu aqui, sem ar, e o telefone, este maldito, não toca. fico dando fast forward e rewind na cena que pinto na minha cabeça, cada hora uma cena diferente, o que eu digo, o que ele diz, o que eu digo de volta. e fito o telefone com raiva incontida, apenas ele pode pôr fim a minha espera patética. mas não, ele insiste em se manter em silêncio, olhar em um canto distante de mim, orgulho ferido.
o mundo está cheio de sons, e todos incomodam. estou alerta, gazela atenta aos menores ruídos, ciente da espreita de seu predador. as cenas continuam na minha cabeça, e eu péssima atriz nelas, mais insegura a cada tomada. gaguejo até, amadora. suspiro, desconsolada, e desisto do telefone, convencida de que sua mudez é definitiva, sua indiferença sincera. termino sempre assim, devorada, sou presa do mundo, da lei da selva. vou para um canto lamber minhas feridas. coitada de mim, ainda não aprendi que elas não saram jamais.
THE SCREAM
não sei por que cargas d'água, mas tive muita vontade de ficar olhando pra essa imagem hoje, horas e horas. deve ser a proximidade da prova dessa semana. go figure.
THE SCREAM, 1893, by Edvard Munch
Tempera on board 83.5 x 66 cm
M 514
"The Scream has come more and more to be accepted as Edvard Munch's most significant motif - the very symbol of modern man, for whom God is dead and for whom materialism provides no solace. Munch wrote several versions of a prose-lyrical associated with the motif, one of which reads:
'I was walking along a path with two friends - the sun was setting - suddenly the sky turned blood red - I paused, feeling exhausted, and leaned on the fence - there was blood and tongues of fire above the blue-black fjord and the city - my friends walked on, and I stood there trembling with anxiety - and I sensed an infinite scream passing through nature' "
não sei por que cargas d'água, mas tive muita vontade de ficar olhando pra essa imagem hoje, horas e horas. deve ser a proximidade da prova dessa semana. go figure.
THE SCREAM, 1893, by Edvard Munch
Tempera on board 83.5 x 66 cm
M 514
"The Scream has come more and more to be accepted as Edvard Munch's most significant motif - the very symbol of modern man, for whom God is dead and for whom materialism provides no solace. Munch wrote several versions of a prose-lyrical associated with the motif, one of which reads:
'I was walking along a path with two friends - the sun was setting - suddenly the sky turned blood red - I paused, feeling exhausted, and leaned on the fence - there was blood and tongues of fire above the blue-black fjord and the city - my friends walked on, and I stood there trembling with anxiety - and I sensed an infinite scream passing through nature' "
O DIA DE ONTEM
estava eu ontem relendo esse conto do caio fernando abreu. vai um trecho aí embaixo.
é, gente, eu digo e repito, leiam esse cara. eu mesma tenho que ler mais dele. mas deixem estar, que logo logo faço isso.
"Ainda ontem à noite eu te disse que era preciso tecer. Ontem à noite disseste que não era difícil, disseste um pouco irônica que bastava começar, que no começo era só fingir e logo depois, não muito depois, o fingimento passava a ser verdade, então a gente ia até o fundo do fundo. Eu te disse que estava cansado de cerzir aquela matéria gasta no fundo de mim, exausto de recobrí-la às vezes de veludo, outras de cetim, purpurina ou seda - mas sabendo sempre que no fundo permanecia sempre aquela pobre estopa desgastada.
Perguntaste se o que me doía era a consciência. Eu te disse que o que me doía era não conseguir aceitar minha pobreza. E que eu não sabia até quando conseguiria disfarçar com outros panos aquele outro, puído e desbotado, e que eu precisava tecer todos os dias os meus dias inteiros e inventar meus encontros e minhas alegrias e forjar esperas e me cercar de bruxos anjos profetas e que naquele momento eu achava que não conseguiria mais continuar tecendo inventos. Perguntei se achavas que minha fantasia me doía, e se me doendo também te doía. E não disseste nada. Embora estivéssemos no escuro, consegui distinguir tua mão arroxeada pela luz de mercúrio da rua apontando em silêncio o telefone calado ao lado da cama. O telefone no silêncio do silêncio."
(Caio Fernando Abreu, in O Ovo Apunhalado. grifos nossos.)
estava eu ontem relendo esse conto do caio fernando abreu. vai um trecho aí embaixo.
é, gente, eu digo e repito, leiam esse cara. eu mesma tenho que ler mais dele. mas deixem estar, que logo logo faço isso.
"Ainda ontem à noite eu te disse que era preciso tecer. Ontem à noite disseste que não era difícil, disseste um pouco irônica que bastava começar, que no começo era só fingir e logo depois, não muito depois, o fingimento passava a ser verdade, então a gente ia até o fundo do fundo. Eu te disse que estava cansado de cerzir aquela matéria gasta no fundo de mim, exausto de recobrí-la às vezes de veludo, outras de cetim, purpurina ou seda - mas sabendo sempre que no fundo permanecia sempre aquela pobre estopa desgastada.
Perguntaste se o que me doía era a consciência. Eu te disse que o que me doía era não conseguir aceitar minha pobreza. E que eu não sabia até quando conseguiria disfarçar com outros panos aquele outro, puído e desbotado, e que eu precisava tecer todos os dias os meus dias inteiros e inventar meus encontros e minhas alegrias e forjar esperas e me cercar de bruxos anjos profetas e que naquele momento eu achava que não conseguiria mais continuar tecendo inventos. Perguntei se achavas que minha fantasia me doía, e se me doendo também te doía. E não disseste nada. Embora estivéssemos no escuro, consegui distinguir tua mão arroxeada pela luz de mercúrio da rua apontando em silêncio o telefone calado ao lado da cama. O telefone no silêncio do silêncio."
(Caio Fernando Abreu, in O Ovo Apunhalado. grifos nossos.)
13 de janeiro de 2003
EREMITA NA LAGOA
essa é impagável. um senhor de quarenta e sete anos, leva uma existência quase que autosuficiente, habitando um barraco de madeira nas encostas de uma montanha. seria um caso até comum, não fosse um detalhe técnico: ele mora na lagoa, um dos bairros mais abastados do rio. leiam a curiosa estória de antônio manoel dos santos aqui. fiquei sabendo pela coluna weblog, do pedro doria, no no mínimo.
essa é impagável. um senhor de quarenta e sete anos, leva uma existência quase que autosuficiente, habitando um barraco de madeira nas encostas de uma montanha. seria um caso até comum, não fosse um detalhe técnico: ele mora na lagoa, um dos bairros mais abastados do rio. leiam a curiosa estória de antônio manoel dos santos aqui. fiquei sabendo pela coluna weblog, do pedro doria, no no mínimo.
SEGUNDA FRASE DA SEMANA
vejam só, é de um blogueiro. sinal dos tempos. ah, sim, deixem de ser preguiçosos, e cliquem na frase pra ler o post do cara inteiro, porque vale a pena. são my thoughts exactly.
"Por uma fatalidade geográfica, nasci no Brasil, mas meu país de coração começa na sola dos meus pés e termina no meu último fio de cabelo."
(Fábio Danesi Rossi, que, além de blogueiro, eu não sei o que é)
vejam só, é de um blogueiro. sinal dos tempos. ah, sim, deixem de ser preguiçosos, e cliquem na frase pra ler o post do cara inteiro, porque vale a pena. são my thoughts exactly.
"Por uma fatalidade geográfica, nasci no Brasil, mas meu país de coração começa na sola dos meus pés e termina no meu último fio de cabelo."
(Fábio Danesi Rossi, que, além de blogueiro, eu não sei o que é)
DA SÉRIE O BRASIL DO PT
estou começando essa. inacreditável: o gilberto gil assinando a posse com uma bic. uma BIC! me impressiona ainda não terem feito nenhum merchandise em cima. é o brasil do pt, senhoras e senhores.
roubei deste post aqui, do kibe loco.
estou começando essa. inacreditável: o gilberto gil assinando a posse com uma bic. uma BIC! me impressiona ainda não terem feito nenhum merchandise em cima. é o brasil do pt, senhoras e senhores.
roubei deste post aqui, do kibe loco.
DE UMA OTÁRIA PRA OUTROS
sábado à noite. estou eu parada com um pessoal na fila do free pass (ou como um amigo gosta de chamar, programa acorde na bunker. interessados? cliquem na figura). anyway, estamos morgando enquanto esperamos pra entrar, enquanto mal educadamente ouço o papo de um pessoal atrás da gente. devem ser blogueiros, pensei, depois de escutar a palavra blog umas quatro vezes. não me surpreende, ultimamente parece que todo mundo tem blog mesmo. o que me deixou abismada foi que durante os quarenta minutos em que pastávamos por aquelas paragens, blog foi termo repetido ininterruptamente pelo menos umas 783 vezes. o povo não mudava de assunto. e eu finalmente entendi o que levou esse meu mesmo amigo, diante da minha comunicação de que iria começar o limãozinho, a comentar de forma pouco cristã que blog é coisa de otário.
não é bem que seja coisa de otário (eu dizer isso seria dar uma cusparada das boas pra cima e na testa). mas é no mínimo pouco saudável transformar o que deveria ser apenas mais um segmento da nossa vida em algo tão crucial a ponto de não sermos capazes de conversar sobre mais nada. e digo isso com experiência no assunto. não sei se era o caso deles, mas certamente parecia ser.
espero não ficar assim no futuro. não me entendam mal: adoro poder falar por esse espaço. adoro vocês todos que por algum motivo misterioso param pra me ouvir. é algo que vem ganhando uma importância crescente pra mim. mas não quero que minha vida se resuma nisso aqui. foi mal. sintam-se à vontade para jogar tomates, se quiserem.
ah, sim, pra quem estiver imaginando, esse meu amigo que acha que blogueiro é tudo mané já teve um blog. não, não dou o endereço. ele apagou. preferiu tentar deletar as evidências físicas da sua própria otarice. se perguntarem pra mim, acho que ainda não conseguiu desaparecer com todas. eu enxergo os resquícios de maneira cristalina. porque, vocês sabem, um bom otário sempre reconhece outro a milhas de distância.
sábado à noite. estou eu parada com um pessoal na fila do free pass (ou como um amigo gosta de chamar, programa acorde na bunker. interessados? cliquem na figura). anyway, estamos morgando enquanto esperamos pra entrar, enquanto mal educadamente ouço o papo de um pessoal atrás da gente. devem ser blogueiros, pensei, depois de escutar a palavra blog umas quatro vezes. não me surpreende, ultimamente parece que todo mundo tem blog mesmo. o que me deixou abismada foi que durante os quarenta minutos em que pastávamos por aquelas paragens, blog foi termo repetido ininterruptamente pelo menos umas 783 vezes. o povo não mudava de assunto. e eu finalmente entendi o que levou esse meu mesmo amigo, diante da minha comunicação de que iria começar o limãozinho, a comentar de forma pouco cristã que blog é coisa de otário.
não é bem que seja coisa de otário (eu dizer isso seria dar uma cusparada das boas pra cima e na testa). mas é no mínimo pouco saudável transformar o que deveria ser apenas mais um segmento da nossa vida em algo tão crucial a ponto de não sermos capazes de conversar sobre mais nada. e digo isso com experiência no assunto. não sei se era o caso deles, mas certamente parecia ser.
espero não ficar assim no futuro. não me entendam mal: adoro poder falar por esse espaço. adoro vocês todos que por algum motivo misterioso param pra me ouvir. é algo que vem ganhando uma importância crescente pra mim. mas não quero que minha vida se resuma nisso aqui. foi mal. sintam-se à vontade para jogar tomates, se quiserem.
ah, sim, pra quem estiver imaginando, esse meu amigo que acha que blogueiro é tudo mané já teve um blog. não, não dou o endereço. ele apagou. preferiu tentar deletar as evidências físicas da sua própria otarice. se perguntarem pra mim, acho que ainda não conseguiu desaparecer com todas. eu enxergo os resquícios de maneira cristalina. porque, vocês sabem, um bom otário sempre reconhece outro a milhas de distância.
FRASE DA SEMANA
... ok, aí embaixo tem mais de uma frase. em resposta, cito a mim mesma: me deixem.
"There is an element of death in life, and I am astonished that one pretends to ignore it: death, whose unpitying presence we experience in each turn of fortune we survive because we must learn how to die slowly. We must learn to die: all of life is in that."
(Rainer Maria Rilke, poeta alemão, in Selected Letters of Rainer Maria Rilke)
... ok, aí embaixo tem mais de uma frase. em resposta, cito a mim mesma: me deixem.
"There is an element of death in life, and I am astonished that one pretends to ignore it: death, whose unpitying presence we experience in each turn of fortune we survive because we must learn how to die slowly. We must learn to die: all of life is in that."
(Rainer Maria Rilke, poeta alemão, in Selected Letters of Rainer Maria Rilke)
12 de janeiro de 2003
DE NOVO, A SAÍDA DE EMERGÊNCIA
parece mentira, mas recebi há coisa de dez minutos um e-mail com a notícia de que uma colega que não via há algum tempo se atirou de uma janela. uma menina simpática. convivi com ela por anos, diariamente, mas por algum daqueles motivos que freud deve explicar, nunca fomos próximas. quando muito, falávamos de amenidades. soube agora que ela tinha problemas desde aquela época, fazia terapia, estava sob medicação. nunca percebi nada. não tinha idéia.
então, uma torrente me vem à cabeça. fico pensando em como tantas pessoas passam pela nossa vida, e nós não percebemos nunca o que elas trazem na essência. na estopa. em como é possível que a dor de alguém seja tão absurdamente forte, e ao mesmo tempo que não seja palpável, que não seja visível à mera luz do sol. em como eu, na minha distante e próxima adolescência, achava que essa angústia fundamental era só eu quem sentia, naquela arrogância que é típica da imaturidade. em como eu gostaria de ter sido capaz de estender minha mão a ela. em como eu gostaria de ter percebido que ela precisava de uma mão estendida. em como eu gostaria de acreditar que isso teria feito alguma diferença. em como talvez tivesse feito. em como esse pensamento me traz culpa.
não adianta, estou chocada. vou ficar assim por um tempo. como diria o bituca, vida besta.
ah, sim, perdoem-me por ter alugado o ouvido de vocês. tentarei não repetir.
parece mentira, mas recebi há coisa de dez minutos um e-mail com a notícia de que uma colega que não via há algum tempo se atirou de uma janela. uma menina simpática. convivi com ela por anos, diariamente, mas por algum daqueles motivos que freud deve explicar, nunca fomos próximas. quando muito, falávamos de amenidades. soube agora que ela tinha problemas desde aquela época, fazia terapia, estava sob medicação. nunca percebi nada. não tinha idéia.
então, uma torrente me vem à cabeça. fico pensando em como tantas pessoas passam pela nossa vida, e nós não percebemos nunca o que elas trazem na essência. na estopa. em como é possível que a dor de alguém seja tão absurdamente forte, e ao mesmo tempo que não seja palpável, que não seja visível à mera luz do sol. em como eu, na minha distante e próxima adolescência, achava que essa angústia fundamental era só eu quem sentia, naquela arrogância que é típica da imaturidade. em como eu gostaria de ter sido capaz de estender minha mão a ela. em como eu gostaria de ter percebido que ela precisava de uma mão estendida. em como eu gostaria de acreditar que isso teria feito alguma diferença. em como talvez tivesse feito. em como esse pensamento me traz culpa.
não adianta, estou chocada. vou ficar assim por um tempo. como diria o bituca, vida besta.
ah, sim, perdoem-me por ter alugado o ouvido de vocês. tentarei não repetir.
RESUMÉ
esse é bem famoso. acabei de receber uma notícia que me lembrou dele. mas já digo.
"Razors pain you;
Rivers are damp;
Acids stain you;
And drugs cause cramp.
Guns aren't lawful;
Nooses give;
Gas smells awful;
You might as well live."
(Dorothy Parker, poetisa)
esse é bem famoso. acabei de receber uma notícia que me lembrou dele. mas já digo.
"Razors pain you;
Rivers are damp;
Acids stain you;
And drugs cause cramp.
Guns aren't lawful;
Nooses give;
Gas smells awful;
You might as well live."
(Dorothy Parker, poetisa)
O QUE EU ACHEI DA CONDENAÇÃO DO BELO
nada demais. não surpreende. o judiciário tinha que mostrar serviço, só isso. e, por favor, não me venham com os tradicionais delírios de que, bem, isso mostra que a justiça quando quer funciona, etc etc etc. porra nenhuma. a doença é infinitamente mais debilitante do que os sintomas permitem vislumbrar. e não se fala mais nisso.
... ah, não, só mais duas coisinhas. leiam o artigo publicado no no mínimo sobre o assunto. discordo do posicionamento defendido veementemente (por diversos motivos, sendo os mais relevantes deles a presunção constitucionalmente garantida de inocência até o trânsito em julgado de sentença condenatória, bem como o brocardo bem batido de que a lei é mais sábia que o legislador), mas vale a leitura. e saibam também o que o eu hein tem a dizer a respeito. é pra se juntar à multidão em protesto. ou pelo menos pra rir junto.
nada demais. não surpreende. o judiciário tinha que mostrar serviço, só isso. e, por favor, não me venham com os tradicionais delírios de que, bem, isso mostra que a justiça quando quer funciona, etc etc etc. porra nenhuma. a doença é infinitamente mais debilitante do que os sintomas permitem vislumbrar. e não se fala mais nisso.
... ah, não, só mais duas coisinhas. leiam o artigo publicado no no mínimo sobre o assunto. discordo do posicionamento defendido veementemente (por diversos motivos, sendo os mais relevantes deles a presunção constitucionalmente garantida de inocência até o trânsito em julgado de sentença condenatória, bem como o brocardo bem batido de que a lei é mais sábia que o legislador), mas vale a leitura. e saibam também o que o eu hein tem a dizer a respeito. é pra se juntar à multidão em protesto. ou pelo menos pra rir junto.
WEEKEND
dia cheio ontem. cheio de quê, vocês me perguntam. de muita coisa sem substância, admito. ficamos eu e uma amiga vagando incansavelmente pela cidade. depois, noite também cheia na bunker, com direito a ter que sair da pista em alguns momentos com o mero propósito de respirar, e a aterrisar em casa apenas às dez da manhã de domingo. poucas coisas são mais trash que passar no supermercado pra descolar o café da manhã com a maquiagem pra lá de escorrida, fedendo àquele aroma característico que só quem passa a noite na bunker conhece, e encontrar as pessoas normais comprando pão e manteiga depois de fazerem sua caminhada matinal no calçadão. agora, estou afônica de tanto gritar a plenos pulmões a letra de bizarre love triangle, que eu ouvi tocar pelo menos umas duas vezes na pista 1. e admirando abismada as toneladas de trabalho do fim de semana, acumulados em uma pilha de papel que já é de estimação na minha estante. e arrancando os cabelos, porque tenho prova na faculdade quinta feira. e nem comecei a estudar.
acho que estou precisando contratar um estagiário.
dia cheio ontem. cheio de quê, vocês me perguntam. de muita coisa sem substância, admito. ficamos eu e uma amiga vagando incansavelmente pela cidade. depois, noite também cheia na bunker, com direito a ter que sair da pista em alguns momentos com o mero propósito de respirar, e a aterrisar em casa apenas às dez da manhã de domingo. poucas coisas são mais trash que passar no supermercado pra descolar o café da manhã com a maquiagem pra lá de escorrida, fedendo àquele aroma característico que só quem passa a noite na bunker conhece, e encontrar as pessoas normais comprando pão e manteiga depois de fazerem sua caminhada matinal no calçadão. agora, estou afônica de tanto gritar a plenos pulmões a letra de bizarre love triangle, que eu ouvi tocar pelo menos umas duas vezes na pista 1. e admirando abismada as toneladas de trabalho do fim de semana, acumulados em uma pilha de papel que já é de estimação na minha estante. e arrancando os cabelos, porque tenho prova na faculdade quinta feira. e nem comecei a estudar.
acho que estou precisando contratar um estagiário.
10 de janeiro de 2003
PRÊMIO AUTOCRÍTICA
preciso criar mais coisas, em vez de ficar enfiando quilos e quilos de link pelas goelas de vocês abaixo. então, admitindo isso, agraciei a mim mesma com um prêmio autocrítica copy and paste, desta forma definido pelos seus criadores: "para aqueles blogs que a pessoa responsável escreve pouco, mas enche o blog de textos copiados de outros lugares e letras de músicas que todo mundo já conhece. a pessoa não cria quase nada e enche o blog de material alheio."
então, amigos, ganhei esse. se alguém achar que sou merecedora de mais algum, diga agora ou cale-se para sempre. ou até o próximo post.
preciso criar mais coisas, em vez de ficar enfiando quilos e quilos de link pelas goelas de vocês abaixo. então, admitindo isso, agraciei a mim mesma com um prêmio autocrítica copy and paste, desta forma definido pelos seus criadores: "para aqueles blogs que a pessoa responsável escreve pouco, mas enche o blog de textos copiados de outros lugares e letras de músicas que todo mundo já conhece. a pessoa não cria quase nada e enche o blog de material alheio."
então, amigos, ganhei esse. se alguém achar que sou merecedora de mais algum, diga agora ou cale-se para sempre. ou até o próximo post.
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
esbarrei nesse texto fazendo a ronda, enquanto passava pelo big muff. o autor, ronaldo bressane, aproveita a trágica partida de um colega, alê faljone, para falar de temas que sempre me calaram fundo: o suicídio e a angústia humana. não farei comentários. o bilhete deixado por alê faljone já diz mais do que me passa na garganta.
"Quem não morre não vê Deus. Me desculpem os que se acham fortes, que, sei, jamais compreenderão. Me desculpem os que se acham fracos, por fazer o que talvez desejassem. De qualquer forma, é hora de superar os dogmas em torno do suicídio. É direito fundamental do Homem. Ninguém pode julgar ninguém, porque cada um nasce com a sua própria proporção entre angústia e capacidade de superá-la. Tentei, tentei muito, e acho que morrer é a próxima tentativa. Batalhador sempre fui. Não será a Igreja dos pedófilos que me fará sentir culpado. Só mesmo a dor dos que respeitam a minha alma, mas estes hão de aceitar minha saída: basta imaginarem que sinto essa emoção que sentem agora desde que me lembro gente. Tristeza. A mais funda tristeza do mundo."
(Alexandre Moreira César Faljone, falecido editor da revista Simples. grifos nossos.)
esbarrei nesse texto fazendo a ronda, enquanto passava pelo big muff. o autor, ronaldo bressane, aproveita a trágica partida de um colega, alê faljone, para falar de temas que sempre me calaram fundo: o suicídio e a angústia humana. não farei comentários. o bilhete deixado por alê faljone já diz mais do que me passa na garganta.
"Quem não morre não vê Deus. Me desculpem os que se acham fortes, que, sei, jamais compreenderão. Me desculpem os que se acham fracos, por fazer o que talvez desejassem. De qualquer forma, é hora de superar os dogmas em torno do suicídio. É direito fundamental do Homem. Ninguém pode julgar ninguém, porque cada um nasce com a sua própria proporção entre angústia e capacidade de superá-la. Tentei, tentei muito, e acho que morrer é a próxima tentativa. Batalhador sempre fui. Não será a Igreja dos pedófilos que me fará sentir culpado. Só mesmo a dor dos que respeitam a minha alma, mas estes hão de aceitar minha saída: basta imaginarem que sinto essa emoção que sentem agora desde que me lembro gente. Tristeza. A mais funda tristeza do mundo."
(Alexandre Moreira César Faljone, falecido editor da revista Simples. grifos nossos.)
QUE PAPELÃO
já começamos mal. depois das declarações do nosso ministro da ciência e tecnologia a respeito de suas intenções de que o brasil venha a dominar a tecnologia da bomba atômica, a onu, lógico, faz um apelo de, pára tudo, e trata de explicar essa porra direito. agora os gringos vão achar que temos no governo um clone ideológico do enéas. ah, sim, e esqueçam aquela velha pretensão de um dia o brasil possuir uma cadeira permanente no conselho de segurança da onu. se era bastante improvável antes disso, agora é que não rola mesmo.
já começamos mal. depois das declarações do nosso ministro da ciência e tecnologia a respeito de suas intenções de que o brasil venha a dominar a tecnologia da bomba atômica, a onu, lógico, faz um apelo de, pára tudo, e trata de explicar essa porra direito. agora os gringos vão achar que temos no governo um clone ideológico do enéas. ah, sim, e esqueçam aquela velha pretensão de um dia o brasil possuir uma cadeira permanente no conselho de segurança da onu. se era bastante improvável antes disso, agora é que não rola mesmo.
MINHA MÃE PRECISA APRENDER INGLÊS PRA LER ISSO
pra parar de me encher o saco. porque sim, eu tenho uma criação de papel em casa, estou pensando em me profissionalizar e explorar a atividade comercialmente. não, não é pra ninguém achar nada na minha mesa mesmo. e, sim, talvez um dia eu funde uma usina de reciclagem. então, digo e repito: leave my desk alone. it works. well, most of the time... ok, ok, only sometimes... all right, i admit it, barely. mas me deixem: it´s MY desk. ah, sim, roubei do na cara do gol, que roubou do cris dias. é, também acho, esse mundo blog é um plágio só. e eu obviamente não posso falar nada.
pra parar de me encher o saco. porque sim, eu tenho uma criação de papel em casa, estou pensando em me profissionalizar e explorar a atividade comercialmente. não, não é pra ninguém achar nada na minha mesa mesmo. e, sim, talvez um dia eu funde uma usina de reciclagem. então, digo e repito: leave my desk alone. it works. well, most of the time... ok, ok, only sometimes... all right, i admit it, barely. mas me deixem: it´s MY desk. ah, sim, roubei do na cara do gol, que roubou do cris dias. é, também acho, esse mundo blog é um plágio só. e eu obviamente não posso falar nada.
NOVO CÓDIGO CIVIL: NÃO TEM JEITO. ENGULAM.
essa é para os que, como eu, estão de alguma forma envolvidos com as ciências jurídicas. não tem jeito, parece que o novo código civil entra mesmo em vigor no sábado. vocês não reclamavam tanto que o outro era de 1916, que o congresso era lerdo, que esse projeto não seria aprovado nunca? taí. e eu fico imaginando um daqueles codigos miniatura da RT, com preâmbulo inspirado no zagallo na copa de 1994, aquela do vocês vão ter que me engolir. engulam. e como é que vai ser? não tenho idéia. e, ao que parece, não sou só eu. o que mais se tem ouvido das bocas de medalhões do direito civil em palestras, simpósios, seminários a respeito desse não tão novo diploma legal são coisas como, é, isso aqui está assim, eu não sei o que penso ainda, vai dar uma confusão, vamos ver como vai ficar a jurisprudência... e você, pobre operador do direito, que se dane. é isso aí.
essa é para os que, como eu, estão de alguma forma envolvidos com as ciências jurídicas. não tem jeito, parece que o novo código civil entra mesmo em vigor no sábado. vocês não reclamavam tanto que o outro era de 1916, que o congresso era lerdo, que esse projeto não seria aprovado nunca? taí. e eu fico imaginando um daqueles codigos miniatura da RT, com preâmbulo inspirado no zagallo na copa de 1994, aquela do vocês vão ter que me engolir. engulam. e como é que vai ser? não tenho idéia. e, ao que parece, não sou só eu. o que mais se tem ouvido das bocas de medalhões do direito civil em palestras, simpósios, seminários a respeito desse não tão novo diploma legal são coisas como, é, isso aqui está assim, eu não sei o que penso ainda, vai dar uma confusão, vamos ver como vai ficar a jurisprudência... e você, pobre operador do direito, que se dane. é isso aí.
PENA DE MORTE
não me perguntem, o tema me facina. e esse artigo é um tanto longo, mas acreditem, vale a leitura. pra variar, plagiei deslavadamente do rodolfo filho, do leituras do dia.
não me perguntem, o tema me facina. e esse artigo é um tanto longo, mas acreditem, vale a leitura. pra variar, plagiei deslavadamente do rodolfo filho, do leituras do dia.
DESCULPA PARA OS RAPAZES ENCHEREM A CARA
aí, meninos, se vocês estavam atrás de uma desculpa pra entornar todas, look no further. e meninas, se vocês acham que seus namorados já bebem bem mais do que deveriam, não permitam que eles leiam este artigo, publicado na época online de hoje.
aí, meninos, se vocês estavam atrás de uma desculpa pra entornar todas, look no further. e meninas, se vocês acham que seus namorados já bebem bem mais do que deveriam, não permitam que eles leiam este artigo, publicado na época online de hoje.
9 de janeiro de 2003
NOTÍCIAS DO MUNDO BLOGUEIRO
a prova de que o mundo blogueiro aceita tudo está aí: o cara faz uns rabiscos com caneta bic enquanto fala ao telefone, scaneia, e fez um blog com isso. a mais completa falta de assunto? talvez. mas o alarmante é que eu achei o resultado muito interessante.
a prova de que o mundo blogueiro aceita tudo está aí: o cara faz uns rabiscos com caneta bic enquanto fala ao telefone, scaneia, e fez um blog com isso. a mais completa falta de assunto? talvez. mas o alarmante é que eu achei o resultado muito interessante.
O ÓBVIO ULULANTE
ao que parece, os cientistas estão chegando à óbvia e ululante conclusão de que uma cópia genética de um indivíduo não é uma cópia deste indivíduo. ou seja, se clonarmos hitler, não necessariamente teremos outro hitler nazista e devorador de criancinhas judias. porque dentre os fatores que, somados, contribuem para a formação da personalidade de alguém, a genética provavelmente é um dos menos importantes. o que, aliás, já deveríamos estar carecas de saber, porque é fato que se evidencia ao analisarmos o comportamento diverso de gêmeos univitelinos. ah, é, essa eu roubei do blog do daniel galera.
ao que parece, os cientistas estão chegando à óbvia e ululante conclusão de que uma cópia genética de um indivíduo não é uma cópia deste indivíduo. ou seja, se clonarmos hitler, não necessariamente teremos outro hitler nazista e devorador de criancinhas judias. porque dentre os fatores que, somados, contribuem para a formação da personalidade de alguém, a genética provavelmente é um dos menos importantes. o que, aliás, já deveríamos estar carecas de saber, porque é fato que se evidencia ao analisarmos o comportamento diverso de gêmeos univitelinos. ah, é, essa eu roubei do blog do daniel galera.
MAIS SOBRE A POSSE DO LULA
essa é pra quem gosta do luís fernando veríssimo. leiam a coluna dele no globo. mas vai lá rápido, antes que eles passem pra próxima (não sei com que freqüência ela é atualizada). essa fala da simbologia dos eventos ocorridos na posse do lula.
essa é pra quem gosta do luís fernando veríssimo. leiam a coluna dele no globo. mas vai lá rápido, antes que eles passem pra próxima (não sei com que freqüência ela é atualizada). essa fala da simbologia dos eventos ocorridos na posse do lula.
TERROR DE TE AMAR
"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa"
(Sophia de Mello Breyner Andresen, poetisa)
"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa"
(Sophia de Mello Breyner Andresen, poetisa)
8 de janeiro de 2003
CADA UMA QUE ME APARECE
estou eu, quieta no meu canto, cuidando da minha vida, e me vem minha tia (uma daquelas mais próximas, que têm mais intimidade), pisando com toda a cautela em dúzias e dúzias de ovos. solta essa, olha só, aquela boate que você frequenta... e eu, a bunker? ela, é. eu, que tem? e ela, essa boate... e eu, que foi, tia? ela, é boate de entendida? e eu, de que??? ela, entendida, menina... você sabe... sapatão. e, ah, tia, dá de tudo, as pessoas fazem o que querem. mas tem uma boate de gays e outra de lésbicas do lado. mas por que essa pergunta agora? ela, expressão bovina em resposta. eu, que foi, tia??? ela, sabe o que é... eu, o que??? desembucha! ela, é que fulana estava "passando" por lá, viu você na porta, ficou abismada, até porque segundo ela sua amiga tinha toda pinta de entendida... contou pra tia fulana, que falou pra beltrana, que contou pra sua avó, que está acendendo até vela pra você se encontrar na vida, porque esse negócio de mulher com mulher é coisa do demônio... eu, expressão abismada em resposta. ela, mas, vem cá, você é entendida? eu, expressão abismada, expressão abismada, explosão em gargalhadas, mais gargalhadas, e um pouco mais de gargalhadas. lágrimas de tanto rir.e digo, avisa pra minha avó que ela pode apagar as velas por enquanto, que eu ainda não me entendi. se algum dia me entender, mando o memorando pra família.
agora me digam, e eu posso com isso? minha mãe, que soube desse singelo interlúdio alguns minutos depois, está até agora tirando sarro da minha cara. ligou pra minha avó dizendo de brincadeira que eu vou lá no final de semana apresentar minha namorada e que vamos casar, que ela conhece e é uma menina maravilhosa. e nessa estória toda quase que minha avó vai parar no hospital com uma crise cardíaca. e quando eu digo que minha família é surtada, ninguém acredita. será que agora vocês me entendem?
estou eu, quieta no meu canto, cuidando da minha vida, e me vem minha tia (uma daquelas mais próximas, que têm mais intimidade), pisando com toda a cautela em dúzias e dúzias de ovos. solta essa, olha só, aquela boate que você frequenta... e eu, a bunker? ela, é. eu, que tem? e ela, essa boate... e eu, que foi, tia? ela, é boate de entendida? e eu, de que??? ela, entendida, menina... você sabe... sapatão. e, ah, tia, dá de tudo, as pessoas fazem o que querem. mas tem uma boate de gays e outra de lésbicas do lado. mas por que essa pergunta agora? ela, expressão bovina em resposta. eu, que foi, tia??? ela, sabe o que é... eu, o que??? desembucha! ela, é que fulana estava "passando" por lá, viu você na porta, ficou abismada, até porque segundo ela sua amiga tinha toda pinta de entendida... contou pra tia fulana, que falou pra beltrana, que contou pra sua avó, que está acendendo até vela pra você se encontrar na vida, porque esse negócio de mulher com mulher é coisa do demônio... eu, expressão abismada em resposta. ela, mas, vem cá, você é entendida? eu, expressão abismada, expressão abismada, explosão em gargalhadas, mais gargalhadas, e um pouco mais de gargalhadas. lágrimas de tanto rir.e digo, avisa pra minha avó que ela pode apagar as velas por enquanto, que eu ainda não me entendi. se algum dia me entender, mando o memorando pra família.
agora me digam, e eu posso com isso? minha mãe, que soube desse singelo interlúdio alguns minutos depois, está até agora tirando sarro da minha cara. ligou pra minha avó dizendo de brincadeira que eu vou lá no final de semana apresentar minha namorada e que vamos casar, que ela conhece e é uma menina maravilhosa. e nessa estória toda quase que minha avó vai parar no hospital com uma crise cardíaca. e quando eu digo que minha família é surtada, ninguém acredita. será que agora vocês me entendem?
7 de janeiro de 2003
MAIS UMA FRASE DA SEMANA
... é, outra... me deixem.
"Love is like quick-silver in the hand. Leave the fingers open and it stays. Clutch it, and it darts away."
(Dorothy Parker, poetisa)
... é, outra... me deixem.
"Love is like quick-silver in the hand. Leave the fingers open and it stays. Clutch it, and it darts away."
(Dorothy Parker, poetisa)
SUGESTÃO PARA GERÊNCIA DE SUPERMERCADOS
seria interessante colocar um informativo na entrada dos estabelecimentos, ao lado dos anúncios de formas de pagamentos e cartazes com restrições de vestuário e entrada de animais, alertando a respeito das principais características que distinguem um operador de caixa registradora de um psicanalista especializado em terapia ocupacional para pessoas idosos. ah, sim, e como a mão já estará na massa, aproveitem para oferecer um workshop para ensinar os clientes a contar até dez, para que o guichê expresso não se confunda com o de compras do mês.
seria interessante colocar um informativo na entrada dos estabelecimentos, ao lado dos anúncios de formas de pagamentos e cartazes com restrições de vestuário e entrada de animais, alertando a respeito das principais características que distinguem um operador de caixa registradora de um psicanalista especializado em terapia ocupacional para pessoas idosos. ah, sim, e como a mão já estará na massa, aproveitem para oferecer um workshop para ensinar os clientes a contar até dez, para que o guichê expresso não se confunda com o de compras do mês.
MEU DEUS, ME DÊ CORAGEM
mais clarice. só de birra. e também porque esse é meu mantra.
"Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar."
(clarice lispector. só pra constar.)
mais clarice. só de birra. e também porque esse é meu mantra.
"Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar."
(clarice lispector. só pra constar.)
PRA QUEM AINDA NÃO PERCEBEU
descobri como fazer para que neste blog os links para outros lugares abram em uma janela diferente. e antes que vocês pensem, é, finalmente aquela incompetente aprendeu o óbvio ululante... não, meus caros leitores, nem esse mérito eu tenho. agradeçam ao gustavo. lendo uma mensagem antiga dele, é que caiu a ficha .
descobri como fazer para que neste blog os links para outros lugares abram em uma janela diferente. e antes que vocês pensem, é, finalmente aquela incompetente aprendeu o óbvio ululante... não, meus caros leitores, nem esse mérito eu tenho. agradeçam ao gustavo. lendo uma mensagem antiga dele, é que caiu a ficha .
TEMPORADA DE CAÇA
queria entender por que tudo te dói, dizia-me ele enquanto se ria de mim e me fitava os olhos, esses meus olhos esbugalhados pela falta do ar que se rarefaz sempre que o mundo predador sai no meu percalço. mas eu estava contaminada por ele, por aquele misto sutil de ironia e compaixão que ele me permitia vislumbrar quando deixava suas portas entreabertas, quando me convidava a escancará-las. você sabe que esse monstro é você quem cria, ele me sussurrava antes de me acariciar o rosto, e invariavelmente neste instante eu percebia o universo assassino à espreita, mal disfarçado na malícia das covas naquele meio sorriso. é, eu sei, eu respondia. e o monstro me encarava de volta, mais palpável do que nunca, hospedando-se com toda munição lá no fundo daquele olhar. abria-se a temporada de caça. e eu já era carcaça abatida.
queria entender por que tudo te dói, dizia-me ele enquanto se ria de mim e me fitava os olhos, esses meus olhos esbugalhados pela falta do ar que se rarefaz sempre que o mundo predador sai no meu percalço. mas eu estava contaminada por ele, por aquele misto sutil de ironia e compaixão que ele me permitia vislumbrar quando deixava suas portas entreabertas, quando me convidava a escancará-las. você sabe que esse monstro é você quem cria, ele me sussurrava antes de me acariciar o rosto, e invariavelmente neste instante eu percebia o universo assassino à espreita, mal disfarçado na malícia das covas naquele meio sorriso. é, eu sei, eu respondia. e o monstro me encarava de volta, mais palpável do que nunca, hospedando-se com toda munição lá no fundo daquele olhar. abria-se a temporada de caça. e eu já era carcaça abatida.
6 de janeiro de 2003
SOLUÇÃO PRA VIZINHOS INCÔMODOS
e aí, seus vizinhos são barulhentos ou inconvenientes? seus problemas acabaram: coquetel molotov neles.
e aí, seus vizinhos são barulhentos ou inconvenientes? seus problemas acabaram: coquetel molotov neles.
AINDA SOBRE A POSSE DO LULA
estou com a vaga impressão de que eu fui a única eleitora do lula no país inteiro que não parou por pelo menos alguns minutos na frente da tv para assistir à posse com júbilo e lágrimas nos olhos. só não sei se isso diz algo a meu respeito. talvez signifique que eu sou uma cética alienada. ou então que eu prefiro esperar pra, isso sim, assistir ao governo do homem e cobrar as promessas de campanha. esperemos que verdadeira seja a segunda opção.
estou com a vaga impressão de que eu fui a única eleitora do lula no país inteiro que não parou por pelo menos alguns minutos na frente da tv para assistir à posse com júbilo e lágrimas nos olhos. só não sei se isso diz algo a meu respeito. talvez signifique que eu sou uma cética alienada. ou então que eu prefiro esperar pra, isso sim, assistir ao governo do homem e cobrar as promessas de campanha. esperemos que verdadeira seja a segunda opção.
HOW TO WRITE LIKE A WANKER
outra descaradamente plagiada do rodolfo filho (que, pra quem não sabe, nos faz o enorme favor de selecionar leituras diárias extremamente interessantes). este texto defende a premissa de que to be "in" on the net, you must write like a wanker, seguido de uma curta listagem de alguns dos comuns assassinatos à gramática de autoria de internautas em todo o mundo. tudo bem, não está muito distante da verdade, e é certo que a lista não é exaustiva. mas atire a primeira pedra quem nunca fez nada daquilo que ele descreveria como "wanker style". não tenham dúvidas: essa autora não sai incólume. digo desde já.
outra descaradamente plagiada do rodolfo filho (que, pra quem não sabe, nos faz o enorme favor de selecionar leituras diárias extremamente interessantes). este texto defende a premissa de que to be "in" on the net, you must write like a wanker, seguido de uma curta listagem de alguns dos comuns assassinatos à gramática de autoria de internautas em todo o mundo. tudo bem, não está muito distante da verdade, e é certo que a lista não é exaustiva. mas atire a primeira pedra quem nunca fez nada daquilo que ele descreveria como "wanker style". não tenham dúvidas: essa autora não sai incólume. digo desde já.
OUTRA FRASE DA SEMANA
continuemos, depois do pé direito, o esquerdo. pra gente caminhar, porque quem fica parado é poste.
"Art is the method of levitation, in order to separate one's self from enslavement by the earth."
(Anaïs Nin, escritora)
continuemos, depois do pé direito, o esquerdo. pra gente caminhar, porque quem fica parado é poste.
"Art is the method of levitation, in order to separate one's self from enslavement by the earth."
(Anaïs Nin, escritora)
FRASE DA SEMANA
essa é pra abrir a semana com o pé direito.
"Life shrinks or expands according to one's courage."
(Anaïs Nin, escritora)
essa é pra abrir a semana com o pé direito.
"Life shrinks or expands according to one's courage."
(Anaïs Nin, escritora)
AINDA NO ASSUNTO DOS TESTES NA INTERNET
pra quem pensava como eu, que eles eram que nem duendes (ou seja, que só a xuxa acreditava neles)... ora pois, e não é que existem testes úteis e sérios na internet? esse aqui, descoberto pelo rodolfo filho, dá a medida daqueles preconceitos que a gente nem sabe que tem.
pra quem pensava como eu, que eles eram que nem duendes (ou seja, que só a xuxa acreditava neles)... ora pois, e não é que existem testes úteis e sérios na internet? esse aqui, descoberto pelo rodolfo filho, dá a medida daqueles preconceitos que a gente nem sabe que tem.
EMOÇÃO À PARTE
leiam essa entrevista com um historiador, que com perfeição define a posse de lula como um "orgasmo político sem precedentes em nossa história". abaixo, um trecho. grifos nossos.
"Mas não será arriscado afirmar que a história confirmará o que se tem dito: a eleição de Lula é um momento crucial na história da República. As razões principais para essa avaliação póstuma são três: as esperanças projetadas sobre o presidente pelos eleitores, o que ele de fato representa e a maneira como se deram eleição e posse. Se o governo tiver êxito, o registro futuro reforçará a idéia de inflexão histórica. Se não, ele talvez se limite à observação que fez Raul Pompéia ao avaliar a história do país: 'Somos cada vez menos derrotados'."
leiam essa entrevista com um historiador, que com perfeição define a posse de lula como um "orgasmo político sem precedentes em nossa história". abaixo, um trecho. grifos nossos.
"Mas não será arriscado afirmar que a história confirmará o que se tem dito: a eleição de Lula é um momento crucial na história da República. As razões principais para essa avaliação póstuma são três: as esperanças projetadas sobre o presidente pelos eleitores, o que ele de fato representa e a maneira como se deram eleição e posse. Se o governo tiver êxito, o registro futuro reforçará a idéia de inflexão histórica. Se não, ele talvez se limite à observação que fez Raul Pompéia ao avaliar a história do país: 'Somos cada vez menos derrotados'."
5 de janeiro de 2003
(LÁ IA EU)
"lá ia eu
toda exposta
àquele olhar
de garfo e faca
vendo
a mesa posta
minhas postas em fatias
ouvindo dos convivas
piadas macarrônicas"
(Alice Ruiz, in Navalhanaliga)
"lá ia eu
toda exposta
àquele olhar
de garfo e faca
vendo
a mesa posta
minhas postas em fatias
ouvindo dos convivas
piadas macarrônicas"
(Alice Ruiz, in Navalhanaliga)
ESSE VERÃO PROMETE...
pra bom entendedor, basta uma vírgula. o calor anda tolerável, a rua está cheia de gente bonita, e essas são e minhas primeiras férias em muito tempo. relativas, devo dizer, porque parte das minhas atividades continua a pleno vapor. mas comparando com o mesmo período do ano passado... é party, party, party. ah, sim, e solteiríssima. é, eu andava precisando disso, e quem me conhece pode atestar. especialmente porque daqui a muito, muito pouco, começarão os inevitáveis estresses de final de curso, de monografia, de procura de espaço no mercado de trabalho, além dos tantos outros que não consigo prever. a gente precisa aloprar um pouquinho na vida. pelo menos um pouquinho.
pra bom entendedor, basta uma vírgula. o calor anda tolerável, a rua está cheia de gente bonita, e essas são e minhas primeiras férias em muito tempo. relativas, devo dizer, porque parte das minhas atividades continua a pleno vapor. mas comparando com o mesmo período do ano passado... é party, party, party. ah, sim, e solteiríssima. é, eu andava precisando disso, e quem me conhece pode atestar. especialmente porque daqui a muito, muito pouco, começarão os inevitáveis estresses de final de curso, de monografia, de procura de espaço no mercado de trabalho, além dos tantos outros que não consigo prever. a gente precisa aloprar um pouquinho na vida. pelo menos um pouquinho.
4 de janeiro de 2003
(MAIS) UM FRAGMENTO
(escrevi esse hoje. ainda vou trabalhar em cima dele, então não se decepcionem se a versão final ficar muito diferente dessa. as questões, bem, essas são mais do mesmo. sempre.)
e quantas vezes eu olhar pra frente me perguntando, e agora, tantas outras a vida me olhará de volta em interrogação, em zombaria, sem compaixão, e sem resposta. vivo de abismo em abismo, a vertigem da queda meu vício insanável. mas e quando acabarem os abismos? e quando o fundo for definitivo, quando não houver mais onde cair, então o quê? então a china, imagino, a mente subitamente fertilizada por imagens de pipas de papel de seda, lanternas coloridas, criancinhas de olhos puxados comendo arroz com dois pauzinhos, e pó de pirlimpimpim. mas que nada. provavelmente será de novo o vácuo, e o retorno ao silêncio, esse meu companheiro hoje aparentemente desaparecido, mas que na verdade me observa de longe, me rodeia, e se faz presente mesmo quando meu mundo está todo saturado de som. ficamos assim, encarando um ao outro à distância, brincando daquele jogo que perde quem desvia primeiro. aquele que sempre sou eu que perco.
(escrevi esse hoje. ainda vou trabalhar em cima dele, então não se decepcionem se a versão final ficar muito diferente dessa. as questões, bem, essas são mais do mesmo. sempre.)
e quantas vezes eu olhar pra frente me perguntando, e agora, tantas outras a vida me olhará de volta em interrogação, em zombaria, sem compaixão, e sem resposta. vivo de abismo em abismo, a vertigem da queda meu vício insanável. mas e quando acabarem os abismos? e quando o fundo for definitivo, quando não houver mais onde cair, então o quê? então a china, imagino, a mente subitamente fertilizada por imagens de pipas de papel de seda, lanternas coloridas, criancinhas de olhos puxados comendo arroz com dois pauzinhos, e pó de pirlimpimpim. mas que nada. provavelmente será de novo o vácuo, e o retorno ao silêncio, esse meu companheiro hoje aparentemente desaparecido, mas que na verdade me observa de longe, me rodeia, e se faz presente mesmo quando meu mundo está todo saturado de som. ficamos assim, encarando um ao outro à distância, brincando daquele jogo que perde quem desvia primeiro. aquele que sempre sou eu que perco.
RAPIDINHAS - CINDY LAUPER
essa é praquele menino que, vocês sabem... um dia volta.
"sometimes you picture me
i´m walking too far ahead
you´re calling to me
i can´t hear what you´ve said
and you say, go slow
i fall behind
the second hand unwinds
if you´re lost, you can look
and you will find me
time after time."
essa é praquele menino que, vocês sabem... um dia volta.
"sometimes you picture me
i´m walking too far ahead
you´re calling to me
i can´t hear what you´ve said
and you say, go slow
i fall behind
the second hand unwinds
if you´re lost, you can look
and you will find me
time after time."
MAIS UMA FRASE DA SEMANA
(ó céus. ainda bem que essa semana termina hoje)
"if you want to know what god thinks of money, just look at the people he gave it to."
(Dorothy Parker, poetisa)
(ó céus. ainda bem que essa semana termina hoje)
"if you want to know what god thinks of money, just look at the people he gave it to."
(Dorothy Parker, poetisa)
SALDO DA ERA FHC
finalmente, alguém que parece concordar comigo. e não é qualquer zé das couves, vejam só. porque venho dizendo já há algum tempo, que, no saldo, acho que o tio fernando henrique fez um bom governo. considerando o contexto brasileiro, e nossa história, então... nem se fala. alguém lembra do discurso da figura na assembléia nacional francesa? subir naquela tribuna, criticar medidas econômicas protecionistas e políticas de subsídios, e, ainda assim, ser aplaudido de pé não é pra qualquer um. tem que ter cacife.
finalmente, alguém que parece concordar comigo. e não é qualquer zé das couves, vejam só. porque venho dizendo já há algum tempo, que, no saldo, acho que o tio fernando henrique fez um bom governo. considerando o contexto brasileiro, e nossa história, então... nem se fala. alguém lembra do discurso da figura na assembléia nacional francesa? subir naquela tribuna, criticar medidas econômicas protecionistas e políticas de subsídios, e, ainda assim, ser aplaudido de pé não é pra qualquer um. tem que ter cacife.
O FUNCIONÁRIO E A BAILARINA
aos que incessantemente me indagam, "mas direito pra quê?", seguido de um "vai escrever, menina!", aqui vai uma resposta resignada, por meio deste excelente artigo. se gente tão absurdamente talentosa foi obrigada a conciliar dentro de si as figuras do funcionário e da bailarina, imagine eu, uma pobre bailarina iniciante e perneta...
aos que incessantemente me indagam, "mas direito pra quê?", seguido de um "vai escrever, menina!", aqui vai uma resposta resignada, por meio deste excelente artigo. se gente tão absurdamente talentosa foi obrigada a conciliar dentro de si as figuras do funcionário e da bailarina, imagine eu, uma pobre bailarina iniciante e perneta...
3 de janeiro de 2003
ONTEM À NOITE
é engraçada, essa coisa do encontro. às vezes levamos uma vida inteira pra alcançar uma pessoa. às vezes algumas horas. e não importa, nunca importa. é sempre muito, muito forte. mas eu gostaria de ser melhor nessa do letting go. porque quando olho nos olhos de alguém e vejo um pedaço de mim lá dentro, dói muito ter que desviar o olhar. preciso urgentemente aprender a lidar com o efêmero. sob pena de morrer da hemorragia causada pelas perdas que sofro pelo caminho.
é engraçada, essa coisa do encontro. às vezes levamos uma vida inteira pra alcançar uma pessoa. às vezes algumas horas. e não importa, nunca importa. é sempre muito, muito forte. mas eu gostaria de ser melhor nessa do letting go. porque quando olho nos olhos de alguém e vejo um pedaço de mim lá dentro, dói muito ter que desviar o olhar. preciso urgentemente aprender a lidar com o efêmero. sob pena de morrer da hemorragia causada pelas perdas que sofro pelo caminho.
2 de janeiro de 2003
RAPIDINHAS - TRACY CHAPMAN
"you got a fast car
but is it fast enough so we can fly away?
we gotta make a decision
we leave tonight or live and die this way"
"you got a fast car
but is it fast enough so we can fly away?
we gotta make a decision
we leave tonight or live and die this way"
(O CÉU DESABA LÁ FORA)
o céu desaba lá fora, e nuvens se dissolvem em mil gotas prateadas. chove aqui dentro também. assisto, que nem pinto molhado, os cabelos grudados no rosto e no pescoço. o ar gelado, de doer os ossos. aguardo a vida começar de novo, enquanto meu peito angustiado pondera – mas já não é hora de terminar? deixar de quicar no fundo do poço, que aquilo ali não é cama elástica. permanecer estatelada, sem limpar o sangue da testa. desligar os aparelhos que me mantém respirando: para que, se a morte é inexorável mesmo, desejável até?
apenas o som da água batendo no chão, e da minha respiração me respondem. ainda vivo. tenho medo de tudo, por tudo, contudo. apenas a queda não me assusta mais. cair é tudo que sei. aprendi a cair com elegância, de pé, sem titubear – que nem gata. aterrador é começar a subir de novo, isso sim – estou tão cansada de tentar escalar as paredes, tropeçar, acabar caindo outra vez. mais ainda quando chove, e tudo no mundo escorrega.
... e o frio! o frio daquela calma desolada que me preenche o peito, o coração já não ousa pulsar, tão cravejado de certezas incômodas. vejo na rua os carros em alta velocidade atirando lama nas calçadas, as pessoas trêmulas e encharcadas buscando a proteção das marquises. um sorriso resignado e incompleto nos lábios, meus anos me pesam e me roubam o fôlego. só eu pareço saber que esta chuva está em toda parte, debaixo de todos os abrigos possíveis.
no mais, resta o silêncio sem tranqüilidade, e meu desejo. anseio apenas por paz de túmulo, aquela que só conhecem os que já desistiram da escalada. mas eu, não: eu espero.
aguardo a vida começar de novo (mas será que ela consegue começar sem mim?)...
o céu desaba lá fora, e nuvens se dissolvem em mil gotas prateadas. chove aqui dentro também. assisto, que nem pinto molhado, os cabelos grudados no rosto e no pescoço. o ar gelado, de doer os ossos. aguardo a vida começar de novo, enquanto meu peito angustiado pondera – mas já não é hora de terminar? deixar de quicar no fundo do poço, que aquilo ali não é cama elástica. permanecer estatelada, sem limpar o sangue da testa. desligar os aparelhos que me mantém respirando: para que, se a morte é inexorável mesmo, desejável até?
apenas o som da água batendo no chão, e da minha respiração me respondem. ainda vivo. tenho medo de tudo, por tudo, contudo. apenas a queda não me assusta mais. cair é tudo que sei. aprendi a cair com elegância, de pé, sem titubear – que nem gata. aterrador é começar a subir de novo, isso sim – estou tão cansada de tentar escalar as paredes, tropeçar, acabar caindo outra vez. mais ainda quando chove, e tudo no mundo escorrega.
... e o frio! o frio daquela calma desolada que me preenche o peito, o coração já não ousa pulsar, tão cravejado de certezas incômodas. vejo na rua os carros em alta velocidade atirando lama nas calçadas, as pessoas trêmulas e encharcadas buscando a proteção das marquises. um sorriso resignado e incompleto nos lábios, meus anos me pesam e me roubam o fôlego. só eu pareço saber que esta chuva está em toda parte, debaixo de todos os abrigos possíveis.
no mais, resta o silêncio sem tranqüilidade, e meu desejo. anseio apenas por paz de túmulo, aquela que só conhecem os que já desistiram da escalada. mas eu, não: eu espero.
aguardo a vida começar de novo (mas será que ela consegue começar sem mim?)...
REFLEXÃO N. 1
"Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
É a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido."
(Murilo Mendes, in Mundo Enigma)
"Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
É a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido."
(Murilo Mendes, in Mundo Enigma)
AND SO I´M BACK FROM OUTER SPACE
pra quem não percebeu, fiquei um tempo sem postar com minha habitual freqüência. também, com a confusão de fim de ano e a mente obscurecida pelo cansaço das noites maldormidas (bunker, empório, empório, bunker, e amândio amândio amândio... *sigh*), mas muito bem utilizadas... mas agora estou de volta. definitivamente, espero. ou pelo menos pelos próximos dias
pra quem não percebeu, fiquei um tempo sem postar com minha habitual freqüência. também, com a confusão de fim de ano e a mente obscurecida pelo cansaço das noites maldormidas (bunker, empório, empório, bunker, e amândio amândio amândio... *sigh*), mas muito bem utilizadas... mas agora estou de volta. definitivamente, espero. ou pelo menos pelos próximos dias
AMOR CRIPTOGRAFADO
leiam esse cara. o nome é emerson damasceno, se não estou enganada. e se ele continuar escrevendo assim, ainda ouviremos falar muito dele.
"O teimar em sê-lo renitente não, mesmo sendo sim. O sonhar no impossível em vão, já sabedor do fim. O apegar-se às estrelas, já caindo ao inevitável e risível chão. O apaixonar-se emudecendo assim, somente medo, navegar à solidão nesse mar se esvaindo de mim."
leiam esse cara. o nome é emerson damasceno, se não estou enganada. e se ele continuar escrevendo assim, ainda ouviremos falar muito dele.
"O teimar em sê-lo renitente não, mesmo sendo sim. O sonhar no impossível em vão, já sabedor do fim. O apegar-se às estrelas, já caindo ao inevitável e risível chão. O apaixonar-se emudecendo assim, somente medo, navegar à solidão nesse mar se esvaindo de mim."
TESTES - CONTINUAÇÃO
(o post anterior saiu incompleto. por algum motivo misterioso, não consegui editá-lo. então, dane-se, fica assim mesmo)
mas sim, maddox rules, sem dúvida. visite-o, e se sinta um idiota você também.
(o post anterior saiu incompleto. por algum motivo misterioso, não consegui editá-lo. então, dane-se, fica assim mesmo)
mas sim, maddox rules, sem dúvida. visite-o, e se sinta um idiota você também.
TESTES
como sempre, maddox me faz me sentir uma idiota. tudo bem. mas pelo menos ele fair no percurso.
ESPERANÇA
"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
(Mário Quintana, in Nova Antologia Poética)
como sempre, maddox me faz me sentir uma idiota. tudo bem. mas pelo menos ele fair no percurso.
ESPERANÇA
"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."
(Mário Quintana, in Nova Antologia Poética)
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