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queria aprender a amar em silêncio, parece que não sei fazer mais nada em silêncio. amar deveria ser algo feito em silêncio. depois do primeiro eu te amo bradado aos sete ventos, o ar de novidade desaparece, depois do décimo, amarga-se a rotina. e eu brado cem, mil, dez milhões, tantas tantas tantas vezes. queria aprender a sentir em silêncio, a gemer em silêncio, a gritar em silêncio. queria aprender a não bradar, a não dizer, a não desnudar a alma a cada relance. queria aprender a amar sem palavras suspiros olhares. mas eu me desmancho me desfio me desfaço em brados discursos olhares suspiros palavras, tantas tantas palavras que não precisariam, que não deveriam. em nudez, em tanta nudez, em tão completa despudorada indefesa nudez. não sei fazer de outra forma: me desfaço. me faço. me desfaço. queria aprender a fazer diferente, a amar em silêncio, eu deveria amar em silêncio, e manter o mistério, e não me manter tão tão nua o tempo todo. eu deveria me manter em segredo. eu deveria me manter em silêncio.
queria aprender a amar em silêncio, parece que não sei fazer mais nada em silêncio. amar deveria ser algo feito em silêncio. depois do primeiro eu te amo bradado aos sete ventos, o ar de novidade desaparece, depois do décimo, amarga-se a rotina. e eu brado cem, mil, dez milhões, tantas tantas tantas vezes. queria aprender a sentir em silêncio, a gemer em silêncio, a gritar em silêncio. queria aprender a não bradar, a não dizer, a não desnudar a alma a cada relance. queria aprender a amar sem palavras suspiros olhares. mas eu me desmancho me desfio me desfaço em brados discursos olhares suspiros palavras, tantas tantas palavras que não precisariam, que não deveriam. em nudez, em tanta nudez, em tão completa despudorada indefesa nudez. não sei fazer de outra forma: me desfaço. me faço. me desfaço. queria aprender a fazer diferente, a amar em silêncio, eu deveria amar em silêncio, e manter o mistério, e não me manter tão tão nua o tempo todo. eu deveria me manter em segredo. eu deveria me manter em silêncio.