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"my new friend plays drums all the time
her magic heart feels everything
she plays the difficult parts and i play difficult
if i could stand to be less difficult"
(chan marshall)
29 de outubro de 2006
9 de outubro de 2006
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aliás.
toda nostalgia, como todo desejo, parece ser de algo que nunca esteve ali, exatamente. nada nada nada do que se alcança é exatamente o que se quer, e toda minha vida foi conseguir o que queria pra descobrir que não era nada daquilo o que eu queria. será diferente para os outros? sempre foi, tem sido, caminhar pela floresta em círculos cada vez mais largos e concêntricos atrás do caminho de casa. qual casa - a de onde me expulsaram pra que definhasse na selva, ou aquela feita de açúcar onde me aguarda a engorda, a morte? qual casa. melhores os círculos da floresta marcados com migalhas de pão que desaparecem por voracidade dos pássaros. melhores os círculos perdidos, continuo andando em círculos, jamais o caminho de casa, o caminho de casa seria o fim, fosse fome ou assassinato. qual casa. abdicar da nostalgia, abdicar do desejo, acolher no peito a idéia, apenas a idéia, de uma casa. fazer combustível para seguir nos círculos.
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e se o desejo for feito pra ficar numa moldura na parede, irrealizável, insondável. será de todo mal?
e se não for nada mal? se não for nada mal.
(andei revisitando os pontos percorridos na floresta, impressionante como a gente caminha círculos, como assim sem perceber a gente sempre volta exatamente pros mesmos lugares. a gente sempre acha que todos os lugares velhos são novos. fiquei feliz de ter deixado essas minhas migalhinhas de pão marcando o caminho pela floresta, pra conseguir enxergar os círculos em que caminhei. caminho. caminharei.)
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