...
"holding on for something
have you ever held on?
holding on for someone
feels like holding on too long
have you ever held on?
it's not me
i am pretending
i'm not saved, he turned me down
he turns down"
(chan marshall)
31 de janeiro de 2007
...
umas obsessões sem sentido, toneladas de megawatts saindo de lugar nenhum, indo pra lugar nenhum, fluxo rápido constante desgovernado. e de repente puf: estoura a bolha da obsessão, desaparece o objeto. então piora. megawatts em suspensão. pairando. pendurados no teto. ruim esse desejo investido, pior esse desejo desinvestido. de uns tempos pra cá tem sido, não quero nada, quando quero quero desgovernada, e na verdade não quero e na verdade não sei e na verdade parece (parece?) que só quero qualquer coisa porque não querer o que quer que seja é pior.
me desinvesti esses dias. e ansiedade por cima de angústia por cima de vazio por cima de falta de sentido. aquela cobra que engole o próprio rabo. olho ao redor. tudo todos isso. cobras engolindo os próprios rabos.
tem que ter alguma coisa pra além disso, pra além desses micro universos mixurucas existindo em função de si mesmos, pra além dessas milhares e milhares de formigueiros e colméias que a gente cria e descria. tem que ter algo.
não pode não pode não pode ser só isso. não pode ser só gente mesquinhando em torno do próprio eixo. não pode.
não pode.
umas obsessões sem sentido, toneladas de megawatts saindo de lugar nenhum, indo pra lugar nenhum, fluxo rápido constante desgovernado. e de repente puf: estoura a bolha da obsessão, desaparece o objeto. então piora. megawatts em suspensão. pairando. pendurados no teto. ruim esse desejo investido, pior esse desejo desinvestido. de uns tempos pra cá tem sido, não quero nada, quando quero quero desgovernada, e na verdade não quero e na verdade não sei e na verdade parece (parece?) que só quero qualquer coisa porque não querer o que quer que seja é pior.
me desinvesti esses dias. e ansiedade por cima de angústia por cima de vazio por cima de falta de sentido. aquela cobra que engole o próprio rabo. olho ao redor. tudo todos isso. cobras engolindo os próprios rabos.
tem que ter alguma coisa pra além disso, pra além desses micro universos mixurucas existindo em função de si mesmos, pra além dessas milhares e milhares de formigueiros e colméias que a gente cria e descria. tem que ter algo.
não pode não pode não pode ser só isso. não pode ser só gente mesquinhando em torno do próprio eixo. não pode.
não pode.
...
"if time had a place,
a space for your past
like a little novel
i wanted to read again and again
would i be in your novel?
would i begin and end in it?"
(chan marshall)
"if time had a place,
a space for your past
like a little novel
i wanted to read again and again
would i be in your novel?
would i begin and end in it?"
(chan marshall)
11 de janeiro de 2007
...
"i've seen the hordes, the hordes
looking down that drain of yours
intuition knocked again fair
all of you should know by now there's
not enough to go around
but i never go that way
other half of me says i should"
(chan marshall)
"i've seen the hordes, the hordes
looking down that drain of yours
intuition knocked again fair
all of you should know by now there's
not enough to go around
but i never go that way
other half of me says i should"
(chan marshall)
...
... e eu sei eu sei eu sei que a questão toda está no querer, que é cirurgicamente ali que a bomba arma e desarma. mas saber tão bem sabido assim não me serve de coisa nenhuma, e essa natureza pegajosa do desejo que resiste a todas as minhas racionalizações desarmadoras de bombas, essa qualidade de ruído nas minhas sinapses, isso, isso eu já conhecia, já vi antes, já vi antes e antes, tantas vezes. tão tão castrante. eu sei onde a bomba desarma. e não desarma. cadê buda nessas horas. sei que isso que quero não é o que quero, que não quero nada na verdade enquanto penso que quero tudo que não tenho no mundo. sei que nada vai bastar, que nada vai servir. que nada serve. nada aplaca. nada cala. sei que nada quero, mas o que faço pra me dizer que nada quero. a falha de comunicação suprema: tudo que não consigo me dizer, me digo mas não consigo me fazer parar. e ouvir.
talvez. não consiga dizer porque. ainda não consigo me dizer.
não consigo me dizer.
... e eu sei eu sei eu sei que a questão toda está no querer, que é cirurgicamente ali que a bomba arma e desarma. mas saber tão bem sabido assim não me serve de coisa nenhuma, e essa natureza pegajosa do desejo que resiste a todas as minhas racionalizações desarmadoras de bombas, essa qualidade de ruído nas minhas sinapses, isso, isso eu já conhecia, já vi antes, já vi antes e antes, tantas vezes. tão tão castrante. eu sei onde a bomba desarma. e não desarma. cadê buda nessas horas. sei que isso que quero não é o que quero, que não quero nada na verdade enquanto penso que quero tudo que não tenho no mundo. sei que nada vai bastar, que nada vai servir. que nada serve. nada aplaca. nada cala. sei que nada quero, mas o que faço pra me dizer que nada quero. a falha de comunicação suprema: tudo que não consigo me dizer, me digo mas não consigo me fazer parar. e ouvir.
talvez. não consiga dizer porque. ainda não consigo me dizer.
não consigo me dizer.
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anda tão difícil dizer. parece beco sem saída dentro de beco sem saída, a vida sendo isso só, beco sem saída dentro de beco sem saída dentro de beco sem saída, feito aquelas bonequinhas russas, uma dentro da outra dentro da outra dentro da outra. dentro da outra. há saída, não há saída. não procuro. mas o querer saída. está lá. não procuro. mas procuro, como procuro. quero saída. que saída?
então. pergunta:o que massacra. a falta de saída, o querer saída onde não há? ou. só o querer? porque não sei. esse querer, anda sendo um querer tão desgovernado, um querer qualquer coisa que pareça, nem precisa parecer nada, só não se parecer com aquilo que tenho, identifico no que tenho imediatamente o beco, deixa de ser beco quando não tenho, então quero desgovernada o que deixei de ter também. e perco o volante. perco o volante de mim mesma tantas tantas vezes esses dias. tudo desgoverna, tudo se perde em algum lugar, tudo o que eu digo, tudo esses dias cai em algum lugar que não sei. tudo esses dias cai, não se levanta, cai. essa esterilidade do mundo, pra onde vai? que saída. algum lugar que. não sei.
essa esterilidade do mundo. e eu. quietinha. surto em estado bruto dentro de mim mesma. quietinha. sorridente. surto atrás de algum sorriso. desespero procurando saída nos becos, querendo não procurar, não acreditando em procurar, emulando um não procurar. e procurando.
esse gritar dentro de mim sem emitir um som. há tudo por dizer. não há nada pra dizer. não sei por que digo. ou não digo. digo. não digo. quero dizer.
que saída.
anda tão difícil dizer. parece beco sem saída dentro de beco sem saída, a vida sendo isso só, beco sem saída dentro de beco sem saída dentro de beco sem saída, feito aquelas bonequinhas russas, uma dentro da outra dentro da outra dentro da outra. dentro da outra. há saída, não há saída. não procuro. mas o querer saída. está lá. não procuro. mas procuro, como procuro. quero saída. que saída?
então. pergunta:o que massacra. a falta de saída, o querer saída onde não há? ou. só o querer? porque não sei. esse querer, anda sendo um querer tão desgovernado, um querer qualquer coisa que pareça, nem precisa parecer nada, só não se parecer com aquilo que tenho, identifico no que tenho imediatamente o beco, deixa de ser beco quando não tenho, então quero desgovernada o que deixei de ter também. e perco o volante. perco o volante de mim mesma tantas tantas vezes esses dias. tudo desgoverna, tudo se perde em algum lugar, tudo o que eu digo, tudo esses dias cai em algum lugar que não sei. tudo esses dias cai, não se levanta, cai. essa esterilidade do mundo, pra onde vai? que saída. algum lugar que. não sei.
essa esterilidade do mundo. e eu. quietinha. surto em estado bruto dentro de mim mesma. quietinha. sorridente. surto atrás de algum sorriso. desespero procurando saída nos becos, querendo não procurar, não acreditando em procurar, emulando um não procurar. e procurando.
esse gritar dentro de mim sem emitir um som. há tudo por dizer. não há nada pra dizer. não sei por que digo. ou não digo. digo. não digo. quero dizer.
que saída.
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